terça-feira, 12 de abril de 2016

Monografia Frater João Mário A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CARISMA DO LOUVOR DE DEUS EM TERESA DO MENINO JESUS

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS RELIGIOSAS SÃO BOAVENTURA





A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CARISMA DO LOUVOR DE DEUS EM TERESA DO MENINO JESUS








JOÃO MACHADO JUNIOR


São Paulo- 2015


JOÃO MACHADO JUNIOR










A DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CARISMA DO LOUVOR DE DEUS EM TERESA DO MENINO JESUS

Trabalho apresentado, como requisito
do curso de Teologia do Instituto de
Filosofia e Ciências Religiosas São
Boaventura, sob a orientação do Profº.
Pe. Micael Moraes, sjs


São Paulo- 2015

SUMÁRIO

Introdução......................................................................................................................08


Cap. I- A dimensão da missão em Santa Teresa de Lisieux...................................09
I.I. Vida de Santa Teresa de Lisieux.............................................................................09
I.II O desejo missionário em Santa Teresa de Lisieux..................................................12
I.III.  Santa Teresa de Lisieux encontra seu lugar na Igreja..........................................15


Cap. II- A compreensão da Igreja em relação a missão dentro de espirito de Teresa do Menino Jesus.........................................................................................19
II.I. Visão do Magistério.............................................................................................19
II.II. A Oração compreendida como Missão..............................................................20
II.III. A assistência missionária por meio de suas cartas..........................................22
II.IV. O dom de si mesmo.........................................................................................24


Cap. III- A dimensão missionária do Carisma do Louvor de Deus em Santa Teresa do Menino Jesus.............................................................................................26
III.I. O Carisma do Louvor de Deus...............................................................................26
III.II. A compreensão da dimensão missionária Salvista com base em Santa Teresinha ..27
III.III. A oração compreendida como missão.................................................................29
III.IV. A assistência missionária da Fraternidade Jesus Salvador................................31


Conclusão....................................................................................................................33
Anexo...........................................................................................................................34
Bibliografia..................................................................................................................35






Este exemplar corresponde à redação final da monografia, apresentada ao curso de Teologia pelo aluno: João Machado Júnior, sob a orientação do Prof.º Pe. Micael Moraes, sjs



                                               _____________________________________
Prof.º Pe. Micael Moraes, sjs

Orientador



_____________________________________

João Machado Júnior

Orientando












DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia de modo singular, ao Pe. Gilberto Maria Defina, sjs (in memorian), que é o fundador da Fraternidade Jesus Salvador, na qual sou membro, e que com seu testemunho missionário, me demonstrou a face do Cristo que Louva ao Pai.
Aos meus pais: Marise dos S. da S. Machado e João Machado, que pacientemente me apoiam e me incentivam no estudo acadêmico, bem como a vivencia religiosa. Também dedico a minha irmã e ao meu sobrinho, que fazem parte da minha trajetória humana e vocacional.
A minha família religiosa que me incentiva cada vez mais, a buscar a vivencia missionária aos moldes de Santa Teresa do Menino Jesus no seio da Igreja. E de modo especial também aos irmãos: Frater José Maria Leite Barbosa,sjs, que me ensinou a amar Santa Teresa do Menino Jesus e também me emprestou pacientemente todo o material necessário para o desenvolvimento dessa monografia; e ao Pe Helder Pio Lima do Altar,sjs, que me ajudou na correção dos erros e me incentivou com sua amizade fraterna.
Por fim quero dedicar a própria Santa Teresa do Menino Jesus, para que do céu possa cumprir sua promessa e derramar sobre todos nós, chuvas de rosas.









AGRADECIMENTOS

            Agradeço primeiramente ao Bom Deus, por me conceder a graça necessária para o desenvolvimento deste estudo. A Virgem Maria, que com seu amor maternal, me acompanha e me assiste. A minha família sanguínea e religiosa, e aos amigos que se fizeram família.
            Enfim, ao Prof.º Pe. Micael Moraes, sjs, que com seu conhecimento me orientou nesta monografia.







INTRODUÇÃO

            Este trabalho tem por objetivo apresentar ao leitor algumas reflexões sobre como a Igreja e a partir dela a Fraternidade Jesus Salvador, na pessoa de seu Fundador, compreendeu a vida de Santa Teresa do Menino Jesus, uma monja Carmelita, como um autêntico testemunho missionário.
            O trabalho expõem de modo sintético algumas características crucias para que o leitor tenha um olhar objetivo, em quem foi Santa Teresa do Menino Jesus, e qual é a sua importância para a Igreja e para a Fraternidade Jesus Salvador. A partir da vida de Santa Teresa do Menino Jesus, o leitor é levado a observar como nela, uma nova compreensão de missão se desenvolve e que estará de plena concordância com a proposta pelo Concilio Vaticano II.
            Além disso quer levar a compreensão de qual é a relação de Santa Teresa do Menino Jesus com a Fraternidade Jesus Salvador, que é uma Obra Missionária que à tem como padroeira. E também como o Carisma da Fraternidade no seu aspecto missionário, está intimamente ligado a missão da Santa já mencionada. Assim o trabalho desenvolve pontos de relações, que a Igreja viu em Santa Teresa do Menino Jesus e que a Fraternidade Jesus Salvador traz como sua missão.




Capítulo I- A dimensão da missão em Santa Teresa de Lisieux.

I.I. Vida de Santa Teresa de Lisieux

            Santa Teresinha (Maria Francisca Teresa Martin) nasceu no dia 2 de janeiro de 1873, uma quinta-feira, na residência de seu pai Luís José Aloísio Estanislau Martin e sua mãe Azélia Maria Guérin (Zélia Martin), que se situava em Alençon-França. Teresa era a mais nova dos nove filhos que dos Martins, sendo que destes, quatro morreram ainda crianças.
            Não podemos desconsiderar santa Teresinha fora do contexto histórico do século XIX. Este foi um período de grandes novidades, a começar por Charles Darwin em 1859, com sua publicação “a origem das espécies", seguido no mesmo ano de Marx, com sua obra crítica da economia política. Outros fatos não menos importantes aconteceram neste período: Renan publica seu livro chamado: A Vida de Jesus. Em 1865 Claudio Bernard publica a sua introdução ao estudo da medicina experimental. No âmbito religioso católico acontecia entre 8 de Dezembro de 1869 a 18 de Dezembro de 1870 o Concílio Vaticano I. Depois da guerra de 1870, fundava-se o império alemão e as primeiras manifestações do Kulturkampf, são de 1872.
            Também não se pode deixar de frisar que a França do tempo de Teresinha estava influenciada pelo jansenismo puritanista, com sua religiosidade altramente escrupulosa e rigorista. Tal movimento religioso abrangia diversas áreas da sociedade tais como o aspecto dogmático,o aspecto moral e até mesmo político. Teresa entretanto dá um enorme salto com sua espiritualidade e sua forma de ver e se relacionar com Deus, com seu desejo sincero e até mesmo missionário de fazer com que os homens provem que a graça de Deus é para todos:

