quarta-feira, 31 de outubro de 2018

O ESPLENDOR LITÚRGICO NO INSTITUTO MISSIONÁRIO SERVOS DE JESUS SALVADOR Frt . AILTON CARLOS DE SOUSA MARCOS


INSTITUTO SUPERIOR DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS RELIGIOSAS SÃO BOAVENTURA








O ESPLENDOR LITÚRGICO NO INSTITUTO MISSIONÁRIO SERVOS DE JESUS SALVADOR


AILTON CARLOS DE SOUSA MARCOS








SÃO PAULO
2018
AILTON CARLOS DE SOUSA MARCOS








O ESPLENDOR LITÚRGICO NO INSTITUTO MISSIONÁRIO SERVOS DE JESUS SALVADOR






Dissertação apresentando ao Instituto Superior de Filosofia e Ciências Religiosas São Boaventura, pelo discente Ailton Carlos de Sousa Marcos, como requisito parcial para obtenção de diploma em Teologia.
Orientador: Prof° Dr. Pe. Micael de Moraes, SJS


SÃO PAULO
2018





                                                                                                      














Dedico este trabalho especialmente Ao meu Pai-Fundador, Pe. Gilberto Maria Defina, SJS (in memoriam), um sacerdote zeloso pelo Esplendor da Liturgia.

AGRADECIMENTOS

 A todos que contribuíram para a realização deste trabalho, fica expressa aqui a minha gratidão, especialmente:
Ao Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador, pelo incentivo, confiança e apoio.
Ao irmão e professor Pe. Micael de Moraes, SJS, meu orientador, por ter acreditado na possibilidade da realização deste trabalho, pelo seu incansável e permanente encorajamento, pela disponibilidade dispensada e sugestões, que foram preciosas para a concretização desta Monografia.
A toda a minha família; aos amigos e amigas, que estavam sempre em comunhão comigo pelas orações e pelas palavras amigas para me incentivar.
Enfim, agradeço a todos que, de alguma forma, contribuíram e fizeram parte dessa minha jornada.













AILTON CARLOS DE SOUSA MARCOS

O ESPLENDOR LITÚRGICO NO INSTITUTO MISSIONÁRIO SERVOS DE JESUS SALVADOR

Dissertação apresentando ao Instituto Superior de Filosofia e Ciências Religiosas São Boaventura, pelo discente Ailton Carlos de Sousa Marcos, como requisito parcial para obtenção de diploma em Teologia.

Aprovado em 29 de outubro de 2018.









 

Prof° Dr. Pe. Micael de Moraes, SJS




RESUMO

O presente trabalho tem como tema o Esplendor Litúrgico no Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador. Seu propósito deste trabalho é ressaltar a importância do Esplendor Litúrgico e a participação litúrgica do fiel na liturgia católica. Deste modo, pretende-se deixar claro que o objetivo do Esplendor Litúrgico é levar o homem a um encontro pessoal com Cristo Ressuscitado, através de uma liturgia bem vivida e bem celebrada. Para realização deste trabalho, como metodologia, utilizou-se a pesquisa bibliográfica: livros, revistas, publicações, dente outros. Os resultados alcançados com este trabalho servirão para uma melhor compreensão sobre o Esplendor Litúrgico na liturgia católica, especialmente àqueles que desejam entender a importância desse elemento central no carisma do Louvor de Deus.

Palavras-chave: Esplendor Litúrgico, participação litúrgica, liturgia e carisma.













ABSTRACT

The present work has as its theme the Liturgical Splendor in the Servant Missionary Institute of Jesus Salvador. The purpose in this work is to emphasize the importance of Liturgical Splendor and the liturgical participation of the faithful in the Catholic liturgy. In this way, it is intended to make it clear that the purpose of the Liturgical Splendor is to lead man to a personal meeting  the Risen Christ through a well-lived and wellcelebrated liturgy. For the accomplishment of this work, as methodology, the bibliographical research was used: books, magazines, publications and others. The results achieved with this work will help to better understand the Liturgical Splendor in the Catholic liturgy, especially to those who wish to understand the importance of this central element in the charism of the Praise of Lord. 

Keywords: Liturgical Splendor, liturgical participation, liturgy and charism.













SUMÁRIO




                                                                                                     






ABREVIAÇÕES E SIGLAS

AD – Ad Gentes
AG – Ad Gentes
CIgC – Catecismo da Igreja Católica
EE – Ecclesia de Eucharistia
EM – Evangelii Nuntiandi
FAI – Faculdades Associadas do Ipiranga
IGMR – Instrução Geral sobre o Missal Romano
IMSJS – Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador
LG – Lumen Gentium
MD – Mediator Dei
RCC – Renovação Carismática Católica
RM – Redemptoris Missio
SC – Sacrosanctum Concilium
SCa – Sacramentum Caritatis
SJS – Servos de Jesus Salvador







INTRODUCÃO


  O presente trabalho ressalta a importância do Esplendor Litúrgico no Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador como instrumento de Salvação para as pessoas, através do qual pretende-se levar o homem a um encontro pessoal com Cristo Ressuscitado, através de uma liturgia bem vivida e bem celebrada.
Para realização deste trabalho foi feito um levantamento bibliográfico: através de livros, revistas, publicações, dente outros. O presente trabalho tem como proposta fundamental abordar a importância do Esplendor Litúrgico, bem como mostrar a contribuição do Esplendor Litúrgico como instrumento de participação litúrgica.
Dessa forma, a presente monografia encontra-se estruturada em três capítulos:
No primeiro capítulo “O Fundador do IMSJS e o Esplendor Litúrgico”, percorre-se brevemente na vida e história de Pe. Gilberto Maria Defina, SJS, a partir da sua experiência com o Esplendor Litúrgico, desde o seu tempo seminarístico.
No segundo capítulo “O Esplendor da Liturgia Católica”, faz-se um panorama geral sobre Liturgia Católica, dando base para uma melhor compreensão sobre o tema em que consiste este trabalho.
No terceiro capítulo “O Esplendor Litúrgico na Missionariedade Salvista”, apresenta-se a importância e a contribuição do Esplendor Litúrgico na missão Salvista de favorecer o encontro das pessoas com Deus.
A finalidade deste trabalho é fazer com que, tendo clareza da grande importância que o Esplendor Litúrgico tem na Liturgia Católica, especialmente para os Salvistas, cada fiel seja introduzido no mistério trinitário.
Neste sentido, espera-se que este trabalho, quando lido, possa ajudar o fiel a participar da graça e da vida da Trindade.




CAPÍTULO I

O FUNDADOR DO IMSJS E O ESPLENDOR LITÚRGICO


1.      Biografia do Fundador do IMSJS

Para uma melhor compreensão acerca do Esplendor Litúrgico no Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador, faz-se necessário percorrer um pequeno histórico do Fundador Pe. Gilberto Maria Defina, SJS.
Pe. Gilberto Maria Defina, SJS, nasceu em 02 de agosto de 1925, na cidade de Ribeirão Preto, SP. Filho de família católica, cujos pais se chamavam Raphael Defina e Maria Rosa Buonabotta; desde pequeno ajudava nas missas como coroinha na Igreja Nossa Senhora do Rosário, na Vila Tibério, em Ribeirão Preto. A Igreja era coordenada por padres claretianos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. “Já em sua infância, começa a sentir uma inquietação interior, um chamado a se consagrar mais a Deus” (MUNIZ, 2004), assim, com 12 anos e meio, entrou para o Seminário Menor na cidade paulista de Rio Claro, SP, onde cursou o ginásio e colegial. Disse ele: “Eu bebi muito desse leite espiritual e fui muito bem formado” (DEFINA, 2016, p. 59). Estudou também, por um ano, em Campinas, SP. Em 1943, mudou-se para a capital de São Paulo, onde cursou Filosofia e Teologia no Seminário Central do Ipiranga. Foi ordenado sacerdote em 03 de dezembro de 1950 por Dom Manuel da Silva D’Elboux, Bispo da Diocese de Ribeirão Preto, SP.
Além de Filosofia e Teologia, ele possuía títulos acadêmicos em Letras e Direito Civil, era um homem muito culto e inteligente.
A vida do Padre Gilberto é marcada pelo Esplendor Litúrgico desde o seu tempo de formação no seminário. Por isso, quando ele escreveu as primeiras Constituições do Instituto fez questão de deixar isto bem claro: “a Fraternidade empregará e usará de todo esplendor litúrgico para tal louvor a Deus” (CONSTITUIÇÕES, 1995). Em sua autobiografia, ele também  enfatiza essa questão: “Em minha formação seminarística, vivi envolto por esse Esplendor Litúrgico, tanto no Seminário Menor como também no Seminário Maior” (DEFINA, 2016, p. 163).
Após ser ordenado, serviu como vigário paroquial da Catedral de Ribeirão Preto durante 4 anos. Em 1955, tomou posse da Paróquia de São Simão Apóstolo, na cidade de São Simão, SP, onde foi pároco por 12 anos. Ao ser instalado o Cabido Metropolitano de Ribeirão Preto, Pe. Gilberto, SJS, foi designado Cônego Catedrático.
Em 1967, assumiu, a pedido do senhor Arcebispo, a Comunidade de Seminaristas da Província Eclesiástica da Arquidiocese de Ribeirão Preto, instalada em São Paulo, no Seminário Central do Ipiranga. Em 1971, juntamente com alguns os colegas sacerdotes, funda as Faculdades Associadas do Ipiranga (FAI), onde exerceu, por vários anos, a função de diretor.
No dia 09 de dezembro de 1987, Pe. Gilberto, SJS, conheceu a Renovação Carismática Católica (RCC) (cf. DEFINA, 2016, p. 293). Neste dia, recebeu o Batismo no Espírito Santo. Este termo é utilizado, pela Renovação Carismática Católica, para designar a “experiência concreta da graça de Pentecostes, na qual a ação do Espírito torna-se realidade experimentada na vida do indivíduo e da comunidade de fé” (CORDES, 1999, p. 23). Este movimento católico que surgiu nos Estados Unidos em meados da década de 1960 (cf. RCC, 2005). Depois de uma forte experiência com o Batismo no Espírito Santo, ele passa a participar da RCC de forma ativa.
Em 1993, juntamente com alguns leigos, fundou a Fraternidade Jesus Salvador, dando início, em 1994, na Diocese de Santo Amaro, SP, aos Institutos Missionários Servos e Servas de Jesus Salvador e a Ordem Terceira.
“Nestes anos também vieram grandes tribulações, contudo ele sempre permaneceu como uma rocha, confiante e transmitindo confiança aos seus filhos e filhas. Nunca desanimava, sempre colocava Deus em primeiro plano” (MUNIZ, 2004).
Padre Gilberto faleceu no dia 05 de dezembro de 2004, com 79 anos de idade e dois dias após ter completado 54 anos de sacerdócio.
Segundo o seu colega de seminário, amigo e dirigido espiritualmente Monsenhor Roberto Mascarenhas, o Padre Gilberto foi “um homem de fé” (SANTOS, 2006, p. 18). Viveu, com intensidade, a profissão de fé, ou seja, o Credo e costumava dizer:
Eu tenho fé, e nessa fé eu peço a Deus que cure as pessoas. Só uso a minha fé, não o meu fervor pessoal, mas a fé que tenho em Deus é que me faz rezar pelas pessoas... Aquilo que não alcanço entender pela razão, o que ensina a Palavra de Deus e a Igreja, alcanço e aceito pela fé (SANTOS, 2006, p. 15).

