Quando fizemos os votos temporários e
recebemos o Hábito religioso, o Pe Gilberto naquele dia 28 de fevereiro de
1998, pronunciou na sua homilia que da mesma forma que um policial ou um
militar tem sua farda em serviço e essa indumentária o qualifica para exercer
sua função, o religioso ao envergar o hábito religioso ele dá testemunho de
evangelização e se coloca socialmente, é identificado como membro de uma
congregação religiosa e testemunha ser da Igreja Católica e de Jesus Cristo.
A veste, como nas passagens da Escritura acima, representa a própria
personalidade da pessoa, por isso, que Jesus é vilipendiado por Herodes, é
desnudado, remetendo a Adão que perdeu seu relacionamento com Deus (persona) pelo
pecado, assumindo Jesus assim a nossa humanidade pecadora, e os anjos
revestidos de vestes resplandecentes vem testemunhar que Jesus é ressurreto.
Na história dos Institutos Missionários Servos e Servas de Jesus Salvador,
brotou o desejo de usar o hábito, não como uma separação insossa do mundo, pois
não somos do mundo, mas como missionários estamos no mundo (cf. Jo 17, 15) e
nele exatamente queremos testemunhar Jesus Cristo e sua Igreja, portanto o
Hábito Religioso é testemunho missionário da pertença a Deus e como na antiga
história de São Francisco de Assis, sem falar nada, em nossas procissões pelo
mundo proclamar que Deus existe e há pessoas que largam tudo para
testemunhá-lo.
Obviamente, vai surgir o velho adágio “o hábito não faz o monge”, e de fato não
faz. Infelizmente o que não falta na história são pessoas que desonraram o
hábito pelo seu comportamento. Lembremos, porém, que eles em primeiro lugar
desdenharam do seu Batismo, e Batismo é revestir-se de Cristo, como na palavra
Bathos em grego que é veste. Dessa forma, o problema é quem usa e não a veste
em si. Por outro lado, muitos daqueles que entraram na vida religiosa, o
primeiro sentir da vocação foi por causa do hábito, e isso é permissão de Deus,
porém o que não se deve cair é numa idolatria do hábito religioso, um
farisaísmo hipócrita, daqueles que usavam longas franjas para receberem a
glorificação dos homens (Mt 23, 5).
A partir do voto de pobreza, numa entrega total a Deus e para testemunhar Jesus
Cristo e sua Igreja, aí sim o habito religioso se torna um verdadeiro louvor de
Deus, pois a pessoa proclama pelas suas vestes que toda a sua ação procede de
Deus e é para Deus. O nosso Pai Fundador Pe Gilberto quis que as nossas vestes
religiosas tivessem a cor marrom, para nos lembrar de que somos pó e ao pó
voltaremos (cf. Gn 3, 19). Assumimos a morte à qual somos entregues todos os
dias (cf. 2 Cor 4, 11), por isso a partir do assumir da nossa pobreza em
Cristo, renunciamos a toda moda, que é passageira, para assumirmos uma veste
que aponta para o eterno, renunciamos a nós mesmos (cf. Mc 8, 34), a nossa
individualidade e vaidade que busca aparecer, receber os holofotes e as glórias
(kauchomai) do mundo, para assumindo a Igreja e glorificar (doxa) a Deus
somente, somente a Ele o louvor e não a nós (cf. Sl 115, 1). Por isso, usar o
hábito também exige do religioso um certo sacrifício, que vai desde a
temperatura, o ser reconhecido por todos como religioso e prestar serviço
correspondente, e porque não ser até ridicularizado. Nessa medida aquele que
assume suas próprias fraquezas perante a morte que virá, pode assim permitir
que a graça de Deus aja em suas ações pela graça e assim proclamar pelo hábito,
pelo sinal exterior de sua consagração, que só Deus é Deus e assim suas vestes
se tornam um louvor de Deus.
Finalizando assim com a oração para os primeiros sinais religiosos que
recebemos quando adentramos no Instituto, invocamos ao Pai e pede-se que os
hábitos sejam o “primeiro sinal visível despertado neles de se consagrarem a
ti. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém !”
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Informações sobre o Carisma "LOUVOR DE DEUS" (em Latim "LAUS DEI) do Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador - Fraternidade Jesus Salvador - Diocese de Santo Amaro - São Paulo - Brasil. Fundado pelo Padre Gilberto Maria Defina em 17 de setembro de 1994.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
“Hábito Religioso e Louvor de Deus”
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