sábado, 16 de outubro de 2010

O que o Carisma "Louvor de Deus" não é



O que o Carisma “Louvor de Deus” NÃO é!
O inimigo do Carisma é a HIPOCRISIA, nos quatro tipos abaixo, de um modo ou de outro, prevalece uma falsidade na participação no Mistério, a pessoa ou abre certas partes de sua vida, seja interior ou exterior, ou dimensões racional ou emocional. Não se entregando por interior, vive como num teatro diante de Deus, como a origem da palavra hipócrita queria dizer, aquele que interpretava, e que pior, acreditava na própria interpretação como verdade. Não se transformando e sua vida não se tornando um Louvor de Deus. Mas a participação no Mistério primeiramente na Liturgia, transborda para a vida o que a torna Louvor de Deus.
O Louvor de Deus é liturgia na vida, por isso o melhor modo de viver o carisma é amar, e o método que possibilita esse amor é a vivência na Liberdade e o que nosso Fundador Pe. Gilberto insistia, a virtude da transparência, diante de Deus e dos homens, ser o que é num pleno auto-conhecimento em Deus. O paradigma dessa vivência transparente é o salmo 138 (Tu me conheces...). 




1. O “Louvor de Deus” não é ritualista.
 Na Liturgia:         Ritualismo é o “apego demasiado a rituais, cerimônias, formalidades, geralmente relativo desconhecimento de seu significado social”.[1] Num ambiente celebrativo ritualista os estímulos à participação se restringem à dimensão exterior. Os atos não têm raiz no interior e mesmo os sentimentos são teatralizados. As disposições interiores são desprezadas, pois o importante é que o espetáculo continue. Nesse tipo de participação parcial há uma ênfase no símbolo como coisa e uma predileção pelo juridismo tendo em vista a eficiência do rito no seu aparato externo. O ritualismo é herdeiro da concepção litúrgica barroca e posteriormente romântica (Movimento Ciciliano), que consideravam a liturgia como uma obra perfeita e imutável, por isso os fiéis devem assisti-la como a um espetáculo. Também o espaço sagrado é construído como uma casa de espetáculos, com direito a balcões e platéia. Conseqüentemente, os ministro se tornam executores de ordens e os fiéis simples assistentes. As relações entre os participantes são totalmente formais.
Na Vida: a pessoa ritualista vive uma vida falsa, seus atos exteriores são efetuados sem raiz no interior, tal pessoa cria não uma, mas várias máscaras no relacionamento social. Além de não se conhecer e se dar a conhecer, o ritualista vive uma solidão interior suprema, o que leva a vários desequilíbrios psíquicos.


[1] Ritualismo. In: INSTITUTO ANTONIO HOUAISS. Dicionário Houaiss de língua portuguesa, p. 2463.2. O “Louvor de Deus” não é sentimentalista.
Na Liturgia: Sentimentalismo é a “tendência a colocar os sentimentos acima da razão ou inclinação para a sentimentalidade exagerada”.[1] Num ambiente sentimentalista a disposição interior é estimulada em direção ao Mistério simbolizado somente na dimensão emotiva. A dimensão racional é desprezada. Nesse tipo de participação parcial há uma ênfase na música e orações que privilegiam a reação sentimental. A conseqüência é o incentivo a um comportamento individualista e como conseqüência não cria comunidade. Tal participação parcial é incentivada em religiões e seitas neopentecostais, que ao explorar a devoção popular transformam o culto num supermercado religioso que pretende “curar” todas as doenças através de uma catarse coletiva, explorando os sentimentos. A relação entre os participantes é afável, porém superficial e circunstancial.
Na Vida: O sentimentalista privilegia os sentimentos, toda sua vida é pautada por essa vida, não racionaliza suas intenções e modo de se relacionar, é um pessoa extremamente instável, tanto consigo mesma como com os outros, levando a isolamento social e perturbações de todo gênero.




[1] Sentimentalismo. In: INSTITUTO ANTONIO HOUAISS. Dicionário Houaiss de língua portuguesa, p. 2548.


3. O “Louvor de Deus” não é intelectualista
Na Liturgia:            Intelectualismo é a “tendência de uma pessoa a dar primazia à inteligência e às faculdades intelectuais, sacrificando as emoções e os instintos”.[1] Nesse tipo de participação parcial se privilegia o racional. A relação com o Mistério simbolizado é formal e o culto é visto como uma catequese ou ensino de tal modo que a celebração se torne aula. Há uma grande influência do Iluminismo, que levou católicos e protestantes a transformar a liturgia num instrumento de ensino das massas. A disposição interior é estimulada para aprender e o Mistério é visto como algo a ser racionalizado. O intelectualismo está presente em muitas de nossas celebrações através de comentários intermináveis ou explicações inconvenientes ou, ainda, de cursos ou obras sobre liturgia que primam pela comunicação e não pela mistagogia. Como conseqüência de tudo isso a relação entre os participantes é fria.
Na Vida: A primazia do racional faz com que o intectelectualista viva uma vida pautada pela razão, é uma pessoa fria e calculista, o tipo ideal extremo de tal pessoa é o psicopata.

[1] Intelectualismo. In: Ibidem, p. 1630.
4. O Louvor de Deus não é intimista
Na Liturgia: Intimismo é a valorização dos “sentimentos íntimos mais profundos”.[1] Na participação parcial intimista se privilegia o interior do celebrante, a relação com o Mistério simbolizado é minimizada, pois a busca pela celebração é regida pelo egocentrismo. O ambiente intimista leva os participantes a formarem uma disposição interior autocomplacente na busca da própria satisfação. Os estímulos não atingem a pessoa e a relação com os outros participantes praticamente não existe. O intimismo está presente na busca de novas experiências religiosas, que procuram desconsiderar a importância do rito e da ação humana.
Na Vida: O intimista é a pessoa fechada em seu castelo, as machucaduras da vida o levaram a ver a vida a partir de uma redoma de vidro, tal isolamento social impede um relacionamento transparente, e por consequência a pessoa não se ama e não ama os outros.

[1] Intimismo. In: INSTITUTO ANTONIO HOUAISS. Dicionário Houaiss de língua portuguesa, p. 1638.




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