Pe. Gilberto foi um exemplo de fidelidade e obediência à Igreja. Como disse o Bispo Dom Fernando: “Meu testemunho a respeito do Padre Gilberto é vê-lo como homem de Igreja, homem que buscava sinceramente o que Deus desejava” (DEFINA, 2016, p. 22). A grande marca do Padre Gilberto é a sua fidelidade total a Cristo e à sua Igreja. E uma de tantas virtudes que ele possuía era o “dom da fé” (SANTOS, 2006, p. 14).
Era um homem muito silencioso, mas, ao mesmo tempo, um sacerdote cheio de fé e do Espírito Santo. Como relata o Padre Francisco Ivanildo dos Santos, sjs: “nele era constante a presença dos dons e dos frutos do Espírito Santo. Ele mesmo testemunhou que não lembra jamais ter cometido um pecado grave ao longo da sua vida, ou seja, nunca perdeu a pureza da sua veste batismal” (SANTOS, 2006, p. 14).
Padre Gilberto Maria Defina soube nos amar e nos edificar, deixando-nos a herança de sua fé por meio de seu grande exemplo de vida. Soube sempre ser comunhão com a Igreja, buscou sempre ser obediente àqueles que lhe foram superiores, vivia a comunhão com a Santíssima Trindade e Nossa Senhora, era um homem adorador e orante, escutava e sabia esperar em Nosso Senhor Jesus, confiante na Providência Divina. Perseverou na paciência e no sofrimento, viveu cada momento de sua vida se imolando por meio da doença oferecida pela obra. Resgatou valores na Igreja por meio do Esplendor Litúrgico, exerceu seu ministério sacerdotal com desapego e testemunho de vida (SILVA, 2006, p. 14).

Assim foi a vida do Fundador do IMSJS, um modelo vivo a ser ouvido e seguido. Ensinou que não há humildade sem que haja paciência e que não existe paciência sem humildade. Foi um sacerdote zeloso pela liturgia da Igreja Católica. Amou a Igreja até o seu último suspiro e, como Fundador do IMSJS, deixou uma grande herança espiritual: o Carisma do Louvor de Deus, que será tratado adiante.

2. A Fundação do IMSJS

Após ter feito a experiência de Batismo no Espírito, através da Renovação Carismática Católica, nasceu, no coração do Pe. Gilberto, o desejo de fundar a Fraternidade Jesus Salvador. Assim, ele relata:
O primeiro passo que Deus me deu ao fundar a Fraternidade foi encontrar a Renovação Carismática Católica, que eu desconhecia completamente. Conheci a Renovação em 1987, tenho pouco tempo de Renovação. Quando entrei de fato na Renovação Carismática, comecei a ajudar a Catedral de São Paulo, no grupo da Catedral, AMMI, como diretor espiritual. Fiquei muito tempo ali, até quando fundei o seminário (DEFINA, 2016, p. 135).

O Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador (IMSJ) foi fundado na Diocese de Santo Amaro, SP, em 17 de setembro de 1994, dia em que o Seminário e o Convento foram erigidos canonicamente pelo Bispo diocesano Dom Fernando Figueiredo e, logo em seguida, o Padre Gilberto tornou-se religioso Salvista, proferindo os votos perpétuos.
Essa data de fundação foi escolhida pelo próprio Bispo diocesano, Dom Fernando, conforme relato do Pe. Gilberto:
Dias antes, conversando com Dom Fernando, ele marcou o dia 17 de setembro para a fundação. Esse dia era a festa litúrgica dos estigmas de São Francisco de Assis, festa que não existe mais no breviário moderno. Ele escolheu esse dia porque era data especial em sua vida: foi no dia 17 de setembro que ele, com 17 anos, ingressou na Ordem dos Frades Menores (DEFINA, 2016, p. 141).

O Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador (IMSJS) é o ramo masculino da Fraternidade Jesus Salvador, formado por religiosos e sacerdotes salvistas. A Fraternidade é composta, ainda, pelo ramo feminino e por leigos. É o que dizem as Constituições de 2014: “O Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador é um Instituto Religioso Clerical de Direito Diocesano, que congrega clérigos e irmãos que vivem sua consagração a Deus e se dedicam à missão evangelizadora” (CONSTITUIÇÕES, 2014, n. 1).
No início da fundação do IMSJS, Pe. Gilberto escolheu o nome de Fraternidade Javé Salvador. Ele explica como essa inspiração aconteceu: “Em três momentos de oração, ao longo de dias diferentes, o Senhor Deus, vagarosamente, sugeriu e inspirou esta Fraternidade: 1º a própria Obra; 2º o nome da Obra, 3º o nome pelo qual seriam chamados e conhecidos seus obreiros” (CONSTITUICÕES, 1995, n. 1.4).
Padre Gilberto definiu o nome do Instituto em momentos muitos fortes de oração e intercessão com alguns leigos. Foi após uma ação de graças em uma Santa Missa, que ele próprio celebrava, que aconteceu a inspiração do nome do Instituto; e assim foi definido:
Assim como se nos revelam as Sagradas Escrituras, Deus concede aos seus eleitos um nome que está intimamente ligado à sua participação na História da Salvação. Assim, nosso Instituto Religioso traz por nome oficial o título que designa a missão de seus membros: Instituto Missionário Servos de Javé Salvador, cuja sigla, que acrescentamos ao nosso nome particular, é S.J.S (CONSTITUIÇÕES, 1998, n. 4).

Em 2008, a Fraternidade Javé Salvador passou a ser chamada Fraternidade Jesus Salvador, acatando o pedido da Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos que emitiu uma orientação para que não se usasse mais o nome YHWH (Javé em Português) na Liturgia. Assim, a mudança de nome aconteceu nos dois Institutos, passando a chamá-los de servos e servas de Jesus Salvador.
Os Institutos fundados são frutos do sopro do Concílio Vaticano II, pela experiência que brotou no coração do Pe. Gilberto. Por isso, o padre diz que: “ao fundar os dois Institutos, masculino e feminino, eu trouxe essa riqueza que a Igreja tem” (DEFINA, 2016, p. 78).
Em 10 de novembro de 2014 é reconhecido como Instituto Religioso Clerical de Direito Diocesano.

