INSTITUTO
DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS RELIGIOSAS SÃO BOAVENTURA
A
DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CARISMA DO LOUVOR DE DEUS EM TERESA DO MENINO JESUS
JOÃO
MACHADO JUNIOR
São
Paulo- 2015
JOÃO
MACHADO JUNIOR
A
DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO CARISMA DO LOUVOR DE DEUS EM TERESA DO MENINO JESUS
Trabalho
apresentado, como requisito
do
curso de Teologia do Instituto de
Filosofia
e Ciências Religiosas São
Boaventura,
sob a orientação do Profº.
Pe.
Micael Moraes, sjs
São
Paulo- 2015
SUMÁRIO
Introdução......................................................................................................................08
Cap. I- A dimensão da
missão em Santa Teresa de Lisieux...................................09
I.I.
Vida de Santa Teresa de Lisieux.............................................................................09
I.II
O desejo missionário em Santa Teresa de Lisieux..................................................12
I.III. Santa Teresa de Lisieux encontra seu lugar na
Igreja..........................................15
Cap. II- A compreensão da Igreja em
relação a missão dentro de espirito de Teresa do Menino Jesus.........................................................................................19
II.I.
Visão do Magistério.............................................................................................19
II.II.
A Oração compreendida como Missão..............................................................20
II.III.
A assistência missionária por meio de suas cartas..........................................22
II.IV.
O dom de si mesmo.........................................................................................24
Cap. III- A dimensão
missionária do Carisma do Louvor de Deus em Santa Teresa do Menino Jesus.............................................................................................26
III.I.
O Carisma do Louvor de Deus...............................................................................26
III.II.
A
compreensão da dimensão missionária Salvista com base em Santa Teresinha ..27
III.III.
A oração compreendida como missão.................................................................29
III.IV.
A assistência missionária da Fraternidade Jesus Salvador................................31
Conclusão....................................................................................................................33
Anexo...........................................................................................................................34
Bibliografia..................................................................................................................35
Este
exemplar corresponde à redação final da monografia, apresentada ao curso de
Teologia pelo aluno: João Machado Júnior, sob a orientação do Prof.º Pe. Micael
Moraes, sjs
_____________________________________
Prof.º
Pe. Micael Moraes, sjs
Orientador
_____________________________________
João
Machado Júnior
Orientando
DEDICATÓRIA
Dedico
essa monografia de modo singular, ao Pe. Gilberto Maria Defina, sjs (in
memorian), que é o fundador da Fraternidade Jesus Salvador, na qual sou membro,
e que com seu testemunho missionário, me demonstrou a face do Cristo que Louva
ao Pai.
Aos
meus pais: Marise dos S. da S. Machado e João Machado, que pacientemente me
apoiam e me incentivam no estudo acadêmico, bem como a vivencia religiosa.
Também dedico a minha irmã e ao meu sobrinho, que fazem parte da minha
trajetória humana e vocacional.
A
minha família religiosa que me incentiva cada vez mais, a buscar a vivencia
missionária aos moldes de Santa Teresa do Menino Jesus no seio da Igreja. E de
modo especial também aos irmãos: Frater José Maria Leite Barbosa,sjs, que me
ensinou a amar Santa Teresa do Menino Jesus e também me emprestou pacientemente
todo o material necessário para o desenvolvimento dessa monografia; e ao Pe
Helder Pio Lima do Altar,sjs, que me ajudou na correção dos erros e me
incentivou com sua amizade fraterna.
Por
fim quero dedicar a própria Santa Teresa do Menino Jesus, para que do céu possa
cumprir sua promessa e derramar sobre todos nós, chuvas de rosas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao Bom Deus, por me conceder a
graça necessária para o desenvolvimento deste estudo. A Virgem Maria, que com
seu amor maternal, me acompanha e me assiste. A minha família sanguínea e
religiosa, e aos amigos que se fizeram família.
Enfim, ao Prof.º Pe. Micael Moraes,
sjs, que com seu conhecimento me orientou nesta monografia.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo apresentar ao leitor
algumas reflexões sobre como a Igreja e a partir dela a Fraternidade Jesus
Salvador, na pessoa de seu Fundador, compreendeu a vida de Santa Teresa do
Menino Jesus, uma monja Carmelita, como um autêntico testemunho missionário.
O trabalho expõem de modo sintético algumas
características crucias para que o leitor tenha um olhar objetivo, em quem foi
Santa Teresa do Menino Jesus, e qual é a sua importância para a Igreja e para a
Fraternidade Jesus Salvador. A partir da vida de Santa Teresa do Menino Jesus,
o leitor é levado a observar como nela, uma nova compreensão de missão se
desenvolve e que estará de plena concordância com a proposta pelo Concilio
Vaticano II.