"Ó Jesus! bem posso dizer a todas as pequeninas almas quanto é inefável a tua condescendência....sinto que se por impossível encontrasses uma alma mais fraca, mais pequena do que a minha, Te deliciarias a cumulá-la de favores ainda maiores, se ela se abandonasse com inteira confiança na tua misericórdia infinita." [1]

            É dentro deste contexto que a teologia teresiana pode ser desenvolvida, no campo de missionariedade. Vale lembrar antes de tudo que é p ambiente familiar, o testemunho cristão aí vivido, que nutre e desperta Teresinha a uma vida mais perfeita. Seus pais possuiam um grande desejo de serem religiosos, mas por obra da Providência não lhes fora permitido. Mas como um casal cristão educam suas filhas com um belíssimo amor a Deus e as coisas celestes.
            Quando santa Teresa nasce, com apenas um mês de vida fica doente, a ponto de seus pais se preocuparem pensando que lhe fosse acontecer o que havia acontecido com os outros quatros filhos que chegaram a falecer. Quando se recupera adoece novamente pois sua mãe Zélia não tinha leite para amamentá-la , e quando é confiada a uma família de camponeses, que cuida dela um pouco mais de um ano. Depois volta para casa e ali é nutrida numa sólida fé.
              Com a sua estadia na casa paterna, Teresa desenvolve um senso muito forte sobre o céu. Vemos isso presente no fato de que, com um pouco menos de três anos deseja que a mãe passe pela experiência da morte, pois esta havia lhe explicado que só morrendo que se pode chegar ao céu para se unir a Deus. Teresa entendia já com essa idade que a felicidaade da alma é estar unida a Deus e que isso só se dará no céu. Por muito amar sua mãe deseja que ela vá para o céu, mal sabia que sua de fato mãe seria recolhida pelo Bom Deus pouco tempo depois, quando ela tivesse quatro anos.
            Como se vê a vida da Santa foi desde a infância marcada pelo sofrimento, mas de tudo isso Teresa fez uma ponte para alcançar as almas. Ela dizia: "Nunca teria acreditado que fosse possivel sofrer tanto. Jamais! Jamais! Somente posso explicar isto pelos desejos ardentes que tenho de salvar as almas..."[2]
            Um outro fato interessante é aquilo que Teresa chama de o 'pequeno milagre', realizado no Natal de 1886. Após a missa do Galo, Teresa vai como de costume a lareira pegar seu presente. Seu pai então fala o quanto fica contente em saber que esse será o ultimo ano que dará esses presentes de natal a menina.  Naquele momento, a menina hipersensivel, passa a uma postura de maturidade com um grande esforço de sua parte, sempre auxiliada pela graça divina, como deixara por escrito.
            "Nessa noite em que Jesus se fez fraco pelo meu amor, fez-me forte e corajosa, equipou-me com suas armas e, desde essa noite abençoada, não saí vencida em nenhum combate. Pelo contrário, andei de vitória em vitórias e iniciei, por assim dizer, uma corrida de gigante..." [3]

            Depois deste período de turbulências, vem as dificuldades próprias de uma adolescente, mas também de uma jovem que sonha e deseja ser carmelita, para levar muitas almas para seu Deus. Com duas irmãs já no Carmelo, Teresa deseja entrar também para ali viver sua vida de união com o Esposo. Porém é muito jovem, e as superioras avaliam o seu caso com um pouco de desconfiança, visto que esta já possui duas irmãs dentro do convento.
            Em 1887 fez uma peregrinação por alguns lugares da Europa, dentre eles o Vaticano. Lugar onde seu coração ardia em pensar, a possibilidade de se encontrar com o Papa Leão XIII. Teresa havia tomado uma resolução, que chegando diante de Sua Santidade lhe pediria a autorização de entrar no Carmelo com apenas quinze anos de idade. A viagem toda foi relatada pela santa, mas de modo especial alguns lugares que marcaram mais a menina como o Coliseu,as Igrejas de Santa Cecília e Santa Inês. E como ela mesmo vai dizer: Compreendi a minha vocação na Itália.[4]
 20 de novembro foi o grande dia. Teresa participa de uma audiência com o Papa, mas estava prevenida de que não poderia falar com o Papa, apenas lhe pedir a benção e se despedir. Não é o que acontece; Teresa está diante de sua Santidade, o desejo de contemplação e missão em seu coração é mais forte. Implora ao Papa que lhe dê a permissão de entrar no Carmelo com apenas quinze anos. Tem seu pedido aceite pelo Papa, porém recebe como resposta que aguarde e siga o que os superiores disserem. Três meses seguidos a esse decisivo encontro, foi marcado o ingresso de Teresinha para o dia nove de Abril de 1889, na ocasião festa da Anunciação do Senhor, para de lá nunca mais sair, a não ser para entrar na Glória no dia 30 de setembro de 1897, as 19h na enfermaria do Carmelo de Lisieux.
           
I.II O desejo missionário em Santa Teresa de Lisieux.

            Em diversos momentos Santa Teresa do Menino Jesus, manifestou o desejo de ser missionária. Mesmo não fazendo parte de uma Congregação missionária ela possuia em si este profundo desejo de se consumir pela salvação das almas. Eu quisera ser missionária não somente durante alguns dias, mas quisera ter sido desde a criação do mundo e sê-lo até a consumação dos séculos.[5]
            E mais do que isso, este desejo era acompanhado de uma visão de que uma única missão para ela não seria o bastante, pois havia entendido, conforme sua Madre Santa Teresa de Jesus que a vocação de uma carmelita é abraçar o mundo. O desejo que almejava o coração desta grande alma está para além do claustros do Carmelo, pois queria viver sua vocação de Carmelita exatamente para salvar as almas. Não sendo missionária nos atos ela o queria ser através do amor e da penitência.
            Aqui já é notório a percepção de Teresa em relação a vida missionária. O missionário não é somente aquele que por atos sai a pregar o nome de Jesus, mas sim aquele que com a oferta de sua vida se consome inteiramente e exclusivamente a Deus para salvar muitas almas.
            É claro que é da vocação Carmelitana o sentimento de viver a vocação com um pronfundo ardor apostolado. Mas em Santa Teresinha isso tem um diferencial, pois ela acreditava que não são os feitos em si que levam uma carmelita a salvar as almas, mas sim o desejo de salvar e impregnar todos os meios disponíveis para tal. Desta forma ela encontra na imolação e na oração o meio de seu unir aos missionários.
            "O apostolado da oração, não é ele, por assim dizer mais elevado do que o da palavra? Nossa missão, como carmelitas, consiste em formar operários evangélicos que salvarão milhares de almas de quem seremos mãe...Celina, se não fosse as próprias palavras de Jesus quem ousaria em acreditar nelas? Considero nossa parte muito bela, que temos nós de invejar os sacerdotes?"[6]