3. O Carisma Salvista: o Louvor de Deus

A palavra carisma vem do grego: χάρισμα, derivado de χάρiς, que quer dizer “graça” (cf. RUSCONI, 2005, p. 492). É geralmente traduzida por dom do Espírito Santo. Nas cartas paulinas aparece dezesseis vezes e em 1 Pedro 4, 10.
O Dicionário Bíblico-Teológico define que: “Na linguagem de Paulo e dos que o seguiram, carisma (charisma) é um dom sobrenatural e transitório, atribuído ao Espírito Santo, que visa à edificação do corpo místico de Cristo” (BAUER, 2004, p.52). Dicionário de Vida Consagrada, etimologicamente o termo carisma se refere ao objeto e resultado da graça divina (Charis) (cf. RODRIGUEZ, 2008, p. 89).
Já o louvor segundo a definição de Bechara é “ação ou efeito de glorificar, de louvar; glorificação, louvação (BECHARA, 2009, p. 566). Em outras palavras o louvor é nada mais que reconhecimento.
Para a Igreja “o louvor é a forma de oração que reconhece o mais imediatamente possível que Deus é Deus” (CIC, 2639). É desta forma que Pe Gilberto compreende que louvor é nada mais que gratidão a Deus.
Desta forma, compreendendo-o osconceitos de carisma e louvor, fica mais fácil ententender o que é Louvor de Deus dentro do Carisma Salvista.
O conceito do carisma salvista é: O Louvor de Deus sob todas as suas formas e a litúrgica, em primeiro lugar. Conforme as regras deste Instituto: “O primeiro lugar de exercício do Carisma do Instituto é a Sagrada Liturgia” (CONSTITUIÇÕES, 2014, n. 26).
O Pe. Gilberto conceituou o Carisma Salvista da seguinte maneira:
O carisma de nosso Instituto é o Louvor de Deus, sob todas as formas, - a litúrgica, em primeiro lugar -, e como consequência desse Louvor, a procura de santificação pessoal e comunitária, através da consagração ao Espírito Santo, Deus-Amor (CONSTITTUIÇÕES, 1998, n. 22).

Nas Constituições de 1995, Pe. Gilberto coloca que a Fraternidade deve viver “sob único e grande Carisma: o Louvor de Deus” (CONSTITUIÇÕES, 1995, n. 7). Na de 2014, corrigidas e adequadas ao Código de Direito Canônico, o Carisma Salvista ficou definido assim:
O carisma do Instituto é o “Louvor de Deus” sob todas as suas formas, a litúrgica em primeiro lugar e, como consequência deste “louvor a santificação pessoal e comunitária. Este carisma vivencia em profundidade a dimensão latrêutica, isto é, de louvor, do culto divino. Inspiração fundamental é a atitude do próprio Senhor, que vive eternamente voltado para o Pai. Procuramos centralizar a nossa espiritualidade nessa dimensão, vivida em primeiro lugar na intimidade do coração, em seguida na vida comunitária com as diversas expressões litúrgicas e devocionais e no exercício da missão procurando despertar os cristãos para o “Louvor de Deus”, caminho seguro para a santidade (CONSTITTUIÇÕES, 2014, n.5).

Em sua autobiografia, Pe. Gilberto escreve como aconteceu essa inspiração do Carisma Salvista:
Quando comecei a escrever as Constituições, sobre qual carisma deveria reger todas as nossas atividades espirituais e temporais, logo de princípio me veio a ideia de um carisma essencial para o nosso Instituto. Essa ideia foi um presente imenso que Deus colocou em mim para nosso Instituto, apenas lembrei uma palavra da Sagrada Escritura que está no livro do Apocalipse. Essa passagem fala do Louvor de Deus: Amém. O louvor, a glória e a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém. (Ap 7, 12) (DEFINA, 2016, p. 160).

Deste modo, percebe-se que o carisma nasceu no coração de um homem muito íntimo da Palavra de Deus, pois foi esta palavra do Livro do Apocalipse que inspirou o coração do padre para o louvor. Portanto, o Louvor de Deus nasce da Palavra, ou melhor, brota da própria Revelação, como se lê a seguir:
O carisma do “Louvor de Deus” brota da própria Revelação. Deus chama o ser humano à vida, para Sua glória, conforme disse Santo Irineu, a glória de Deus é o homem vivo. Com o afastamento de Deus pelo pecado (cf. Gn 3), o ser humano se afasta da fonte da vida, que é Deus. O Senhor, porém, não desiste de Seu plano de salvação e todo o Antigo Testamento vem mostrar que Deus quer a vida do homem, quer salvá-lo. Jesus é a Plenitude da Salvação, Ele é o Servo da Obra da Salvação e veio para que todos tenham vida em abundância (cf. Jo 10, 10) (MORAES, 2006, p. 09).

O Carisma Salvista ficou definido por “Louvor de Deus”. Foi assim que o fundador quis chamá-lo logo nos seus inícios, afirmando: “Louvor de Deus ou Louvor a Deus? Eu preferi o Louvor de Deus porque é mais firme, mais constante e mais forte” (DEFINA, 2016, p. 161).
Para Pe. Gilberto, o Carisma do Louvor de Deus é manifestado na Liturgia por meio do Esplendor Litúrgico. O Esplendor Litúrgico faz parte deste Carisma, pois é na Liturgia que acontece o Louvor de Deus, seja na oração pessoal ou comunitária de seus membros. É assim que as Constituições deste Instituto afirmam:
Este Louvor de Deus deve ser, antes de tudo, o louvor litúrgico, pois que deve ser dado, principalmente, através de formas da Sagrada Liturgia. O Instituto sempre empregará e usará de todo o esplendor litúrgico para tal louvor a Deus (CONSTITUIÇÕES, 1998, n. 35).

Segundo Pe. Micael de Moraes, SJS: “O Carisma do Louvor de Deus vem lembrar a cada ser humano que suas ações tem que brotar da Fonte da Vida, que é o próprio Deus” (MORAES, 2010). Por isso, o Louvor de Deus é a primeira obra e essencial tarefa do Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador.
Sendo assim, o Louvor de Deus na Liturgia deve ser o ápice deste carisma, pois é em cada ato litúrgico que acontece o Esplendor Litúrgico deste carisma; no louvor que se dá nos pequenos gestos de cada dia.

4. O Esplendor Litúrgico na vida do Fundador

 Como já dito anteriormente, o Esplendor Litúrgico sempre foi algo presente na vida do fundador Pe. Gilberto. Em sua autobiografia, ele relata:
Em minha formação seminarística, vivi envolto por esse Esplendor Litúrgico, tanto no Seminário Menor como também no Seminário Maior. No Seminário Maior o Esplendor Litúrgico era algo muito importante e muito bonito. Nas Vésperas cantadas havia seis rapazes usando capas magnas, na frente do povo, convidando-os para cantar, em seguida a incensação e depois a benção do Santíssimo Sacramento finalizando as Vésperas, tudo era muito bonito (DEFINA, 2016, p. 163-164).

Foi exatamente nesse período de formação inicial no seminário que Pe. Gilberto entendeu o sentido e o porquê do Esplendor Litúrgico, pois para ele esse Esplendor é algo muito importante na liturgia. Seria como um toque de profundidade na liturgia, porque, segundo o padre, “o povo precisa muito de criatividade, precisa de coisas bonitas, de cores, de velas, de flores, de cânticos, porque o povo de Deus somente vai pelo que é tangível, pelo que vê, pelo que sente, pelas práticas que fazemos” (DEFINA, 2016, p. 164). Por isso, quando Pe. Gilberto funda a Fraternidade Jesus Salvador, ele coloca o Esplendor Litúrgico como elemento central do Carisma:
O Instituto sempre empregará e usará de todo esplendor litúrgico para o Louvor de Deus, no uso apropriado das vestes, objetos, cantos, no desenvolvimento harmonioso do rito e das rubricas, e no uso mesmo do latim e do canto gregoriano, quando isto for útil e apropriado para o Louvor de Deus e para a edificação dos fiéis (CONSTITUIÇÕES, 1998, n. 200).

O Esplendor Litúrgico é algo muito importante na liturgia; e por isso que nota-se, na vida do Pe. Gilberto, que isso ficou muito forte, bem claro. Desde os seus primeiros escritos, nas Constituições de 1995, ele fala do “esplendor litúrgico como louvor a Deus” (cf. CONSTITUIÇÕES, 1995); e como já vimos, o primeiro lugar de exercício do Carisma Salvista é a Liturgia, como o padre faz questão de enfatizar e esclarecer:
É simples entender isso. Se falhamos nesse Esplendor Litúrgico, falhamos também na condução dessa Liturgia, rezamos mal se não rezamos com interesse ou rezamos rapidamente, esquecemos a presença divina e o povo que está à nossa frente. Pelo Esplendor Litúrgico, tomamos um conhecimento maior das coisas que fazemos diante de Deus e do povo, para que o povo de Deus possa louvar mais primordialmente a Deus. Então a Liturgia da igreja é o suprassumo, por assim dizer, da nossa expressão de amor a Deus. (DEFINA, 2016, p. 164).

É interessante observar como a vida do Pe. Gilberto é marcada por esse amor à Liturgia “desde os sete anos” (DEFINA, 2016, p. 45); desde a infância, sempre teve um grande zelo pelas coisas de Deus. Servia como coroinha nas missas, usava uma batina vermelha, veste própria de coroinha e aprendeu até mesmo o latim para responder nas missas. Depois, com a sua vida seminarística, no Seminário Maior, conviveu em meio ao Esplendor Litúrgico.
As celebrações eram muito belas e bem preparadas. Sobre isto, o padre diz: “Quando havia uma festa especial, a preparação era grande, sempre nas noites de sábado. Aqueles que iam servir nas missas do domingo ensaiavam as posições, os lugares, os movimentos. Era uma missa muito bonita, com procissão inicial e tudo mais” (DEFINA, 2016, p. 77). Assim, era a liturgia no seminário do padre, uma liturgia bem organizada e sem improvisações.
Um outro destaque relatado pelo padre é referente ao canto na liturgia, onde tudo era feito em latim. Os cânticos eram bem ensaiados. Dizia o Padre:
Tínhamos um professor de música, Maestro Fúrio Franceschini Ensinava-nos todos os sábados as melodias do livro Liber Usuales, tenho esse livro até hoje, de cantochão, canto gregoriano com todas as missas dominicais. O maestro Fúrio Franceschini era um grande homem de Deus. Ensinava todos os sábados, ensaiando os cânticos, lendo a pauta da música; tudo em latim (DEFINA, 2016, p. 77-78).

