Fraternidade
Jesus Salvador: Espiritualidade Salvista
Abaixo colocamos
como nosso Pai-Fundador, Pe Gilberto Maria Defina, sjs, pensava sobre a
Espiritualidade Salvista, através de um Diretório de Espiritualidade.
Objetivo
da Obra – “Seu objetivo principal primário é o Louvor de
Deus, sob todas as suas formas, a litúrgica, em primeiro lugar; e secundário, -
como consequência desse louvor -, a santificação pessoal e comunitária, através
da consagração ao Espírito Santo, Deus-Amor”.[1]
“Neste Diretório de
Espiritualidade poderá observar-se que boa parte dele se dirige especificamente
ao ministério ordenado, ou seja, para um Seminário Maior e Propedêutico em que
predominem os vocacionados ao sacerdócio ministerial, quer dizer, para a
formação do Padre. Isto acontece porque em geral os Seminário são dirigidos
mais para esta finalidade. Entretanto, a Fraternidade optou, firmemente, que
seminaristas diferentes se misturem neste Seminário Maior, de certa forma, indiferentemente
quanto à formação de vida e de estudos. Portanto, pedimos a todos os alunos,
quer os que se dirigem para os ministério ordenados, quer para outros
ministérios, que observem tudo quanto para cada um diz respeito nestas páginas.
Excluído o que se refere apenas diretamente para formação do sacerdote, tudo o
mais compete aos demais ministérios, indistintamente. O mesmo se afirma a
respeito de outros Diretórios e Diretrizes mais adiante explicados, de todos
merecendo o mesmo acatamento que este, de Espiritualidade. Este Diretório de
Espiritualidade, sem dúvida, deve ser colocado em primeiro lugar. (...)
A
Formação do Ministro Sacramental e do Ministro Extraordinário Laical
- Os vários atos a
praticar para uma excelente formação:
1. A missão para a qual
o futuro ministro ordenado, sacramental, se prepara, resume-se com perfeição nas
seguinte palavras da Carta aos Hebreus 5,1-4: ‘Todo sacerdote (pontífice) é
escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas
coisas que dizem respeito a Deus’... ‘Ninguém se aproprie desta honra, senão
somente aquele que é chamado por Deus, como Aarão’ (Hb 5, 1-4).
2. A amplificação
prática desta missão encontra-se concretamente no tríplice serviço do
ministério sacerdotal: como serviços da Palavra, do Sacramento, da Pastoral –
Caridade na Comunhão Eclesial. Estes são elementos importantes do sacerdócio
que o futuro ministro deve cultivar gradativamente segundo os diversos passos
de sua formação e introdução nas Ordens Sacras, do Diaconato e do Presbiterato.
Tríplice missão: sacerdotal, profética e real do Cristo. O ministério ordenado
difere essencialmente de outros ministérios (Diretório para o Ministério e a
Vida do Presbítero) (Vd. Congregação para o Clero, 1994).
3. Antes de fazer-se
pregador e evangelizador do Mistério de Cristo, o futuro ministro deve viver
este Mistério. Por isso deve penetrar na realidade profunda do Cristo no seu
sacrifício redentor da cruz. Isto vale plenamente para os demais ministério
laicais.
4. A realidade desta
vida de oração exprime-se pelos atos litúrgicos, primariamente, de maneira
concreta. Por isso, a oração, e sobretudo a oração litúrgica, supõe disposições
interiores conformes às disposições exteriores, sob pena de se tornar totalmente
inoperante. Mais ainda: o diálogo íntimo com Deus na oração particular toma seu
pleno sentido porque complementária à oração litúrgica, na qual a comunidade
eclesial assume e, de certa maneira, transforma a oração individual.
5. Por isso é preciso
também um contínuo renovar-se no Espírito para sempre manter a chama bem viva e
fecunda. Excelente ocasião para revisão deste esforço de conversão e renovação
contínua se encontra no retiro realizado no devido espírito de recolhimento.
Conversações paralelas e sobrepostas, dentro do retiro, significa exatamente o
contrário: tais indivíduos não estão nada interessados em recolhimento e
renovação de suas vidas. Por outra, pode perder-se por tibieza e incúria, a
graça do batismo no Espírito Santo, se não se continuar a pedi-la e recebê-la,
constantemente.