            Movida por este desejo, Teresa ansiava ter um irmão sacerdote por quem pudesse orar e oferecer seus pequenos sacrifícios. Este desejo lhe é realizado pela providencia do Bom Deus, Teresa ganha dois irmãos missionários, que ela vê como um grande presente de sua madre. Ela relata o acontecimento desta grande alegria:
            "Foi a Madre Santa Teresa que me enviou como ramalhete de festa em 1895 meu primeiro irmãozinho. Estava na lavanderia, bem ocupada com meu trabalho, quando Madre Inês de Jesus, chamando-me à parte, leu para mim uma carta que acabara de receber. Era um jovem seminarista inspirado, dizia ele por Santa Teresa, que vinha pedir uma irmã que se devotasse especialmente à salvação de sua alma e o ajudasse com suas orações e sacrificio -quando fosse missionário, a fim de que pudesse salvar muitas almas."[7]
            Teresa, com um profundo espírito eclesial, une o seu desejo de ser missionária a estes irmãos que lhe foram confiados. Neles Teresa realiza sua missão de salvar muitas almas para o Bom Deus e também de ajudar na salvação destes irmãozinhos (Padre Adolfo Roulland e Padre Maurice Bellière).
            Com estes sacerdotes Teresa troca várias correspondências, os animando diante dos desafios das missões e crises próprias da atividade missionária. Em diversas dessas correspondências Teresa demonstra sua visão de missão. Teresa se vê intimamente unida a seus irmãos missionários pela oração. Pois desde toda a eternidade Deus a chamará para ser missionária. É claro que essa visão de Teresa não é uma visão fora da realidade. Apesar de fisicamente não ter saído do claustro, ela sente com os missionários, suas dores e os desafios das missões, a ponto de muitas vezes desejar para si os sofrimentos e para eles as consolações.
            Santa Teresinha também confessa em uma destas cartas que seu único objetivo era ser carmelita para salvar muitas almas e em especial se oferecendo pela vocação apostólica. Em todos os escritos da santa, fala e demonstra que quer salvar muitas almas para o Senhor. É próprio das carmelitas está alma apostólica, conforme o desejo de Santa Teresa de Jesus. Mas em santa Teresinha um algo mais a motivava: ser mártir. Testemunhar até o derramento de sangue a sua pertença a seu único Amor, e com isso ter o coroamento de seus anos de apostolado dentro do Carmelo. Ela sabia que sua entrega não era algo inativo.Tinha a convicção de que suas orações e sacrifícios em favor das almas eram alcançadas e em especial a dos apóstolos. E ser mártir seria nada menos do que já fez em toda a sua vida, derramar todo o seu sangue por amor a Deus e as almas.
            Teresinha enxerga que tudo que é ofertado a Deus com amor, pode ser útil para a Santa Igreja e para a salvação. Gestos, orações, trabalhos, enfermidades, convivência fraterna, se entregues nas mãos de Deus,  é para Ele um apostolado, pois é util para salvar. E ainda mais, só o desejo de salvar, apesar das imperfeições pode se torna agradável a Deus e aceito por ele como um apostolado. E essa é a alegria dos missionários, passar tudo o que se vive por amor a Cristo, oferecendo-se pelos homens.
            É claro que a santa possui em mente o entendimento de que Nosso Senhor é o modelo e primeiro grande Missionário, pois ele assume a carne e cultura humana para levar novamente o homem, que havia se perdido, para a casa paterna.
            Outro pormenos da vida da Santa: a possibilidade de partir para um outro mosteiro carmelitano, atendendo a seu enorme desejo de ser missionária. Sua madre era ciente e até mesmo pensará em mandar a santa para o convento de Tonkin (Vietnã), porém por causa de sua saúde precária não é enviada. A madre reconhece que esse é um chamado especial, nem toda carmelita tem esse chamado de viver exilada em lugares difíceis. Mas como se sabe, mesmo em uma terra distante a vida de uma carmelita e seu apostolado é dentro da clausura. Mas para ela isso não importa, como ela mesmo fala com o padre Adolfo Roulland, a vocação de um missionário é como a de Josué no campo de batalha, mas a dos que entregam sua vida a oração, são como a vocação de Moisés, mas ambos tem em vista uma única coisa: a Terra Prometida.

"Sendo o senhor como Jossué que combate no campo, eu sou o seu pequeno Moisés e meu corção está continuamente volltado para o céu obter a vitória. Ó meu irmão, como o senhor seria de dar dó se o próprio Jesus não sustentasse os braços de seu Moisés! Mas como o socorro da oração, que todos os dias o senhor mesmo dirige por mim ao divino Prisioneiro do amor, espero que nunca fique de dar dó, e que depois desta vida, durante a qual juntos semeamos em lágrimas, nos encontremos alegres segurando as palmas nas mãos."

            Uma ânsia em realizar seu apostolado também movia o coração da santa. Ela compreenderá que só havia um único dia para rezar e se sacrificar pelas almas, o hoje. E a dedicação empregada nisso não é nada mais do que provas ao amor de Deus. É interessante notar que sempre que Teresa vai pensar em missão e apostolado, ela tem em mente essas duas coisas, como já observamos, a oração e o sacrifício. Isso mostra que para a jovem doutora carmelita só se faz missão unido ao Senhor pela via da oração, e também com os diversos sacrifícios  próprios dos que abandonaram satisfações neste mundo para ganhar o outro. A única esperança que deve motivar o coração do missionário é a certeza que o Senhor já demonstrou por primeiro Seu Sacrifício de amor por nós.

I.III.  Santa Teresa de Lisieux encontra seu lugar na Igreja.

            Em um estágio avançado de sua vocação e já perto do fim de sua vida, Santa Teresinha se depara com um insatisfação, sua vocação parece não ser suficiente para preencher seu coração:

            "Ser tua esposa, ó Jesus; ser carmelita, ser, pela minha união a ti, a mãe das almas, deveria ser-me suficiente... Mas não o é... Sem dúvidas, esses três privilégios formam minha vocação: carmelita, esposa e mãe. Todavia sinto em mim outras vocações, a de ser guerreiro, a de ser sacerdote, a de apóstolo, a de doutor, a de mártir, enfim, sinto a necessidade, o desejo de realizar para ti, Jesus, as mais heróicas obras... Sinto na minha alma a coragem de um cruzado, de um zuavo pontifício. Quisera morrer num campo de batalha pela defesa da Igreja."

             A insatisfação que ronda o coração de Santa Teresinha está entre a sua vocação pessoal e sua vocação enquanto carmelita. É claro que estas estão unidas, mas o seu senso de missão ainda precisaria dar mais um salto elevado, para compreender que a sua missão é eclesial. Sabe claramente os elementos constitutivos da vocação de uma carmelita, mas no seu interior deseja dar um passo maior na concepção de camelita, mãe e esposa. Quem sabe sua insatisfação esteja no fato de querer como sua madre Santa Teresa de Jesus, abraçar o mundo, porém como ela mesmo diz: 'Todavia sinto em mim outras vocações'.
            Esse choque de Santa Teresinha parece ser normal para quem está em busca de sua identidade pessoal. Deseja ela realizar-se enquanto pessoa, que tem neste mundo uma missão específica. Ela sabe que enquanto não tiver esclarecidas essas dúvidas em seu coração, não poderá ser plenamente feliz. E como sabe que a fonte deste desejo não vêm meramente dela, busca com todo ardor respostas na Sagrada Escritura. Vale a pena transcrever o memorável testemunho de Teresinha, no tocante a este episódio.