O canto gregoriano era o grande destaque das celebrações, pois na época seminarística de Padre Gilberto, o latim era bem presente nas missas. Tudo era em comunhão com o que acontecia no Vaticano. Como assim, relata o padre:
No domingo, a missa das 9:00 h da manhã era cantada com cantos gregorianos e, para tal, muito bem ensaiada. Usávamos batina, com sapatos de fivela especial das que se usava no Vaticano. Fazíamos também assim, porque éramos uma cópia do que acontecia no Vaticano. O que acontecia lá respondíamos aqui; acompanhávamos o Papa, todos os trabalhos e tudo o que ele fazia. (DEFINA, 2016, p. 78).

Outro fato que Pe. Gilberto relata é sobre as vésperas cantadas no domingo, que acontecia à tarde. O padre traz, com muita riqueza de detalhes, todos esses momentos presentes em sua vida como algo belo que acontecia nas celebrações. Vejamos como ele relata:
Ensaiávamos também para as vésperas cantadas no domingo, algo que era muito bonito. Não tínhamos missa à tarde, naquela época as missas eram sempre celebradas pela manhã. Nas vésperas, colocávamos as capas grãs-magnas, seis rapazes com capas solenes, capas pluviais como diziam, era uma coisa muito bela, toda aquela movimentação de rapazes (DEFINA, 2016, p. 78).

Assim nota-se a origem do Esplendor Litúrgico na vida do fundador, cercada de influências encantadoras, como ele mesmo diz: “Eu me impregnei de muito amor pela Igreja, de muita compreensão, de muito entendimento e de muita prática com isso. Foram coisas amadas pelo reitor e por nós, colocando-nos à frente de todos esses rituais litúrgicos” (DEFINA, 2016, p. 78).
A vida do Padre Gilberto é marcada por esse amor à Igreja e pela Sagrada Liturgia. Como ele mesmo relata em seus escritos: “Essa parte litúrgica do seminário eu acolhi muito bem. O gosto que ganhei pela parte litúrgica procede daí” (DEFINA, 2016, p. 78). Por isso as Constituições de 2014 ressaltam que o Instituto empregará e usará de todo o esplendor litúrgico, levando o Povo de Deus à santidade e à perfeição em Cristo” (CONSTITUIÇÕES, 2014, n. 50).
Ademais, o Esplendor Litúrgico, para o carisma do Louvor de Deus, é de alta relevância para a salvação das pessoas; ele ajuda o fiel a viver bem a liturgia e a participar do integralmente Mistério Pascal de Cristo.
























CAPÍTULO II

O ESPLENDOR DA LITURGIA CATÓLICA


Depois de uma breve exposição sobre o fundador do IMSJS e o Esplendor Litúrgico na vida de Pe. Gilberto, faz-se necessário uma compreensão sobre o Esplendor da Liturgia Católica para termos uma ideia translúcida acerca deste trabalho.
Mas antes é preciso entender o que é liturgia a partir do Mistério Pascal. A palavra liturgia “vem do grego leitourgia, que por sua vez é composta das palavras leitos (popular, do povo) e ergon (ação, obra, trabalho). Portanto, referia-se, já desde o seu uso grego, a um trabalho, que não visa à utilidade privada, mas à da comunidade, tanto no terreno social como religioso” (ALDAZÁBAL, 2013, p. 2007). Ou ainda, é possível defini-la como “serviço público ou serviço do culto” (QUINSON, 1999, p. 182).
Em outros termos, liturgia é ação do povo. Segundo Marsilli, o termo liturgia é:
Proveniente do grego clássico leitourgia, em sua origem o termo indicava a obra, a ação ou a inciativa assumida livremente por um particular (indivíduo ou família) em favor do povo ou do bairro ou da cidade ou Estado. Com o passar do tempo, a mesma obra, ação, iniciativa, perdeu, quer por institucionalização quer por imposição, o seu caráter ‘livre’ e, assim, passou a ser chamado de ‘liturgia’ qualquer trabalho que importasse em ‘serviço’ mais ou menos obrigatório prestado ao Estado ou à divindade (‘serviço religioso’) ou a um particular (MARSILLI, 1992, p. 639).

O Papa Pio XII, em sua encíclica sobre a Sagrada Liturgia, explicava que “todo o conjunto do culto que a Igreja rende a Deus deve ser interno e externo” (MD, n. 20).
Para a Igreja Católica, a liturgia é ação de Cristo. Assim afirma o Catecismo da Igreja Católica: “a liturgia é ação do Cristo todo (“Christus totus”)” (CIgC, n. 1136). O Catecismo ainda diz que: “além de ser obra de Cristo, a liturgia é também uma ação de sua Igreja” (CIgC, n. 1071).
A encíclica Mediator Dei define a liturgia como “o culto público que nosso Redentor rende ao Pai como cabeça da Igreja, e é o culto que a sociedade dos fieis rende à sua cabeça, e por meio dela, ao Eterno Pai. É, em uma palavra, o culto integral do corpo místico de Jesus Cristo, ou seja, da cabeça e de seus membros” (MD, n. 22).
O Concílio Vaticano II, em sua Constituição sobre a liturgia, define que a liturgia é “o exercício do sacerdócio de Cristo, em que se manifesta por sinais e se realiza a seu modo a santificação dos seres humanos, ao mesmo tempo que o corpo místico de Cristo presta culto público perfeito à sua cabeça” (SC, n. 7).
Já para Bento XVI, a liturgia é presença viva do Mistério Pascal de Cristo:
A liturgia não é a recordação de acontecimentos passados, mas a presença viva do Mistério pascal de Cristo, que transcende e une os tempos e os espaços. (...) Cada dia deve aumentar em nós a convicção de que a liturgia não é um nosso, um meu “fazer”, mas é uma obra de Deus em nós e conosco (BENTO XVI, 2012)
.
“Neste sentido poder-se-ia, chamar a Liturgia de mistagógica, pois epifania o mistério e conduz o orante mistagogicamente ao encontro do Mistério” (SILVA, 2014, p. 121).
Sendo assim, com algumas definições e explicações de conceitos de liturgia, trataremos a seguir de liturgia como memória do mistério pascal.
Segundo o Dicionário de Liturgia, “a categoria mistério pascal é uma das mais felizes recuperações de do movimento litúrgico do nosso século. Ela aparece desde o início e repetidas vezes nos documentos do Vaticano II” (SORCI, 1992, p. 771).
A Sacrosanctum Concilium coloca a liturgia como obra da salvação:
Cristo Senhor, especialmente pelo mistério pascal de sua paixão, ressurreição dos mortos e gloriosa ascensão, em que “morrendo destruiu a nossa morte e, ressuscitando, restaurou-nos a vida”, realizou a obra da redenção dos homens e, rendendo a Deus toda a glória, como foi prenunciado nas maravilhas de que foi testemunha o povo do Antigo Testamento. Do lado de Cristo, morto na cruz, brotou o admirável mistério da Igreja (SC, n. 5).

O Dicionário de Mística traz uma definição de mistério pascal que também nos ajuda a compreender o seu significado a partir da experiência mística. Vejamos:
A expressão “m” não se encontra na Escritura. O próprio termo “mistério” (em grego, mystérion) é relativamente raro no NT. Ele aparece principalmente nas cartas paulinas e deuteropaulinas, que falam do “mistério de Cristo” (Cl 4, 3; Ef 3, 4), do “mistério da piedade” (1Tm 3, 16), do “mistério do evangelho” (Ef 6, 19), locuções de significados afins. A doutrina paulina pode ser resumida, dizendo que “mistério” é a vontade salvífica divina com admirável desígnio de salvação, cujas linhas se juntam e se concentram todas em Cristo. Esse desígnio, oculto em Deus desde a eternidade, foi plenamente manifestado em Cristo, que confiou seu anúncio oficial aos apóstolos. O “mistério” se manifesta como a “economia” (em grego, oikonomia) ou disposição temporal da salvação; os textos bíblicos falam também das etapas sucessivas através das quais se realiza o plano divino: a vinda do Filho de Deus à terra, o tempo da Igreja e a consumação final. O mistério é expresso com a fórmula “Cristo em vós”, ou seja, nos gentios à herança, ao corpo da Igreja, à promessa em Cristo. Em Cristo, portanto, tudo é recapitulado e reunido (Cf. Ef 1, 9. 10) (AUGÈ, 1992, p. 706).

