sábado, 16 de outubro de 2010

Laus Dei - O nosso Carisma é o Louvor de Deus

LAUS DEI

O nosso carisma é o Louvor de Deus”. É assim que cada salvista diz ao ser perguntado sobre o carisma da Fraternidade Jesus Salvador. Mas o que seria “Louvor de Deus”? O nosso fundador experenciou em sua vida o carisma, para então fundar a FJS. Essa experiência brotou de sua vida de ser humano, cristão, sacerdote, religioso, no sofrimento e na alegria, na saúde e na doença, até a sua última entrega na morte. Mas qual é a fonte do carisma?
O carisma do “Louvor de Deus” brota da própria Revelação. Deus chama o ser humano à vida, para sua glória, conforme disse Santo Irineu, a glória de Deus é o homem vivo. Com o afastamento de Deus pelo pecado (Cf. Gn 3) o ser humano se afasta da fonte da vida que é Deus. O Senhor, porém, não desiste de seu plano de salvação e todo o Antigo Testamento vem mostrar que Deus quer a vida do homem, quer salvá-lo. Jesus é a plenitude da salvação, Ele é o Servo da Obra da Salvação, veio para que todos tenham vida e vida em abundância (Cf. Jo 10, 10). Com sua morte e ressurreição, Jesus plenifica o ser humano pelo sangue e água derramado na cruz. Os sinais sacramentais vêm dar vida à Igreja, para que esta unida ao seu Fundador, através da ação do Espírito na Liturgia (SC 10), possa se entregar ao Pai. Cada ser humano, é convidado em Cristo, a se tornar um sacrifício vivo, a oferecer o próprio corpo num culto espiritual (Cf. Rm 12, 1). Vida imersa na graça, que transborda em obras de justiça para a vida do próximo. O Louvor de Deus é portanto, a nossa vida que se torna um verdadeiro Louvor, sermos “para Deus o bom odor de Cristo, entre aqueles que se salvam e aqueles que se perdem” (2 Cor 2, 15). Nesse processo de salvação, qual é a missão da FJS? É na Liturgia o primeiro lugar do Louvor, e se são os sacramentos a fonte da Graça, cada membro desta Obra é chamado a viver o esplendor litúrgico, isto é, tornar a Liturgia um perfeito louvor e o lugar do encontro com Deus. É missão de cada salvista a exemplo de São João Batista, preparar um povo bem disposto para o encontro com o Senhor (Cf. Lc 1, 17) e  se tornar em Cristo um servo da Obra de Salvação.  A exemplo dos servos da parábola do Filho Pródigo, como salvistas, somos convidados a preparar a festa do encontro com o Pai, a ajudar os filhos que voltam, desnudos pelo pecado, se vestirem e promover assim o encontro da nova aliança com o Pai (Cf. Lc 15, 20 – 24). É nesse processo que entra a Espiritualidade Carismática. As “graças especiais, chamadas também ‘carismas’”, seja qual for o seu caráter, às vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, tais “carismas se ordenam à graça santificante e têm como meta o bem comum da Igreja. Acham-se a serviço da caridade, que edifica a Igreja” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2003). Os dons carismáticos colocados em prática (Projeto de Constituição, n. 8), bem como nossas aptidões naturais, são meios que a Providência de Deus dispõe para auxiliar o ser humano a ser imerso na experiência com Deus, na vida da graça em plenitude, através da Efusão ou do Batismo no Espírito Santo. A graça é dada para edificar a Igreja. O amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Cf. Rm 5, 5) nos impulsiona a viver a fraternidade, viver em comunidade. A conseqüência do Louvor de Deus é a santificação pessoal e comunitária (Projeto de Constituição, n. 6). Por isso, seja na consagração da Vida Religiosa, seja na convivência com leigos que se consagram na Ordem Terceira, ou aqueles que querem viver esse carisma, todos são chamados a ajudar uns aos outros nessa Obra de Santificação Comunitária. A profissão dos conselhos evangélicos (Cân. 573) e a vida fraterna em comum (Cân. 602) é a base na qual cada um se doa para a vida do outro irmão ou irmã. Tudo isso, numa palavra que diz bem sobre o Louvor de Deus, deve transbordar no pastoreio do Povo de Deus, na prática pastoral (Cf. Projeto de Constituição, n. 7). O servo da Obra da Salvação, vivendo o Louvor de Deus, na Liturgia e na vida, com o auxílio dos Dons e Carismas e na vivência da Comunhão no Louvor, transborda no pastoreio e na missão, para ajudar cada ser humano a se encontrar com Deus. A transformação de vida propiciada por esse encontro, faz com que cada batizado se torne um outro missionário evangelizador, vivendo a graça batismal do Sacerdócio de Cristo. Jesus exultou no Espírito porque o Evangelho foi anunciado aos pequeninos (Cf. Lc 10, 21), que o Senhor possa exultar pela Obra do Louvor que cada um vive e exerce. Enfim, a inspiração dada por Deus ao Pe. Gilberto é dom para a Igreja Católica, de hoje e de sempre, que aquilo que pertence ao Depósito da Fé seja vivido pelo salvista na novidade do Espírito, de tal modo que a Comunhão da Trindade seja a meta final quando nos entregarmos todos a Deus e viveremos o Louvor de Deus na Eternidade. “Que o Louvor de Deus cresça em nós sem cessar...”.    

Um comentário:

  1. Que realmente o Louvor de Deus cresça em nós sem cesçar,dispondo nosso coração a vivência de tão grande dom! Que deus encontre em nossos corações ou nos dê a disponibilidade para preparar o encontro do povo por meio desse serviço prestado a um Deus que se entrega no alto Madeiro da Cruz.

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