            "Como os meus desejos me faziam sofrer um verdadeiro martírio na oração, abri as epístolas de São Paulo a fim de procurar alguma resposta. Meus olhos caíram sobre o capítulo 12 e 13 da primeira epístola aos Coríntios...No primeiro, li que nem todos podem ser apóstolos, profetas, doutores etc... que a Igreja é composta por diversos membros e que o olho não poderia ser, ao mesmo tempo, a mão.
...A resposta era clara, mas não satisfazia aos meus desejos, não me propiciava a paz...Como Madalena se inclinando sempre junto ao túmulo vazio acabou por encontrar o que desejava, também me abaixei até as profundezas do meu nada e elevei-me tão alto que consegui atingir minha meta... Sem desanimar, prossegui minha leitura e esta frase aliviou-me: 'Procurai com ardor, os dons mais perfeitos. Mas vou mostrar-vos ainda uma via mais excelente'. E o apóstolo explica como todos os dons mais perfeitos não valem nada sem o Amor.. Que a caridade é a via excelente para levar seguramente a Deus. Enfim, tinha encontrado repouso... Considerando o corpo místico da Igreja, não me reconhecera em nenhum dos membros descritos por São Paulo, ou melhor, queria  reconhecer-me em todos...  A Caridade deu-me a chave da minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo, composto de diversos membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe falta.Compreendi que a Igreja tem um só coração e que esse coração ardia de amor. Compreendi que só o Amor leva os membros da Igreja a agir, que se o Amor viesse a extinguir-se os apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os mártires negar-se-iam a derramar o sangue... Compreendi que o Amor abrangia todas as vocações, que o Amor era tudo, que abrangia todos os tempos e lugares... numa palavra, que ele é Eterno!...
Então, no excesso da minha alegria delirante, exclamei: Ó Jesus, meu Amor...enfim, encontrei minha vocação, é o Amor!...
Sim, achei meu lugar na Igreja e esse lugar, meu Deus, fostes vós que me destes... no Coração da Igreja, minha Mãe, serei o Amor... assim serei tudo...desta forma, meu sonho será realizado!!![8]

            Aqui se encontra a expressão máxima da visão eclesiológica da missão teresiana. Santa Teresinha é uma mulher que sente com a Igreja, as necessidades e a pluralidade de vocações. Seu desejo de ter diversas vocações, na verdade é o desejo da Igreja que precisa de diversas vocações. Mas como a Igreja é um corpo se faz necessário que Teresinha encontrasse seu lugar unindo-se aos demais membros e formando com eles um único corpo.
            Teresinha se vê portanto como membro do corpo místico de Cristo, que é a cabeça da Igreja. Assim essa única Igreja se torna e assume seu papel de ser o prolongamento  de Cristo na terra e de continuar sua missão redentora. Sendo o amor no coração da Igreja, santa Teresinha pode na sua vocação, ser como que o sangue que dá vida a todo o corpo. E ter sim, nela mesma, encerradas todas as as vocações, pois quem é o missionário por excelência é o Filho, do qual ela faz parte como membro de seu corpo. No único Corpo de Cristo, Teresinha é sacerdote, mártir, guerreira, apóstola e doutora.
           




            Esse pensamento de santa Teresinha vai acompanhá-la até o fim de sua vida. Ela entende que também é membro da Igreja Triunfante e por isso pode afirmar: "Não pretendo ficar inativa no Céu. Meu desejo é continuar trabalhando para a Igreja e pelas almas"[9]



Capítulo II- A compreensão da Igreja em relação a missão dentro de espirito de Teresa do Menino Jesus.

II.I. Visão do Magistério.

“Teresa Martin, Carmelita descalça de Lisieux, desejava ardentemente ser missionária. E foi-o, a ponto de poder ser proclamada Padroeira das Missões. O próprio Jesus lhe mostrou como haveria de viver essa vocação: praticando em plenitude o mandamento do amor, haveria de imergir-se no coração mesmo da missão da Igreja, sustentando os anunciadores do Evangelho com a força misteriosa da oração e da comunhão. Assim, ela realizava quanto é ressaltado pelo Concílio Vaticano II, quando ensina que a Igreja é missionária por sua natureza (cf. Ad gentes, 2). Não só aqueles que optam pela vida missionária, mas todos os batizados são de algum modo enviados ad gentes.” (Homilia do papa João Paulo II por ocasião da atribuição do título de doutora da igreja a santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face)
A Igreja de modo mais expressivo com o Concilio Vaticano II, vem ressaltar a sua dimensão missionária em sua essência profunda. Para o movimento Conciliar do Vaticano II, cada ato dos batizados se torna missionário pois, todo batizado sendo Igreja é missionário nela. E isso se realiza de modo mais pleno quando cada batizado vive a sua vocação profunda de ser amor no Amor. 
Olhar para uma Igreja missionária é olhar para os primeiros cristãos que tinham este ardente desejo. Ansiavam tornar Jesus Cristo conhecido, mesmo que isso custasse a própria vida. Os cristãos desejavam que o Evangelho fosse anunciado e que todos os povos: judeus, pagãos e bárbaros encontrassem a Salvação, ou seja, encontrassem a Pessoa de Cristo Ressuscitado. Sabe-se entretanto que o inicio da Igreja entre os anos 60 da nossa era, até 330 foi extremamente marcado pela perseguição aos cristãos. Neste período a grande força do anuncio a Cristo era a caridade entre os cristãos (Veja como eles se amam, Cf. At. 2).
Ao longo dos séculos isso nunca morreu na Igreja, mas foi sendo vivido de diversas maneiras, segundo o mover do Espirito Santo. No século XIX Santa Teresinha de Jesus já compreendeu de forma belíssima essa explicitação do Concilio Vaticano II. Apesar da vocação de clausura, Santa Teresa do Menino Jesus, nutria em seu coração este ardente desejo de torna a Cristo conhecido e amado. Assim como a Igreja olha para os primeiros cristãos para se compreender como Missionária, Santa Teresinha assim o faz, para viver a sua vocação de Carmelita.
Santa Teresinha por ser carmelita não podia sair do claustro de Lissiuex, porém pela oração, pelo desejo de salvar as almas, pela união com a Igreja que é missionária, pela correspondência e animação dos sacerdotes, vive a sua vocação missionária. Assim como de modo tão belo a Igreja nos apresenta na Carta Fidei Donum:
“Desde as origens, a santa Igreja, por sua própria natureza, é impelida a espalhar por toda parte a palavra divina; para cumprir esse dever imprescindível, jamais deixou de solicitar de seus filhos três auxílios: orações, assistência e, de alguns, o próprio dom de si mesmo.”
Esses Ponto elencados pelo Papa Pio XII, demostra como que a Igreja, deseja anunciar e fazer com que a Palavra seja conhecida. É um erro pensar que somente pelo uso de palavras, a Palavra Divina seja anunciada. Pois pensar assim é contar demasiadamente em técnicas e forças humanas e não na Graça de Deus. Não podemos esquecer das Palavras de Cristo: «Bendigo-Te, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos » (Mt 11, 25).