O Compêndio do Catecismo, afirma: “o Mistério Pascal de Jesus, que compreende a sua paixão, morte, ressurreição e glorificação, está no centro da fé cristã, porque o desígnio salvífico de Deus se realizou de Deus, se realizou uma vez por todas com a morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo” (COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 2005, n. 112).
Desta forma, pode-se dizer que, com a crucificação e morte de Jesus, Ele venceu todo sofrimento humano e nos deu um novo sentido de vida plena, através do seu mistério pascal. Conforme o Prefácio da Páscoa I, “morrendo, destruiu a morte, e, ressurgindo, deu-nos a vida” (MISSAL ROMANO, 1992, p. 421).
Assim, com a Igreja, fazemos anamnese da morte e Ressureição de Cristo: “a anamnese, pela qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor através dos apóstolos, a Igreja faz a memória do próprio Cristo, relembrando principalmente a sua bem-aventurada paixão, a gloriosa ressurreição e a ascensão aos céus” (IGMR, n. 79).
A Constituição Dogmática Lumen Gentium afirma com, toda clareza, que a cada liturgia acontece a atualização da obra redentora: “todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pela qual Cristo, nossa páscoa, foi imolado, atualiza-se a obra da nossa redenção” (cf. LG, n. 3).
Com isso, pode-se dizer que a liturgia cristã é a atualização ritual do evento real da salvação, que é Cristo, pois a liturgia é a celebração, por excelência do Mistério Pascal de Cristo, como diz o Dicionário de Liturgia:
A liturgia é a perpétua realização do mistério pascal de Cristo – O mistério de Cristo chama-se ‘pascal’ porque, na morte de Cristo, encontrou sua plena realização a ‘promessa’ com que Deus havia anunciado querer estabelecer o seu “testamento” (diateke, testamentum, aliança) com seu povo a fim de assumi-lo para si como povo “especial, régio e sacerdotal” (MARSILI, 2009, p. 644).

Sendo assim, pode-se afirmar que a liturgia é o lugar epifânico da celebração do Mistério Pascal de Cristo. Mistério Pascal esse que continua e atua no hodie da sacramentalidade da Igreja e, conforme exposto acima, todas as vezes que celebramos e fazemos anamneses da morte e Ressurreição de Cristo, atualizamos a obra da Salvação.

Para melhor compreensão da liturgia, faz-se necessário percorrer brevemente a história do Concílio Vaticano II.
Sabemos que, desde o início do século XX, alimentava-se na Igreja o desejo de reforma no campo da liturgia. A Igreja sofria nesta época o danoso fixismo e rubricismo de quatro séculos tridentinos.
O Concílio Vaticano II foi convocado pelo Papa João XXIII e concluído sobre o papado de Paulo VI, entre 1962 e 1965, ao longo de quatro sessões, uma por ano, em geral, de outubro a dezembro.
Foi vontade expressa de João XXIII um concílio pastoral. Na abertura da primeira sessão do Concílio, João XXIII pronunciou o seguinte discurso:
O punctum saliens deste Concílio não é a discussão de um ou outro artigo da doutrina fundamental da Igreja, repetindo e proclamando o ensino dos Padres e dos Teólogos antigos e modernos, pois este supõe-se bem presente e familiar ao nosso espírito. Para isto não haveria necessidade de um Concílio. Mas da renovada, serena e tranquila adesão a todo o ensino da Igreja, na sua integridade e exatidão, como brilha nos Atos Conciliares, desde Trento até ao Vaticano I, o espírito cristão, católico e apostólico do mundo inteiro espera um progresso na penetração doutrinal e na formação das consciências, em correspondência mais perfeita com a fidelidade à doutrina autêntica; mas também esta seja estudada e exposta por meio de formas de indagação e formulação literária do pensamento moderno. Uma é a substância da antiga doutrina do depositum fidei e outra é a formulação que a reveste: e é disto que se deve – com paciência, se necessário – ter grande conta, medindo tudo nas formas e proporções do magistério prevalentemente pastoral [...] Sempre a Igreja se opôs aos erros; muitas vezes até os condenou com a maior severidade. Nos nossos dias, porém, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da sua doutrina que condenando erros [...] A Igreja Católica, levantando por meio deste Concílio o facho da verdade religiosa, deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos dela separados (COMPÊNDIO VATICANO II, 1968, p. 8).

O Concílio Vaticano II foi, também, um concílio ecumênico da história da Igreja Católica, com a presença de mais de dois mil bispos do mundo inteiro.
Desse encontro, resultaram 16 documentos, que se agruparam desta forma: quatro constituições de maior importância, nove decretos e três declarações.
Entre as Constituições de maior importância, destaca-se a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, chamada de Sacrosanctum Concilium (SC), publicada 04 de dezembro de 1963, como primeiro documento oficial do Vaticano II. Este documento teve grande importância na liturgia e é significativo, especialmente, para uma compreensão correta do Esplendor Litúrgico.
O Concílio Vaticano II quis responder à necessidade de uma reforma da Liturgia Romana. Com isso o Concílio estabeleceu princípios gerais para a liturgia da Igreja. Também definiu a natureza da liturgia e concluiu que “todos os batizados tem direito e dever de participar ativa, consciente e plenamente das ações litúrgicas” (SC, n. 14).
Desse modo, pode-se reafirmar que o Vaticano II foi um momento de renovação e de reforma na Igreja Católica: com o mundo exterior, entre a hierarquia e os fiéis. Foi o ponto de chegada da renovação da Igreja Católica, como ela mesma diz: foi um “sinal de disposições providenciais de Deus. É uma passagem do Espírito pela sua Igreja” (SC, n. 43).
A Constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a Sagrada Liturgia, quer relembrar os princípios e estatuir as normas práticas para a renovação e o incremento da Liturgia:
O objetivo do Concílio é intensificar a vida cristã, atualizando as instituições que podem ser mudadas, favorecendo o que contribui para a união dos fiéis em Cristo e incentivando tudo que os leva a viver na Igreja. Em vista disso, julga dever ser ocupar especialmente da liturgia, que precisa ser restaurada e estimulada (SC, n. 1)

O Catecismo também ensina aos fiéis que: “A liturgia implica uma participação “consciente, ativa e frutuosa” (CIgC, n. 1071).
Do parágrafo 1071 ao 1075, o Catecismo da Igreja Católica fala da Sagrada Liturgia como fonte de vida; da sua relação como fonte de vida e da sua relação com a oração e a catequese.
É por isso que se pode afirma que, de fato, a liturgia é fonte de vida cristã. Mas alguém poderia se perguntar: por que? Porque é obra de Cristo, que é o autor da graça. Foi o que o Vaticano II respondeu em seu documento conciliar:
Mas para que seja plena a eficácia da liturgia, é preciso que os fiéis se aproximem dela com as melhores disposições interiores, que seu coração acompanhe sua voz, que cooperem com a graça do alto e não a recebam em vão. Cuidem, pois, os pastores que, além de se observar as exigências de validade e liceidade das celebrações, os fiéis participem da liturgia de maneira ativa e frutuosa, sabendo o que estão fazendo (SC, n. 11).

 A graça, que nos é dada por Cristo na liturgia, exige de nós uma participação vital.
O Concílio Vaticano II afirmou, ainda na constituição Sacrosanctum Concilium que “a liturgia é o cume e a fonte da vida da Igreja” (SC, n. 10).
A grande aspiração da reforma litúrgica do Vaticano II refere-se à participação na liturgia como fonte de vida cristã. Na Sacrosanctum Concilium temos vários parágrafos que fazem referência à essa participação (cf. SC, n. 11-14.19.27.30.41.50.53.55.79.113.121.124).
Por participação, segundo a definição de A. M. Triacca entende-se que é “adesão e intervenção” (cf. TRIACCA, 1992, p. 886).
Na liturgia cristã, a palavra participação possui alguns adjetivos, sem os quais não acontece ricamente o encontro do homem com Deus. É preciso ter consciência da participação interna e externa, ou seja, mente e coração precisam estar em sintonia com a celebração. “A encíclica fala da participação, que deve ser antes de mais nada interna, o que equivale a dizer exercida com piedosa atenção do ânimo e com íntimo afeto do coração” (TRIACCA, 1992, p. 888).
Da participação como fonte da espiritualidade e vida cristã, a Sacrosanctum Concilium, afirma que:
A vida espiritual não se resume na participação na liturgia. Chamado a orar em comum, o cristão não deve deixar também de entrar em seu quarto, para orar ao Pai no segredo do coração. Pelo contrário, seguindo o conselho do apóstolo, deve orar sem cessar. Pelo mesmo apóstolo, somos advertidos de que devemos levar sempre em nossos corpos os sinais da morte de Cristo, para que também a sua vida se manifeste, um dia, em nossos corpos mortais. Pedimos, por isso, ao Senhor, no sacrifício da missa, que “aceite a hóstia da oblação espiritual e nos torne, a nós mesmos, uma oferenda eterna (SC, n. 12).

Assim, no sacrifício estão o ápice e a fonte da espiritualidade cristã. Fonte essa mais importante, “em que os fiéis podem beber o autêntico espírito cristão” (cf. SC, n. 14).
Além disso, temos também o esplendor litúrgico como contribuinte dessa participação na liturgia, pois este contribui de modo eminente nas celebrações litúrgicas.
O esplendor da liturgia católica, celebrada com nobre simplicidade, fornece aos fiéis uma visão real deste mistério. Sendo assim, pode-se dizer que o esplendor da liturgia católica é todo cristológico, pois o esplendor vem de Deus e faz voltar a Deus.

