segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Espiritualidade Salvista

Fraternidade Jesus Salvador: Espiritualidade Salvista

            Abaixo colocamos como nosso Pai-Fundador, Pe Gilberto Maria Defina, sjs, pensava sobre a Espiritualidade Salvista, através de um Diretório de Espiritualidade.

Objetivo da Obra – “Seu objetivo principal primário é o Louvor de Deus, sob todas as suas formas, a litúrgica, em primeiro lugar; e secundário, - como consequência desse louvor -, a santificação pessoal e comunitária, através da consagração ao Espírito Santo, Deus-Amor”.[1]

“Neste Diretório de Espiritualidade poderá observar-se que boa parte dele se dirige especificamente ao ministério ordenado, ou seja, para um Seminário Maior e Propedêutico em que predominem os vocacionados ao sacerdócio ministerial, quer dizer, para a formação do Padre. Isto acontece porque em geral os Seminário são dirigidos mais para esta finalidade. Entretanto, a Fraternidade optou, firmemente, que seminaristas diferentes se misturem neste Seminário Maior, de certa forma, indiferentemente quanto à formação de vida e de estudos. Portanto, pedimos a todos os alunos, quer os que se dirigem para os ministério ordenados, quer para outros ministérios, que observem tudo quanto para cada um diz respeito nestas páginas. Excluído o que se refere apenas diretamente para formação do sacerdote, tudo o mais compete aos demais ministérios, indistintamente. O mesmo se afirma a respeito de outros Diretórios e Diretrizes mais adiante explicados, de todos merecendo o mesmo acatamento que este, de Espiritualidade. Este Diretório de Espiritualidade, sem dúvida, deve ser colocado em primeiro lugar. (...)

A Formação do Ministro Sacramental e do Ministro Extraordinário Laical

- Os vários atos a praticar para uma excelente formação:

1. A missão para a qual o futuro ministro ordenado, sacramental, se prepara, resume-se com perfeição nas seguinte palavras da Carta aos Hebreus 5,1-4: ‘Todo sacerdote (pontífice) é escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus’... ‘Ninguém se aproprie desta honra, senão somente aquele que é chamado por Deus, como Aarão’ (Hb 5, 1-4).

2. A amplificação prática desta missão encontra-se concretamente no tríplice serviço do ministério sacerdotal: como serviços da Palavra, do Sacramento, da Pastoral – Caridade na Comunhão Eclesial. Estes são elementos importantes do sacerdócio que o futuro ministro deve cultivar gradativamente segundo os diversos passos de sua formação e introdução nas Ordens Sacras, do Diaconato e do Presbiterato. Tríplice missão: sacerdotal, profética e real do Cristo. O ministério ordenado difere essencialmente de outros ministérios (Diretório para o Ministério e a Vida do Presbítero) (Vd. Congregação para o Clero, 1994).

3. Antes de fazer-se pregador e evangelizador do Mistério de Cristo, o futuro ministro deve viver este Mistério. Por isso deve penetrar na realidade profunda do Cristo no seu sacrifício redentor da cruz. Isto vale plenamente para os demais ministério laicais.

4. A realidade desta vida de oração exprime-se pelos atos litúrgicos, primariamente, de maneira concreta. Por isso, a oração, e sobretudo a oração litúrgica, supõe disposições interiores conformes às disposições exteriores, sob pena de se tornar totalmente inoperante. Mais ainda: o diálogo íntimo com Deus na oração particular toma seu pleno sentido porque complementária à oração litúrgica, na qual a comunidade eclesial assume e, de certa maneira, transforma a oração individual.

5. Por isso é preciso também um contínuo renovar-se no Espírito para sempre manter a chama bem viva e fecunda. Excelente ocasião para revisão deste esforço de conversão e renovação contínua se encontra no retiro realizado no devido espírito de recolhimento. Conversações paralelas e sobrepostas, dentro do retiro, significa exatamente o contrário: tais indivíduos não estão nada interessados em recolhimento e renovação de suas vidas. Por outra, pode perder-se por tibieza e incúria, a graça do batismo no Espírito Santo, se não se continuar a pedi-la e recebê-la, constantemente.
            Nesta perspectiva, toda a vida litúrgica do Seminário deve ser vivida de tal maneira que seja para cada um, não uma carga imposta, mas a expressão concreta da vocação ministerial. Isto vale perfeitamente para os ministérios não-ordenados.