II.II. A Oração compreendida como Missão.

“Teresa foi iluminada de maneira particular sobre a realidade do Corpo místico de Cristo, sobre a variedade dos seus carismas, dons do Espírito Santo, sobre a força eminente da caridade, que é como que o próprio coração da Igreja, na qual ela encontrou a sua vocação de contemplativa e de missionária”. (CARTA APOSTÓLICA DIVINI AMORIS SCIENTIA DE SUA SANTIDADE PAPA JOÃO PAULO II)

De modo excelente a oração sempre foi compreendida como uma maneira ativa de fazer e elevar a alma a Deus. E isso ocorre na alma que se eleva a Deus pela oração, como também por aqueles, aos quais se rezam. Santa Teresinha fez de sua vida, uma continua oração e também sacrifícios, pelos missionários como também pelos pecadores. A Igreja compreende essa oração pelos pecadores como lugar privilegiado da missão ad gentes. Para a Santa, assumir a realidade de rezar pelos pecadores, era algo de incrível seriedade, a ponto de chamar os pecadores de seus irmãos.
Em um momento de oração e contemplação da imagem de Jesus Crucificado, sentiu o grito de Jesus que sentia sede pelas almas, dos sacerdotes e dos pecadores. Com essa experiência Santa Teresinha, compreendeu que sua missão estava profundamente relacionada a oração.
Mas entre os pecadores pode-se elencar de modo todo especial Henrique Pranzini (1856-1887). Este pecador, dentre vários crimes realizados, em março de 1887, na França degolou duas mulheres e uma criança, por causa de dinheiro. Foi condenado à morte por meio da guilhotina. Esse caso chamou atenção de Santa Teresinha, que o tomou como um filho espiritual, o seu ‘pecador’, pelo qual empregou todos os meios para a sua salvação, pois não queria que este caísse no inferno.
“No fundo do meu coração, tinha a certeza de que nossos desejos seriam atendidos. Mas afim, de ter coragem para continuar a rezar pelos pecadores, disse a Deus que estava certa de que Ele perdoaria o pobre infeliz Pranzini, que acreditaria, mesmo que não se confessasse e não desse nenhum sinal de arrependimento, enorme era minha confiança na misericórdia infinita de Jesus, mas Lhe pedia um sinal de arrependimento, para meu próprio consolo...Minha oração foi atendida ao pé da letra! Apesar da proibição de papai de lermos jornais, não pensava desobedecer lendo as passagens que falavam de Pranzini. No dia seguinte a sua execução, cai-me às mãos o jornal La Croix. Abra-o apressada e o que vejo? ... Ah! Minhas lágrimas traíram minha emoção e fui obrigada a me esconder... Pranzini não se confessara, subira ao cadafalso e preparava-se para colocar a cabeça no buraco lúgubre quando, numa inspiração repentina, virou-se, apanhou um Crucifixo que lhe apresentava o sacerdote e beijou por três vezes suas chagas sagradas! ... Depois, sua alma foi receber a sentença da misericórdia.”
(Obras completas pg. 140)
Neste trecho vemos com clareza a solicitude missionária de Santa Teresinha através da oração. Por primeiro não quer que esta alma vá para o inferno e por isso deseja salvar essa alma rezando por ele. Aqui mais uma vez a visão da Igreja como corpo pode ser notada. Ela se une todas as graças provindas deste Corpo Místico para a salvação desta pobre alma. A oração, o sacrifício unido a Igreja, é o seu lugar de missão. Se uma alma precisa ser salva, ai Teresinha deseja chegar, através de sua oração iluminando as almas, daqueles que por meio de seus pecados estão em meio as trevas.
Sua confiança na graça, fazia crer que sua oração não seria recusada, pois sabia muito bem que antes mesmos que ela quisesse salvar aquela alma era o próprio Deus que queria salvar. Isso fez a sua missão diante da oração florescer de modo muito fecundo. Descobrir que na oração se dá sua missão de salvar as almas, e que a sua oração será atendida, pois por primeiro é querer de Deus e a missão radical do Filho Salvar.
Mas o princípio que movia o coração de Teresinha era o Amor a Jesus, e este amor fazia com que ela desejasse que todos os pecadores conhecessem a Face do Amor. Toda a sua estava baseada no Amor e na Confiança. Fez ela as palavras do Evangelho que tem sua síntese sua real vocação missionária: “Amor a Deus e ao próximo”.  Com isso podemos constatar o mesmo desejo que move a Teresinha é o mesmo princípio que move a Igreja na missão.


II.III. A assistência missionária por meio de suas cartas.
“A doutrina espiritual de Teresa de Lisieux contribuiu para a difusão do Reino de Deus. Com o seu exemplo de santidade, de perfeita fidelidade à Mãe Igreja, em plena comunhão com a Sé de Pedro, assim como com as particulares graças por ela suplicadas para muitos irmãos e irmãs missionários, prestou um particular serviço à renovada proclamação e experiência do Evangelho de Cristo e à extensão da fé católica em todas as nações da terra.”
(CARTA APOSTÓLICA DIVINI AMORIS SCIENTIA DE SUA SANTIDADE PAPA JOÃO PAULO II)
           