3. Esplendor Litúrgico

 Com este panorama geral, pretende-se, agora, entender o significado do conceito da palavra esplendor partindo de alguns conceitos e do ponto de vista do Fundador do IMSJS.
De acordo com o Novo Dicionário Latino – Português, o esplendor tem origem na palavra proveniente do latim splendor, que significa: “o resplandor, a luz, claridade. A magnificência, ostentação, o aparato. A nobreza, glória, lustre, honra, dignidade” (SOUSA, 1922, p. 731). Já o Minidicionário da Língua Portuguesa a conceitua como “Brilho de grande intensidade. Qualidade do que é grandioso, magnífico. Esplendoroso” (BECHARA, 2009, p. 370).
A palavra esplendor é sinônimo de: aparato, deslumbramento, fulgência, luxo, magnificência, ostentação, pompa, suntuosidade.
No Antigo Testamento, a palavra encontrada que se aproxima da palavra esplendor é o termo em hebraico kabod, que significa “glória”. Pertence à raiz kbd (“ser pesado”) e significa “aquilo que produz peso, aquilo que impõe, aquilo que produz consideração, como a riqueza, o luxo ou o poder. (...) Significa reconhecer sua importância, seu poder ou sua autoridade” (LODS, 2013, p. 588).
Segundo o Dicionário Bíblico Teológico:
O conceito de glória forma uma das grandes ideias fundamentais da Bíblia. Na LXX encontra-se também a forma verbal doxazein, que significa “reconhecer a glória de Deus”. Doxa, “glória”, designando a grandeza de Deus, tem às vezes uma nuança escatológica (Br 4, 24.37; 5,1.9). Sob influência de Isaías e Ezequiel acresce mais um aspecto, a saber o “luz” e “brilho” designando o esplendor do Reino de Deus messiânico-escatológico (WOSCHITZ, 2004, p. 165).

O significado de esplendor provém do Antigo Testamento como glória ou magnificência. Essa glória no AT é manifestada no Sinai, no templo etc... (cf. RAURELL, 2003, p. 323).
A glória é o esplendor do poder de Iahweh como é (Ex 24, 16); no Livro de Números aparece a “glória de Iahweh” (Nm 14, 21); e em Paulo, lê-se “Senhor da Glória” (1 Cor 2, 8).
No Novo Testamento o termo doxa parece 165 vezes, 77 nos escritos paulinos e em João aparece com menor grau.
O paradigma do esplendor litúrgico é a Transfiguração do Senhor (Mt 17, 1-8 ) (MORAES, 2010).
Ainda no Novo Testamento, o termo doxa está ligado a brilho tal como o esplendor ou radiância, que emana de uma luz brilhante. A Sagrada Escritura diz que, “um é o brilho do sol, outro o brilho da lua, e outro brilho das estrelas” (1 Coríntios 15;41), assim, o esplendor irradia da presença de um ser celestial.
Assim, pode-se sintetizar, dizendo que o Esplendor Litúrgico é a glória do Pai, em Jesus, por meio do seu Sacrifício. É por isso que a Celebração Eucarística deve receber toda dignidade:
(...) Pois nela se encontra tanto o ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, como o do culto que os homens oferecem ao Pai, adorando-o pelo Cristo, Filho de Deus. Além disso, nela são de tal modo relembrados, no decorrer do ano, os mistérios da redenção, que eles se tornam de certo modo presentes. As demais ações sagradas e todas as atividades da vida cristã a ela estão ligadas, dela decorrendo ou a ela sendo ordenadas (IGMR, n. 16).

Para Padre Gilberto, o Esplendor Litúrgico é um toque de profundidade em toda a Liturgia. Ele diz que: “O povo precisa muito de criatividade, precisa de coisas bonitas, de cores, de velas, de flores, de cânticos, porque o povo de Deus somente vai pelo que lhe é tangível, pelo que vê, pelo que sente, pelas práticas que fazemos” (DEFINA, 2016, p. 164).
Sendo assim, o Esplendor Litúrgico deve propiciar um itinerário nas celebrações litúrgicas, segundo Pe. Micael de Moraes, SJS, padre do IMSJS. O itinerário deve ser o seguinte:
1. A luz de Deus tem que resplandecer, isto é, a celebração tem que demostrar através do rito a intervenção de Deus através do Mistério Pascal do Senhor atualizado. 2. A Palavra deve ser exposta nas orações e na Escritura de modo que se aponte e se cumpra no Cristo morto e ressuscitado. 3. Tudo isso deve possibilitar ouvir o Pai e o Verbo, acolher esse Verbo na vida de tal modo que seja bom estar na presença de Deus. Disso decorre algumas indicações para a efetivação do Esplendor Litúrgico: 1. Tudo o que obscurece a manifestação da Luz de Deus deve ser evitado (ruídos, poluição visual, má preparação, leitura mal feita, etc). Mas principalmente a santidade do ministro e da comunidade deve propiciar o Esplendor Litúrgico. 2. As rubricas do rito que manifestam o Mistério devem ser conhecidas e levadas a efeito para uma verdadeira arte de celebrar. 3. As adaptações devem ser feitas somente com um conhecimento profundo do Evangelho, da Teologia Litúrgica e da cultura do povo. 4. A Sagrada Escritura deve ser conhecida para a disposição do fiel e realmente todos ouvirem o Filho do Pai. 5. Amar a Liturgia que se celebra, sem isso pode-se cair na hipocrisia. 6. Saber-se amado por aquele que nos vê e desse amor amar-se e amar o próximo (MORAES, 2010).

Desse modo, como já vimos no capítulo anterior sobre o Carisma Salvista, o Esplendor Litúrgico é para o Louvor de Deus. Por isso, o lugar privilegiado para vivência do carisma é a Sagrada Liturgia, conforme as Constituições Salvistas de 1998, que diz: “O Esplendor litúrgico para o Louvor de Deus, dá-se no uso apropriado das vestes, objeto, cantos, no desenvolvimento harmonioso do rito e das rubricas, e no uso mesmo do latim e do canto gregoriano, quando isso for útil e apropriado para o Louvor de Deus e para edificação dos fiéis” (CONSTITUIÇÕES, 1998, n. 200).
Por isso, a Igreja estabeleceu algumas normas litúrgicas a serem observadas pelos seus celebrantes a respeito da celebração eucarística. Segundo a Ars Celebrandi: “a liturgia nunca é propriedade privada de alguém, nem do celebrante, nem da comunidade onde são celebrados os santos mistérios” (DEPARTAMENTO DAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS DO SUMO PONTÍFICE, 2010).
A instrução afirma que:
 O Mistério da Eucaristia é demasiado grande <<para que alguém possa permitir tratá-lo ao seu arbítrio pessoal, pois não respeitaria nem seu caráter sagrado, nem sua dimensão universal>> [...] Os atos arbitrários não beneficiam a verdadeira renovação e sim lesionam o verdadeiro direito dos fiéis à ação litúrgica, à expressão da vida da Igreja, de acordo com sua tradição e disciplina. Além disso, introduzem na mesma celebração da Eucaristia elementos de discórdia e de deformação, quando ela tem, por sua própria natureza e de forma eminente, de significar e de realizar admiravelmente a Comunhão com a vida divina e a unidade do povo de Deus. Estes atos arbitrários causam incerteza na doutrina, dúvida e escândalo para o povo de Deus e, quase inevitavelmente, uma violenta repugnância que confunde e aflige com força a muitos fiéis em nossos tempos, em que frequentemente a vida cristã sofre o ambiente, muito difícil, da <<secularização>> (DEPARTAMENTO DAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS DO SUMO PONTÍFICE, 2010).

A partir do que foi visto neste capítulo sobre o esplendor da liturgia católica, procuremos, a seguir, entender o esplendor litúrgico na missionariedade.
Por conseguinte, a importância do esplendor para a liturgia é de grande relevância pois o esplendor da Liturgia remente ao próprio Deus e a participação do fiel no Mistério Pascal é mergulhar no mistério que se celebra. Logo, o fiel é chamado a participa do Mistério Pascal com inteireza, sendo verdadeiramente obediente ao que Cristo pediu na sua última Ceia: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22, 19).






















O ESPLENDOR LITÚRGICO NA MISSIONARIEDADE SALVISTA


Neste último capítulo, compreender-se-á como acontece o Esplendor Litúrgico na missionariedade salvista, a partir da encíclica Redemptoris Missio e da própria vida salvista.
Os documentos Lumen Gentium (LG), Ad Gentes (AG) e Gaudium et Spes são os que falam mais diretamente da missão da Igreja como expressão do dinamismo trinitário.
Dois documentos marcaram o caminho da missão: o Anúncio do Evangelho, de Paulo VI e a Missão do Redentor, de João Paulo II. Ambos se complementam, mesmo sendo diferentes.
Após o encerramento do Concílio Vaticano II, já sob o pontificado de Paulo VI, muita coisa mudou no mundo, e logicamente, todas essas mudanças incidiriam também  na reflexão e na ação missionária que a Igreja desempenhava.
Com o encerramento do Concílio, a missão se desenvolveu a partir:
- de uma nova forma de vida eclesial;
- de novas situações sociais e políticas nas missões;
- do novo conceito de salvação em relação às expressões religiosas não cristãs;
- das igrejas jovens, cada vez mais autônomas, vivas, ricas de entusiasmo e de pessoal próprio;
- da nova mentalidade e do novo relacionamento entre igrejas antigas e novas: respeito, valorização, serviço, ajuda mútua;
- dos novos tipos de presença missionária: sacerdotes diocesanos, leigos missionários, Igrejas-irmãs;
- da preocupação de por a Igreja toda em estado de missão, através da corresponsabilidade, valorização dos carismas, pastoral missionária, valorização do leigo;
- da convicção de que a missão renova a Igreja e que a fé cresce comunicando-a (COPPI, 2006, p. 58).