6. O aluno que se prepara mais imediatamente para o ministério sacerdotal deve cada vez mais aprender a configurar-se a Cristo Sumo Sacerdote. Ele deve de tal modo viver o Mistério do Cristo, que saiba, uma vez ordenado no sagrado ministério, neste iniciar o povo que a Igreja lhe confia.

7. Na leitura e na oração meditativa e contemplativa diária da Palavra de Deus, ele encontra a ciência eminente de Jesus Cristo. Na comunicação íntima da Sagrada Liturgi que é o exercício, por meio da Igreja, do próprio Sacerdócio de Cristo, sobretudo do Sacrifício Eucarístico, fonte riquíssima de inesgotável alimento da vida cristã, esta deve ser para o aluno o ápice e centro de toda a sua formação. Comece a exercer, como antecipação, o que será o sol irradiante de seu sagrado múnus ministerial. É neste ministério que, agindo ‘na pessoa de Cristo’ e proclamando seu Mistério unirá os votos dos fiéis ao sacrifício de sua Cabeça. Até a volta do Senhor, tornará presente e aplicará no Sacrifício da Eucaristia o único sacrifício do Novo Testamento. Isto se prolonga nas visitas freqüentes ao Santíssimo Sacramento em seu Sacrário. Isto é a Igreja em oração!

8. Orientado e auxiliado pelo seu Diretor Espiritual, conselheiro indispensável na formação do ‘homem interior’, e por outros que tem a sua confiança, o aluno toma pleno conhecimento da realidade concreta da tarefa árdua que pretende assumir. Os orientadores não dissimulem nenhum aspecto da vida do futuro ministro, mas jamais apresentando a vida sacerdotal sob a perspectiva negativista, e sim, a mais sublime e consoladora forma de uma vida a serviço do amor cristão.

9. Neste contexto, reconhecendo o valor e dignidade do sagrado matrimônio cristão, que o Apóstolo compara à união entre Cristo e sua Igreja, compenetre-se do verdadeiro valor evangélico de sua vocação ao celibato sacerdotal, de tal modo que possa, depois de uma opção maduramente deliberada, dar-se com magnanimidade ao serviço do Senhor, ‘propter regnum Dei’.

10. Um só é nosso Mediador junto ao Pai, segundo as palavras do Apóstolo. ‘Porque um é Deus, um também o Mediador entre Deus e os homens: o Homem Cristo Jesus, que se entregou para redenção de todos’.
Mas esta mediação, este encontro de Deus com os homens só foi possível e só se realizou porque Nossa Senhora, a Mãe de Deus e nossa Mãe, a Virgem Maria, num ato singular de obediência, de fé, de esperança e de ardente caridade se tornou para nós Mãe na ordem da graça.
            Pelo que, o futuro apóstolo exercite-se em sólida devoção à excelsa Mãe de Deus; aceite, como Ela, a vontade salvífica e atuante de Deus; siga-lhe os exemplos, principalmente os de humildade e obediência; celebre-a com formas concretas de autêntica piedade.

11. Atenda o formando a todas as coisas acima expostas; leia-as com freqüência e nelas medite; cumpra este Diretório de Espiritualidade como cartilha de Deus para o seu sacerdócio, e terá a vida eterna como promessa divina. Diz o apóstolo: ‘Atende a esta coisas, ocupa-te com todo o empenho nelas, a fim de que seja maniafesto a todos o teu progresso. Cuida de ti mesmo e do teu ensino, e insiste nestas coisas, porque fazendo isto, salvar-te-ás a ti mesmo, juntamente com aos que te ouvem’ (1 Tm 4,15-16)”.[2]

  







[1] Pe. Gilberto Maria DEFINA. Ordem da Fraternidade Senhor Javé Salvador: Constituições, Regras de Vida e Ordenações de Estudos. São Paulo, 1995, p. 3.
[2] Pe. Gilberto Maria DEFINA. Ordem da Fraternidade Senhor Javé Salvador: Constituições, Regras de Vida e Ordenações de Estudos. São Paulo, 1995, p. 101-104.

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