            Inúmeras de suas cartas ao todo 269 que se mantiveram, são fontes de cuidado de zelo pelas almas. Seu desejo missionário, não se mantinha apenas por sua oração. Mas através dela, elaborava seu pensamento e visão de Deus, fazendo que que essa sua experiência transbordasse na vida do que lhe eram caros.
De modo mais explicito desejo missionário é demonstrado pelas correspondência aos seus irmãos seminaristas, que logo se tornariam sacerdotes missionários. Santa Teresinha sentia-se missionária por meio dos missionários da Igreja. Entretanto sabia quão inúmeros desafios passavam estes homens, que muitas vezes lhe abriam o coração e choravam a essa grande Santa seus medos e anseios.
Como é próprio de uma alma missionária, não perder oportunidade de fazer com que suas correspondências sejam fonte de sustentação e animação para a alma de seus ‘queridos irmãozinhos’
“Senhor padre, veio buscar consolação junto àquela que Jesus lhe deu por irmã e tem esse direito. Como Nossa Madre permitiu que lhe escrevesse, queria corresponder à doce missão que me foi confiada; sinto, todavia, que o meio mais seguro de conseguir esse objetivo é rezar e sofrer. Trabalhemos juntos pelas salvação das almas, só temos o único dia desta vida para salvá-las e dar, assim, ao Salvador, as provas do nosso amor”.
Santa Teresinha de modo muito especial amou seus irmãos sacerdotes e não deixou de oferecer a esses missionários suas orações e sacrifícios, para que assim pudesse cumprir de fato a vocação de salvar muitas almas. Se os braços da Santa não podia sustentar os pecadores, através dos braços de seus irmãos, ela podia. 
Mas não somente nas cartas aos missionários, mas nas correspondências a suas irmãs vemos em seus escritos, uma riqueza espiritual grandiosíssima. Nelas a santa animava também suas irmãs dando-lhes o auxílio necessário para a vivencia de suas respectivas vocação, na entrega ao único Senhor.
Celina, sinto que Jesus pede de nós duas, que desalteremos a sua sede, dando-lhe almas, almas de sacerdotes principalmente, sinto que Jesus quer que eu te diga isto, pois nossa missão consiste em nos esquecer, nos aniquilar...somos tão pouca coisa... e contudo Jesus quer que a salvação das almas dependa dos nossos sacrifícios, de nosso amor, ele mendiga-nos almas... Ah! Entendamos seu olhar! Tão poucos sabem compreendê-lo, Jesus nos dá a graça insigne de nos instruir ele mesmo, de mostrar-nos uma luz escondida!... (Obras Completas p. 411)
Vemos neste pequeno trecho de sua carta o pensamento constante de que sua vocação é missionária e está não somente para salvar a sua alma, mas esquecer de si para que assim possa salvar a muitos. E é interessante notar que, segundo o pensamento da Santa, Deus quer que a salvação de algumas almas, dependam de seus sacrifícios e de suas preces.
Essa ideia também está presente do Magistério da Igreja, que vê que a vida e a vocação contemplativa trazem inúmeros benefícios para todo o Corpo Místico: “também os contemplativos e contemplativas, oferecendo a Deus as suas orações e a sua própria imolação pela salvação do próximo, contribuem muito para o bem da Igreja”. (Carta Encíclica Sacra Virginitas do Sumo Pontífice Papa Pio XII)
            É próprio da vocação contemplativa a imolação pela salvação dos homens. Santa Teresinha, traz como um diferencial, aqui, a sua grande concepção eclesial, entendida a partir de sua vocação como um lugar na Igreja. E é neste lugar que ela como por essência missionária pode salvar muitas almas para Deus e saciar a sede de Jesus.





II.IV. O dom de si mesmo.
 “Ó meu Deus! Trindade Bem-Aventurada, desejo Amar-Vos e fazer-Vos Amar, trabalhar para a glorificação da Santa Igreja salvando as almas que estão sobre a terra e libertando as que sofrem no purgatório. Desejo realizar perfeitamente a vossa vontade e chegar ao grau de glória que me preparastes no vosso Reino, numa palavra, desejo ser Santa, mas sinto a minha impotência e peço-Vos, ó meu Deus!, que sejais Vós mesmo a minha Santidade...”.
(Ato de Oferecimento ao Amor Misericordioso pg. 274-história de uma alma).
             O Ato de Oferecimento ao Amor Misericordioso, é na verdade uma síntese do que foi a vida missionária de Santa Teresinha. Os princípios tão bem expostos por ela, estão unívocos com a ideal missionário pensado pela Igreja para a vida contemplativa.
            Um único princípio deve mover o coração dos missionários: Amar e fazer com que o Amor seja conhecido. Todos os meios utilizados para se colocar em prática esse ideal pode ser considerado como missão. É claro que acompanhado do desejo é preciso ter a reta intenção de glorificar a santa Igreja salvando e libertando muitas almas, como é da missão do Redentor.
“A urgência da atividade missionária deriva da radical novidade de vida, trazida por Cristo e vivida pelos Seus discípulos. Esta nova vida é dom de Deus, e, ao homem, é-lhe pedido que a acolha e desenvolva, se quiser realizar integralmente a sua vocação, conformando-se a Cristo. Todo o Novo Testamento se apresenta como um hino à vida nova, para aquele que crê em Cristo e vive na Sua Igreja. A salvação em Cristo, testemunhada e anunciada pela Igreja, é auto comunicação de Deus. « O amor não só cria o bem, mas faz participar também na própria vida de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Com efeito, aquele que ama quer dar-se a si mesmo”.
(CARTA ENCÍCLICA REDEMPTORIS MISSIO DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II)
            A oferta ao Amor Misericordioso está em plena ressonância com essa novidade da vida em Cristo. Teresinha busca em tudo conforma-se com a oferta de Jesus, e como Ele, salvar muitas almas ao seu Divino Pai. Não temia o sofrimento que com ia oferta de sua vida poderiam lhe sobrevir, pois antes de tudo era uma alma confiante no amor do Pai, que queria configura-la a Seu Filho Jesus Cristo.
            Claro que o anuncio da vida nova assumida por Teresinha, foi contemplada por suas irmãs no Convento através de sua pequena via. Esse método de união com Deus, está repleto de renuncias, sacrifícios e esvaziamento, para que desta forma, a sua entrega seja mais perfeita tanto a Jesus como a sua comunidade.
            Teresinha deseja o último lugar como Jesus também o quis, pois sente que sua vida tem como finalidade o trabalho para a glorificação da Igreja e a salvação das almas. Teresinha na imitação de Jesus, apreendeu a amar os pecadores, seus irmãos sacerdotes e irmãs de comunidade. Pois a caridade é a forma que ela encontrou para doar a sua vida como essa oferta, que pode unida a de Cristo gerar salvação.













Capítulo III- A dimensão missionária do Carisma do Louvor de Deus em Santa Teresa do Menino Jesus.


“Santa Teresinha do Menino Jesus e São Francisco Xavier são os padroeiros das missões do Instituto”. (Constituição de 1998§262)

III.I. O Carisma do Louvor de Deus.

            A Fraternidade Jesus Salvador, foi fundada pelo Padre Gilberto Maria Defina, sjs no ano de 1993. Tendo como Carisma o Louvor de Deus em todas as suas formas, a Litúrgica em primeiro e como consequência deste Louvor a santificação de quem Louva e a santificação da comunidade. Tudo isso se dá por meio da Espiritualidade Carismática, fruto do derramamento do Espirito em Pentecostes e de modo todo singular em comunhão com o movimento da Renovação Carismática Católica.
            A Fraternidade Jesus Salvador possui três ramos: o Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador que comportam os irmãos e sacerdotes salvistas; O Instituto Missionário Servas de Jesus Salvador e os Leigos da Ordem Terceira. A obra salvista possui ainda um ramo de jovens, que bebem também do Carisma do Louvor de Deus e de sua Espiritualidade.
                A Fraternidade Jesus Salvador é uma Obra que tem em sua essência a dimensão missionária, e isso suscita no coração de cada membro desta Obra a correspondência das necessidades da Igreja, sua amada Mãe. Por isso ela é uma obra missionária, tal qual a Igreja. Tendo realmente em si o desejo de levar a salvação a todos os povos.