A missiologia moderna, iniciada com o Concílio Vaticano II, atinge o seu ponto mais alto na encíclica Evangelii Nuntiandi e na Redemptoris Missio.
A carta encíclica Redemptoris Missio é a primeira encíclica diretamente missionária depois do Concílio, uma vez que trata da evangelização ad gentes como as encíclicas missionárias anteriores e como o decreto missionário do Concílio Vaticano II.
Esta encíclica está organizada em oito capítulos e trata de temas como: Jesus Cristo, o único salvador; O Reino de Deus; O Espírito Santo, protagonista da missão; Os imensos horizontes da missão Ad Gentes; Os caminhos da missão; Os responsáveis e os agentes da pastoral missionária; A cooperação na atividade missionária e A Espiritualidade Missionária.
Na encíclica, é possível perceber o ardor missionário de João Paulo II, com o qual ele inflamava toda a Igreja. Logo na introdução do documento, ele diz que: “O impulso missionário pertence, pois, à natureza íntima da vida cristã” (RM, n. 1); “[...] a missão compete a todos os cristãos, a todas as dioceses e paróquias, instituições e associações eclesiais” (RM, n. 2); “a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações” (RM, n. 2); e por fim, a introdução traz esta grande chamada de consciência quanto à missionariedade dos fiéis:
Sinto chegando o momento de empenhar todas as forças eclesiais na nova evangelização e na missão ad gentes. Nenhum crente, nenhuma instituição da igreja pode esquivar-se deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos (RM, n. 3).

A missiologia moderna teve seu ponto culminante na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi e na Carta Encíclica Redemptoris Missio, “nelas são encontradas uma eclesiologia da Igreja como Povo de Deus, peregrina, missionária, em diálogo com o mundo e outras religiões, rumo à consumação dos tempos” (cf. COPPI, 2006, p. 59). Por isso, o Concílio afirmou que: “A Igreja é por sua natureza missionária” (AG, n. 2).
Assim, o Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador é um Instituto missionário e evangelizador.



No item anterior, vimos que a Igreja é, por natureza, missionária, conforme o Magistério pós-conciliar.
Agora, neste item, veremos o Esplendor Litúrgico na missão salvista, a partir das Constituições Salvistas, que regem este Instituto.
Segundo o Fundador do IMSJS, Pe. Gilberto, SJS:
Foi um desejo do meu coração que todos fossem chamados de missionário. O próprio Dom Fernando, conversando comigo, sugeriu isso. Quando perguntei qual o melhor nome para chamar essa fraternidade, ele disse que seria bom colocar missionários no nome e eu aprovei imediatamente, porque era esse o meu desejo, que todos os membros da fraternidade, principalmente os consagrados, tivessem o nome de missionários. Isto para que nessa instituição os homens e as mulheres chamados Servos e Servas de Jesus Salvador fossem não apenas servos, mas também enviados pelo Senhor aonde a Igreja precisasse de nós, aonde a Igreja nos chamasse. Lá estaríamos não por vontade própria, mas talvez por vontade daquele que nos envia, seja o Papa ou diretamente os superiores (DEFINA, 2016, p. 182).

Assim, podemos dizer, com convicção, que o salvista é, por natureza, um missionário. Por isso, o IMSJS tem por objetivo “preparar sacerdotes e irmãos aptos a se tornarem missionários e testemunhas do Senhor Jesus Salvador”. (CONSTITUIÇÕES, 1998, n. 447).
 Desta forma, como já vimos também nos capítulos anteriores, o carisma do Louvor de Deus encontra, na Liturgia, o seu ápice, pois o Louvor de Deus está implícito na Liturgia. Como está nas Constituições de 1998: “O primeiro lugar de exercício do nosso carisma é a Sagrada Liturgia” (CONSTITUIÇÕES, 1998, n. 199), por isso, o religioso salvista busca sempre pelo apreço e pela veneração daquilo que é celebrado.
A primeira missão do religioso salvista clérigo ou não, é ser um cristão que louva , exultando no Espírito Santo, em particular na Liturgia, à imagem da “Liturgia Celeste”, que é comunhão plena no Espírito Santo com o Pai e o Filho. Assim, o salvista assume a face do Cristo exultando voltado para o Pai: “Naquele momento, Ele exultou de alegria sob a ação do Espírito Santo e disse Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelastes aos pequeninos” (Lc 10, 21) DIRETÓRIOS IMSJS, 2014, n. 7).
É por isso que o religioso salvista “tem a missão de levar o povo a estar bem-disposto ao Louvor de Deus, impulsionado pela graça da Efusão do Espírito Santo, ou seja, a vivência em plenitude das graças recebidas nos sacramentos. Esta Efusão se manifesta em frutos de santidade e em carismas para edificar a Igreja, tornando, assim, cada batizado um missionário- evangelizador” (CONSTITUIÇÕES, 2014, n. 7).
O Esplendor Litúrgico, na missão salvista, se dá, em primeiro lugar, pelo Louvor de Deus, “que se manifesta na Liturgia e nas diversas formas de oração pessoal e comunitária, transborda no serviço ao Povo de Deus, através da ação apostólica e missionária do Instituto” (CONSTITUIÇÕES, 2014, n. 6).
Sendo assim, podemos dizer que o destinatário da missão é: o Povo de Deus; e o religioso salvista tem a missão de “propiciar o encontro da pessoa com Deus, que se dá na Liturgia” (CONSTITUIÇÕES, 2014, n. 50), através do esplendor litúrgico. Por isso, o religioso salvista “empregará e usará de todo esplendor litúrgico, levando o Povo de Deus à santidade e à perfeição em Cristo” (CONSTITUIÇÕES, 2014, n. 50).
Essa é a missão do salvista: propiciar o encontro da pessoa com Deus, por meio do esplendor litúrgico, levando-a a uma conversão sincera e permanente. Vejamos como nasce a missão salvista:
[...] a missão salvista nasce de uma busca de propiciar o encontro da pessoa com Deus (conversão); a partir dessa conversão, a pessoa, imersa na graça que nos vem do sacramentos (graça), e que o salvista pelo esplendor litúrgico (dimensão bastimal – sacerdócio real) propicia ainda mais a abertura da pessoa a essa graça, faz com que essa pessoa, plena da graça, faça obras da graça que se tornam um Louvor de Deus (MORAES, 2012).

O missionário salvista em qualquer lugar de missão, é chamado a primar pelo esplendor litúrgico na observância às rubricas litúrgicas.
 Como desejo de nosso fundador, queremos celebrar utilizando todos os recursos que as rubricas nos permitem para que o esplendor litúrgico propicie o encontro das pessoas com Deus, conforme consta na Instrução Geral do Missal Romano: “A eficácia pastoral da celebração aumentará certamente, se os textos das leituras, das orações e dos cantos correspondem, na medida do possível, às necessidades, à preparação espiritual e à mentalidade dos participantes. Isto se obterá mais facilmente usando-se à múltipla possibilidade de escolha que se descrever adiante” (IGMR, n. 352) (DIRETÓRIOS IMSJS, 2014, n. 32).
Segundo o Diretório do IMSJS, o Esplendor Litúrgico na missão Salvista é solenizado nas seguintes ocasiões
1. Missa do Espírito Santo, inaugurando o início das atividades em nossas comunidades. Acontece imediatamente após o Retiro Anual; 2. Memória de Santo Tomás de Aquino, Presbítero e Doutor da Igreja, Patrono dos estudos, a 28 de janeiro; 3. Memória de Santa Escolástica, Virgem, a 10 de fevereiro, criação da Fraternidade Jesus Salvador; 4. Solenidade de São Jose, Esposo de Nosso Senhor, a 19 de março; 5. Solenidade da Anunciação do Senhor, a 25 de março; 6. Semana Santa; 7. Solenidade do SS. Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi); 8. Solenidade de Pentecostes; 9. Solenidade do Sagrado Coração de Jesus; 10. Memória do Imaculado Coração de Maria; 11. Memória de São Bento, a 11 de julho; 12. Memória de São João Maria Vianney, presbítero, a 4 de agosto; 13. Memória de Nossa Senhora das Dores, a 15 de setembro; 14. Fundação do Instituto, a 17 de setembro: Festa de Nossa Senhora de Pentecostes; 15. Solenidade de São Miguel, São Gabriel e São Rafael Arcanjos, a 29 de setembro; 16. Memória de Santa Teresinha do Menino Jesus, a 1º de outubro; 17. Memória dos Santos Anjos da Guarda, a 2 de outubro; 18. Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a 12 de outubro. (Cada Comunidade celebra a Virgem Maria com o título que lhe concede o seu País e na sua respectiva data); 19. Memória de São Francisco Xavier, presbítero, a 3 de dezembro (DIRETÓRIOS IMSJS, 2014, n. 36).

Essas são as celebrações mais importantes do IMSJS, onde são solenizadas as memórias próprias do Instituto, os devoções as baluartes e os patronos, respeitando sempre a condição de cada comunidade e sua cultura.
É para isso que o religioso salvista é chamado, para serem “mistagogos” (PESENTI, 2003, p. 704), na missão ou em qualquer lugar em que forem chamados. Assim dizem as Constituições:
 Consagrados, iremos às ovelhas perdidas da casa de Israel, a fim de revelar-lhes a salvação de Jesus. A ação apostólica pertence à própria natureza de nossa família religiosa. Somos, por essência, missionários (CONSTITUIÇÕES, 1998, n. 21).
Com relação à missão, o Louvor de Deus é a base da vida missionária. Como missionário do Louvor de Deus, a tarefa principal é apresentar o Carisma Salvista ensinado o povo a louvar a Deus e a reconhecer que Ele é o nosso tudo.
Além disso, a missão do salvista é fazer com que o povo de Deus esteja bem disposto para o Louvor de Deus.