Nesta perspectiva, toda a vida litúrgica do Seminário
deve ser vivida de tal maneira que seja para cada um, não uma carga imposta,
mas a expressão concreta da vocação ministerial. Isto vale perfeitamente para
os ministérios não-ordenados.
6. O aluno que se
prepara mais imediatamente para o ministério sacerdotal deve cada vez mais
aprender a configurar-se a Cristo Sumo Sacerdote. Ele deve de tal modo viver o
Mistério do Cristo, que saiba, uma vez ordenado no sagrado ministério, neste iniciar
o povo que a Igreja lhe confia.
7. Na leitura e na
oração meditativa e contemplativa diária da Palavra de Deus, ele encontra a
ciência eminente de Jesus Cristo. Na comunicação íntima da Sagrada Liturgi que
é o exercício, por meio da Igreja, do próprio Sacerdócio de Cristo, sobretudo
do Sacrifício Eucarístico, fonte riquíssima de inesgotável alimento da vida
cristã, esta deve ser para o aluno o ápice e centro de toda a sua formação.
Comece a exercer, como antecipação, o que será o sol irradiante de seu sagrado
múnus ministerial. É neste ministério que, agindo ‘na pessoa de Cristo’ e
proclamando seu Mistério unirá os votos dos fiéis ao sacrifício de sua Cabeça.
Até a volta do Senhor, tornará presente e aplicará no Sacrifício da Eucaristia
o único sacrifício do Novo Testamento. Isto se prolonga nas visitas freqüentes ao
Santíssimo Sacramento em seu Sacrário. Isto é a Igreja em oração!
8. Orientado e
auxiliado pelo seu Diretor Espiritual, conselheiro indispensável na formação do
‘homem interior’, e por outros que tem a sua confiança, o aluno toma pleno
conhecimento da realidade concreta da tarefa árdua que pretende assumir. Os
orientadores não dissimulem nenhum aspecto da vida do futuro ministro, mas
jamais apresentando a vida sacerdotal sob a perspectiva negativista, e sim, a
mais sublime e consoladora forma de uma vida a serviço do amor cristão.
9. Neste contexto,
reconhecendo o valor e dignidade do sagrado matrimônio cristão, que o Apóstolo
compara à união entre Cristo e sua Igreja, compenetre-se do verdadeiro valor
evangélico de sua vocação ao celibato sacerdotal, de tal modo que possa, depois
de uma opção maduramente deliberada, dar-se com magnanimidade ao serviço do
Senhor, ‘propter regnum Dei’.
10. Um só é nosso
Mediador junto ao Pai, segundo as palavras do Apóstolo. ‘Porque um é Deus, um
também o Mediador entre Deus e os homens: o Homem Cristo Jesus, que se entregou
para redenção de todos’.
Mas
esta mediação, este encontro de Deus com os homens só foi possível e só se
realizou porque Nossa Senhora, a Mãe de Deus e nossa Mãe, a Virgem Maria, num
ato singular de obediência, de fé, de esperança e de ardente caridade se tornou
para nós Mãe na ordem da graça.
Pelo que, o futuro apóstolo exercite-se em sólida devoção
à excelsa Mãe de Deus; aceite, como Ela, a vontade salvífica e atuante de Deus;
siga-lhe os exemplos, principalmente os de humildade e obediência; celebre-a
com formas concretas de autêntica piedade.
11. Atenda o formando a
todas as coisas acima expostas; leia-as com freqüência e nelas medite; cumpra
este Diretório de Espiritualidade como cartilha de Deus para o seu sacerdócio,
e terá a vida eterna como promessa divina. Diz o apóstolo: ‘Atende a esta
coisas, ocupa-te com todo o empenho nelas, a fim de que seja maniafesto a todos
o teu progresso. Cuida de ti mesmo e do teu ensino, e insiste nestas coisas,
porque fazendo isto, salvar-te-ás a ti mesmo, juntamente com aos que te ouvem’
(1 Tm 4,15-16)”.[2]
[1]
Pe. Gilberto Maria DEFINA. Ordem da
Fraternidade Senhor Javé Salvador: Constituições, Regras de Vida e
Ordenações de Estudos. São Paulo, 1995, p. 3.
[2] Pe.
Gilberto Maria DEFINA. Ordem da
Fraternidade Senhor Javé Salvador: Constituições, Regras de Vida e
Ordenações de Estudos. São Paulo, 1995, p. 101-104.