“Deus quer que todos os homens sejam salvos pela Igreja, sacramento universal de salvação. Como ela, nosso Instituto é missionário, devemos ter alma missionária. Onde estiver a Igreja, lá estará um javista e onde ela ainda não estiver, nós a levaremos lá”. (Constituição de 1998§419)
           

            A missão da Fraternidade Jesus Salvador está intrinsicamente ligada e tem seu ponto de partida na pluralidade e missionariedade da Igreja. O padre Gilberto Maria Defina, sjs, apresenta para a Fraternidade Jesus Salvador, o mesmo prisma pelo qual santa Teresinha entende missão: a corporeidade da Igreja, que é missionária em sua essência e em cada batizado e que a partir do sacramento são enxertado no Corpo Místico de Cristo. Por isso está Obra da Fraternidade tem por desejo levar que aqueles que ainda não conhecem a salvação de Cristo, a conhecerem.
O modo e a forma de levar e ser missionário desta Obra não se dá de maneira isolada, mas como Igreja, sacramento universal da salvação.
            Tudo que os salvistas fazem, realizam no apostolado como missionários. A Fraternidade Jesus Salvador, não possui nenhum apostolado no caráter restritivo, mas toda a sua atividade é missionária, porque busca levar o homem a fazer uma experiência com Jesus Salvador, na força de seu Espírito. Para que possam a partir do Carisma do Louvor de Deus, também serem canais da graça de Deus, e louvando a Deus, se santificarem e a quem é alcançado por este Louvor.
            Cada missionário Salvista, precisa ser um verdadeiro servo da Salvação, cumprindo o mandato do Senhor e a realizando como Ele realizou, a sua missão. Reproduzir a Face de Cristo que Louva ao Pai (conforme Lc...) e assim alcançar a todos por meio deste Louvor que é ação do Espirito Santo, na alma dos pequenos. E sendo assim o Carisma do Louvor de Deus reconhece que este Louvor é ação de Deus na alma e na vida do homem.

III.II. A compreensão da dimensão missionária Salvista com bases em Santa Teresinha.

“Olhemos para Santa Teresinha do Menino Jesus, que sem sair do seu convento tornou-se a padroeira das missões, por tanto desejo que ela tinha de ser missionária. Portanto, o desejo de ser missionário é o mais importante para nós, não só o fato de ser missionário, mas o fato de desejar ser missionário é contado entre as graças de Deus para cada um de nós. Jesus quis ser missionário!” (Autobiografia 146)

            A Fraternidade Jesus Salvador, tal como Santa Teresinha, traz o desejo mais profundo de ser missionária para que sendo leve a salvação a todos os quanto ainda dela precisam. Porém, a dimensão missionária do Carisma, começa primeiramente no desejo der ser missionário. Porque como Santa Teresinha a experiência da missão é vivida na perspectiva do amor e tem o amor como sua centralidade.
            Não se pode esquecer que: “Verdadeiramente o Espírito Santo é o protagonista de toda a missão eclesial: a Sua obra brilha esplendorosamente na missão ad gentes, como se vê na Igreja primitiva pela conversão de Cornélio (cf. At 10), pelas decisões acerca dos problemas surgidos (cf. At 15), e pela escolha dos territórios e povos (cf. At 16, 6 s). O Espírito Santo age através dos Apóstolos, mas, ao mesmo tempo, opera nos ouvintes: « pela Sua ação a Boa Nova ganha corpo nas consciências e nos corações humanos, expandindo-se na história. Em tudo isto, é o Espírito Santo que dá a vida ».O envio «até aos confins da terra » (At 1, 8)” (Redemptoris missio 21).
            Quando o missionário conta demasiadamente em suas forças, não dá espaço para que a graça de Deus possa agir, e assim, o objetivo de levar a salvação não acontece. A base de tudo está no desejo, e este de querer a salvação das pessoas, fazendo que a Boa Nova chegue aos ouvidos, do coração e da consciência humana.
            Por isso a base de tudo está no Amor. Só o amor pode querer a salvação das pessoas. O desejo de ser missionário tanto na Fraternidade Jesus Salvador, como na dimensão missionária de Santa Teresinha encontra seu cerne no mandamento do Mestre em amar. E também no entendimento que somos Corpo Místico de Cristo e devemos como membros de corpo, cuidar de cada membro com a devida atenção. Cada membro tem a sua importância, e todos eles bem articulados podem assim dar Glória ao Pai na força do Espírito Santo.
            Podemos falar também de uma santificação pessoal e comunitária. A medida que o missionário Salvista se abre a ação do Espirito num reconhecimento que ele é o verdadeiro protagonista e os missionários apenas servos, está graça da Salvação realizada pelo Missionário do Pai, alcança aqueles que se abrem a graça do Espirito bem como aos quais são direcionada a missão. Mas tudo isso só pode ser realizado, no prisma do Amor. Porque nos amou, Jesus veio ao encontro da humanidade. E assim também nos, porque amamos a Jesus e aos homens devemos ir a eles, os socorrendo em suas diversas necessidades.
            Por isso também que a missão da Fraternidade Jesus Salvador não pode se restringir num único apostolado: “Compreendi que o Amor abrangia todas as vocações, que o Amor era tudo, que abrangia todos os tempos e lugares... numa palavra, que ele é Eterno!...
Então, no excesso da minha alegria delirante, exclamei: Ó Jesus, meu Amor...enfim, encontrei minha vocação, é o Amor!...
Sim, achei meu lugar na Igreja e esse lugar, meu Deus, fostes vós que me destes... no Coração da Igreja, minha Mãe, serei o Amor... assim serei tudo...desta forma, meu sonho será realizado!!!” (
[1] Obras completas, p. 213.)


III.III. A oração compreendida como missão.

“Nosso primeiro gesto missionário acontece frente ao Sacrário do Senhor. É pela oração, louvação e adoração incessantes, que chegamos aos lugares mais recônditos e longínquos da Terra”. (Constituição de 1998§216)

            A Fraternidade ver a oração como esse lugar privilegiado aonde a missão acontece. Por meio dela nos unimos a Jesus Cristo e nele somos enviados em missão, alcançando as pessoas aonde quer que elas se encontrem. A oração nos uni como Corpo Místico de Cristo, e nos faz chegar as necessidades mais profundas do ser humano.
            É através da oração que o missionário apreende de fato o que é ser missionário aos moldes do Missionário. E mais do que isso é através da oração que ele encontra o sentido profundo de ser um servo da graça, ou seja, um missionário salvista. É por meio da oração que ele faz a sua missão de unir as almas á Jesus, lhes comunicar a salvação. Os servos da Fraternidade precisam ser antes de tudo pessoas que rezam e fazem da oração fonte da sua missão e a sua verdadeira missão.
            A Fraternidade Jesus também vê como Santa Teresinha que a oração é um ato missionário, que alcança as pessoas e as levam a fazerem uma autentica experiência com o Salvador. Jesus não conhece barreiras de tempo e espaço; é pelo amor e o desejo da alma orante, que o Salvador quer alcançar a muitas almas, salvando-as e lhes comunicando o seu Espirito. Jesus quis salvar almas pelas suplicas e preces de Santa Teresinha, da mesma forma suscitando a Fraternidade Jesus Salvador, desejo por meio da oração desta salvar muitas almas, pois Ele é YESHUA (Deus Salva).
            A missão de Jesus é salvar, e ele nos tempos atuais deseja realizar a salvação por meio de sua Igreja. Por isso a missão da Fraternidade é antes de tudo ser Igreja Corpo Místico de Cristo. Unindo-se a Ele através do Carisma que se dá em primeiro na Liturgia perpetuar o continuo sacerdócio de Cristo Salvador.