O Esplendor Litúrgico é mencionado, com clareza, no parágrafo 35 das Constituições Salvista de 1998, da seguinte forma: “Este louvor de Deus deve ser, antes de tudo, o louvor litúrgico, pois que deve ser dado, principalmente, através de formas da Sagrada Liturgia. O Instituto sempre empregará e usará de todo esplendor litúrgico para tal louvor a Deus” (CONSTITUIÇÕES, 1998, n. 35).
No Diretório de Piedade e Liturgia do IMSJS consta que:
O esplendor litúrgico não se limita apenas a ritos bem celebrados. Nossas celebrações devem ser expressão de uma vida de louvor. A presença prévia dos ritos e cerimônias tem por base uma espiritualidade litúrgica; a certeza e a convicção de que somos santificados pelo exercício do sacerdócio batismal, e assim santificados, louvamos a Pai (DIRETÓRIOS IMSJS, 2014, n. 14).

Como vimos anteriormente, o Esplendor Litúrgico é para o Louvor de Deus e para edificação dos fiéis. A consequência deste Louvor é a santificação pessoal e comunitária. Por isso, veremos também a importância da participação litúrgica, a partir do Vaticano II, na vida dos fiéis, como nos diz o documento:
A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis participem das celebrações de maneira consciente e ativa, de acordo com as exigências da própria liturgia e por direito e dever do povo cristão, em virtude do batismo, como “raça eleita sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido” (1Pd 2, 9; cf. 2, 4-5) (SC, n. 14).

Neste sentido, quando falamos de participação litúrgica, logo entendemos que participar significa “tomar parte” (BECHARA, 2009, p. 671), ou possuir parte de algo. Assim, na Liturgia, ter parte significa participar da Obra da Salvação e da Glorificação de Deus, em Jesus Cristo, por meio do seu Mistério Pascal, atualizado na Liturgia.
Na Sacramentum Caritatis consta:
Durante os trabalhos sinodais, foi várias vezes recomendada a necessidade de superar toda e qualquer separação entre a arte da celebração (ars celebrandi, isto é, a arte de celebrar retamente) e a participação plena, ativa e frutuosa de todos os fiéis: com efeito, o primeiro modo de favorecer a participação do povo de Deus no rito sagrado é a condigna celebração do mesmo; a arte da celebração é a melhor condição para a participação ativa (actuosa participatio) (SCa, n. 38).

Desta forma, podemos afirmar que o Esplendor Litúrgico ajuda na participação do fiel na liturgia de forma mais “ativa, plena frutuosa e consciente” (cf. SC, n.11, 14). Assim, o Concílio Vaticano II colocou o povo de Deus na celebração eucarística.
Isto fica muito claro nas Constituições Salvistas:
Observe-se o que vai assinalado no objetivo primário: que este Louvor de Deus seja dado, principalmente, através de formas da Sagrada Liturgia da Santa Igreja Católica. Haverá lugar adiante, que disso se trate mais longamente. Desde já, porém, deve dizer-se que a Fraternidade empregará e usará de todo o esplendor litúrgico para tal louvor a Deus, no uso apropriado das vestes, objetos, cantos, no desenvolvimento harmonioso do rito e das rubricas, no uso mesmo do Latim e do Canto Gregoriano, quando isto for útil e apropriado para tal louvor a Deus e para edificação dos fiéis (CONSTITUIÇÕES, 1995, n. 2.3).

Como afirma o Diretórios do IMSJS, “o esplendor Litúrgico é vivido através do Canto na liturgia, dos salmos cantados e recitados, das leituras bem preparadas e do zelo com a preparação dos objetos e alfaias sagrados” (DIRETÓRIOS IMSJS, 2014, n. 15).
Assim, o Salvista, em conformidade com o Esplendor Litúrgico, procura sempre zelar pelo canto litúrgico nas celebrações, tendo em vista a harmonia da celebração litúrgica e a participação dos fiéis, pois o canto litúrgico faz parte da vivência do Carisma Salvista.
Essa participação litúrgica também acontece na Liturgia de forma corporal:
Em certos povos, o canto é instintivamente acompanhado do bater de mãos, de movimentos ritmados e de passos de dança dos participantes. Tais formas de expressão corporal podem ter lugar na ação litúrgica desses povos, na condição de serem sempre expressão de uma verdadeira e comum oração de adoração, de louvor, de oferta ou de súplica e não mero espetáculo (CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO, 1994, n. 42).

Por isso, a Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium exortou os fiéis a não assistirem à liturgia eucarística “como estranho ou espectadores mudos”, mas a participarem “na ação sagrada, consciente, ativa e piedosamente” (SCa, n. 52).
Deste modo, podemos dizer, com convicção, que o Louvor de Deus é de alta relevância para dispor o fiel ao encontro com Deus, por meio de uma Liturgia bem vivida e bem celebrada. Por isso, “A liturgia nunca é propriedade privada de alguém, nem do celebrante, nem da comunidade, onde são celebrados os santos mistérios” (EE, n. 52).
Sendo assim, de acordo com a Instrução Geral do Missal Romano o Salvista é responsável em zelar pela celebração eucarística de forma que vise sempre pelo bem espiritual dos fiéis e pela participação litúrgica (cf, IGMR, n. 352); e em, “Consonantes ao desejo de nosso pai fundador, somos chamados a celebrar o mistério eucarístico, segundo as normas litúrgicas, sinal de vivência e amor à Igreja” (DIRETÓRIOS IMSJS, 2014, n. 30).
É missão do Instituto: “levar o povo a estar bem disposto ao Louvor de Deus, impulsionados pela graça da Efusão do Espírito Santo, ou seja, a vivência em plenitude das graças recebidas nos sacramentos” (CONSTITUIÇÕES IMSJS, n. 7).
Por isso, o Esplendor Litúrgico é um instrumento de participação litúrgica na Liturgia. Segundo o fundador do IMSJS, o Esplendor Litúrgico: “Seria também nas suas últimas consequências, dando todo um toque de profundidade em toda Liturgia” (DEFINA, 2016, p. 164).
O Papa Bento XVI, na sua exortação apostólica Sacramentum Caritatis, afirma que: “a beleza não é um fator decorativo de ação litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação” (SCa, n. 35).
Sendo assim, pode-se afirmar que o Esplendor Litúrgico é esse elemento constitutivo, do qual fala o Papa Bento XVI.
O Esplendor Litúrgico faz parte do Carisma. A forma principal do salvista expressar a seu Carisma é através da Liturgia.
O carisma do Louvor de Deus encontra na Liturgia seu ápice. O Louvor de Deus já está implícito na Liturgia, mas cabe ao religioso desta família ter em si a busca do apreço e veneração cada vez maior diante do que é celebrado. É bem verdade que a fidelidade estrita às normas litúrgicas é inerente a todo católico, e ainda mais aos salvistas, pela obrigação assumida pelos votos, em especial o quarto voto. No entanto, a vivência litúrgica deve ser muito mais que uma obrigação, já que a abertura interior para a celebração permite uma experiência pessoal profunda do mistério (DIRETÓRIOS IMSJS, 2014, n. 16).

Portanto, o Esplendor Litúrgico é importante, na missão salvista, para realizar esse encontro com Deus, pois é missão do salvista formar o povo na Liturgia. Esta é a vocação do salvista: ser um exímio mistagogo, isto é, um introdutor na celebração em face do mistério; e a liturgia é de primaz importância para o cumprimento dessa incumbência na missão. Assim, o fiel participa da graça e da vida da Trindade, pois o Carisma do Louvor de Deus dispõe o fiel ao encontro com Deus; e o Esplendor Litúrgico é apenas um instrumento de participação e, portanto, importante na missão salvista de realizar esse encontro.









 



CONCLUSÃO


  A partir do que foi apresentado ao logo deste trabalho, com o objetivo mostrar a importância do Esplendor Litúrgico no Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador, pode-se concluir que:
Dado o exposto histórico da vida do fundador do IMSJS, percebe-se que a grande marca de Pe. Gilberto Maria Defina, SJS, foi o zelo pelo esplendor da Liturgia Católica, desde o seu tempo seminarístico, o que foi de grande valia para a sua caminhada na Igreja.
Dessa forma, este trabalho nos levou a compreender que o Esplendor Litúrgico para o Carisma do Louvor de Deus é de suma relevância e instrumento para a salvação das pessoas, pois ajuda o fiel a viver bem a liturgia e a participar integralmente do Mistério Pascal de Cristo.
Por fim, conclui-se que o Esplendor Litúrgico na missionariedade Salvista pode ajudar na participação do fiel na liturgia e, desta forma, o fiel participa da graça e da vida da Trindade por meio do Carisma do Louvor de Deus. Carisma esse que dispõe o fiel ao encontro com Deus. O esplendor é apenas um instrumento de participação para o fiel. Portanto, na missão Salvista, o Esplendor Litúrgico se torna o melhor lugar para se realizar esse encontro com Deus.










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