“Para mim, a oração é um élan do coração, é um simples olhar lançado em direção ao céu, é um simples olhar lançado em direção ao céu, é um grito de reconhecimento e de amor em meio à provação como também em meio à alegria; é, enfim algo grande, de sobrenatural, que me dilata a alma e me une a Jesus.” (MC.25r-25v)

            Tudo foi feito através do Amor, e é pelo amor que a Fraternidade Jesus Salvador deve fazer o seu apostolado. Por amor, deve ter o desejo ardente em seu coração de ver a todos inseridos no Corpo Místico de Cristo não por forças próprias mais unicamente apoiados na graça de Deus. Pois como pensava o Padre Gilberto o salvista acredita mais na força do Espirito Santo do que nas capacidades e técnicas humanas. (conforme constituição de 1998 pg 13)
            Quando a missão salvista é vivida a partir da sua dimensão oracional, ela não pode ter outra coisa a não ser bom êxito. Pois ela se torna fruto da intimidade do missionário com o próprio Jesus Salvador. E como sabe-se, é Ele por primeiro que quer salvar as almas e enviar missionários parar trabalharem na vinha de seu Pai. Se é em Jesus que se começa a missão salvista, o missionário tem a plena confiança do sucesso da evangelização, pois crer no poder da sua oração como querida primeiramente pelo próprio Jesus. E é por meio desta que ele se torna um só com Jesus.
            Vemos nestes aspectos a relação da visão de Santa Teresinha, com a visão da missão da Fraternidade Jesus Salvador. A oração é um ato de confiança em Deus Salvador e é por meio dela que os salvistas desejam alcançar a todos e comunicarem a salvação.


III.IV. A assistência missionária da Fraternidade Jesus Salvador.

            “Para tanto, este Instituto quer se utilizar de todos os meios e técnicas disponíveis em nossos dias e que forem surgindo. Todos as formas e meios de evangelização entram em nossos planos”. (Constituição de 1998§415)
           
            Vemos que assim como já explicitado, Santa Teresinha em sua missão de ser amor, encerrava o desejo de ser missionária, trazendo em si todas as demais vocações. Santa Teresinha dentro do Corpo Místico de Cristo, olhava para os demais membros e via as suas necessidades. Por isso queria corresponder a todas as vocações. Descobrindo o eixo central de todas encontra como poderia, ser tudo nas necessidades das diversas vocações.
            A Fraternidade também deseja ser tudo no mundo, por meio da sua vocação específica. E isso se dá na abertura a todo apostolado que a Igreja nos confiar. Os salvistas querem tudo, pois encontram no carisma do Louvor o Tudo. Sabendo que as necessidades da Igreja são diversas, a Fraternidade quer corresponder a todas elas por meio do Louvor.

 “No Louvor de Deus tudo se encontra e é nele que nós vamos permanecer, na misericórdia, na feliz eternidade, louvando constantemente a Deus” (Autobiografia pg 130)

            Nessa compreensão de que no Carisma os salvistas encontram tudo, pode-se entender também que por isso podem se abrir a todo apostolado. Pois tudo o que fazem e são está encerrado no Louvor. Acabando que suas ações e atos se convergem para o Carisma.

“Impulsiona-nos a convicção de que o Senhor chama cada irmão deste Instituto a ser um verdadeiro servo da obra de Salvação. Portanto, o Instituto tem como objetivo cumprir o mandato do Senhor Jesus: andar por toda a parte anunciando, com a unção do Espírito, o Reino de Deus, fazendo o bem, curando e libertando seu povo cativo, prisioneiro de tantas e diferentes formas de escravidão. Para tanto se coloca à disposição da Hierarquia para cumprir tal missão onde for mais necessário”. (Constituições do I.M.S.J.S§4)

           

A Fraternidade como Santa Teresinha abraça a tudo, pois traz em si o desejo profundo da salvação. As necessidades são adversas, mas no Carisma os servos da Fraternidade, querem responder a todas elas. Pois encontraram O Tudo, na vocação. A assistência assim da Fraternidade se dá na peculiaridade de cada necessidade apresentada a ela. E em todas se fazem arautos da salvação, fazer com que todos Louvem a Deus.
            Seja por meio da oração, seja por meio do ministério sacerdotal, seja no trabalho manual ou social, no silêncio ou gritando sobre os muros, os salvistas são apenas servos da salvação e vão ao encontro de todos os que estejam necessitados. Ser missionário como Jesus o foi, indo no especifico de cada pessoa é a missão do salvista.
           




Conclusão
           
A comunhão entre Deus e a Humanidade dá-se de variadas formas. Para tanto são muitas as mediações ou os mediadores que constroem pontes para que esse encontro aconteça. A História da Salvação e da Igreja é um compêndio das muitas operações da Graça de Deus mediante a força da oração. Desta fonte que brota do próprio Deus vemos um sem número de Comunidades religiosas e missionárias e milhares de santos e santas suscitados para a salvação das almas.
             Teresinha ocupou e ocupa, como vimos de maneira forçadamente reduzida, um lugar privilegiado no rol dos santos que se ofereceram livremente ao Amor, consagrando-se a uma vida de oração intensa rica de ação missionária. Nos tempos atuais, de grandes transformações no seio da Igreja, em especial desde o Concílio Vaticano II, o Espírito Santo suscitou a Fraternidade Jesus Salvador, que por sua vez adota Santa Teresinha como patrona, e que surge como Carisma voltado para a oração e o apostolado, tudo sob o prisma do Louvor de Deus e da santificação das almas.
            Portanto, a vida e obra de Santa Teresinha, Doutora da Igreja e Padroeira das Missões e hoje a obra missionária dos salvistas se entrelaçam, e despontam em uníssono para o objetivo comum da salvação da Humanidade, do desejo profundo e real de levar tudo e todos ao conhecimento do Amor - de Deus.




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[1] Historia de uma alma, p. 210.
[2] Santa Teresinha, Centenário.
[3] Psicologia p. 23.
[4] História de uma alma pg 129.
[5] Santa Teresinha de A a Z.
[6]Carta 135- Obras Completas pg.456.
[7] Historia de uma alma pg.261.

[8] Obras completas, p. 213.
[9] Obras Completas, Cartas, p. 603.

A LIBERDADE E LOUVOR DE DEUS COMO FIM ÚLTIMO DO HOMEM

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