Além disso quer levar a compreensão de qual é a relação
de Santa Teresa do Menino Jesus com a Fraternidade Jesus Salvador, que é uma
Obra Missionária que à tem como padroeira. E também como o Carisma da
Fraternidade no seu aspecto missionário, está intimamente ligado a missão da
Santa já mencionada. Assim o trabalho desenvolve pontos de relações, que a
Igreja viu em Santa Teresa do Menino Jesus e que a Fraternidade Jesus Salvador
traz como sua missão.
Capítulo I- A dimensão da missão em Santa
Teresa de Lisieux.
I.I. Vida de Santa Teresa de Lisieux
Santa
Teresinha (Maria Francisca Teresa Martin) nasceu no dia 2 de janeiro de 1873,
uma quinta-feira, na residência de seu pai Luís José Aloísio Estanislau Martin
e sua mãe Azélia Maria Guérin (Zélia Martin), que se situava em Alençon-França.
Teresa era a mais nova dos nove filhos que dos Martins, sendo que destes,
quatro morreram ainda crianças.
Não
podemos desconsiderar santa Teresinha fora do contexto histórico do século XIX.
Este foi um período de grandes novidades, a começar por Charles Darwin em 1859,
com sua publicação “a origem das espécies", seguido no mesmo ano de Marx,
com sua obra crítica da economia política. Outros fatos não menos importantes
aconteceram neste período: Renan publica seu livro chamado: A Vida de Jesus. Em
1865 Claudio Bernard publica a sua introdução ao estudo da medicina
experimental. No âmbito religioso católico acontecia entre 8 de Dezembro de
1869 a 18 de Dezembro de 1870 o Concílio Vaticano I. Depois da guerra de 1870,
fundava-se o império alemão e as primeiras manifestações do Kulturkampf, são de
1872.
Também
não se pode deixar de frisar que a França do tempo de Teresinha estava
influenciada pelo jansenismo puritanista, com sua religiosidade altramente
escrupulosa e rigorista. Tal movimento religioso abrangia diversas áreas da
sociedade tais como o aspecto dogmático,o aspecto moral e até mesmo político.
Teresa entretanto dá um enorme salto com sua espiritualidade e sua forma de ver
e se relacionar com Deus, com seu desejo sincero e até mesmo missionário de
fazer com que os homens provem que a graça de Deus é para todos:
"Ó Jesus! bem
posso dizer a todas as pequeninas almas quanto é inefável a tua
condescendência....sinto que se por impossível encontrasses uma alma mais
fraca, mais pequena do que a minha, Te deliciarias a cumulá-la de favores ainda
maiores, se ela se abandonasse com inteira confiança na tua misericórdia
infinita." [1]
É dentro
deste contexto que a teologia teresiana pode ser desenvolvida, no campo de
missionariedade. Vale lembrar antes de tudo que é p ambiente familiar, o
testemunho cristão aí vivido, que nutre e desperta Teresinha a uma vida mais
perfeita. Seus pais possuiam um grande desejo de serem religiosos, mas por obra
da Providência não lhes fora permitido. Mas como um casal cristão educam suas
filhas com um belíssimo amor a Deus e as coisas celestes.
Quando
santa Teresa nasce, com apenas um mês de vida fica doente, a ponto de seus pais
se preocuparem pensando que lhe fosse acontecer o que havia acontecido com os
outros quatros filhos que chegaram a falecer. Quando se recupera adoece
novamente pois sua mãe Zélia não tinha leite para amamentá-la , e quando é
confiada a uma família de camponeses, que cuida dela um pouco mais de um ano.
Depois volta para casa e ali é nutrida numa sólida fé.
Com a sua estadia na casa paterna, Teresa
desenvolve um senso muito forte sobre o céu. Vemos isso presente no fato de
que, com um pouco menos de três anos deseja que a mãe passe pela experiência da
morte, pois esta havia lhe explicado que só morrendo que se pode chegar ao céu
para se unir a Deus. Teresa entendia já com essa idade que a felicidaade da
alma é estar unida a Deus e que isso só se dará no céu. Por muito amar sua mãe
deseja que ela vá para o céu, mal sabia que sua de fato mãe seria recolhida
pelo Bom Deus pouco tempo depois, quando ela tivesse quatro anos.
Como se
vê a vida da Santa foi desde a infância marcada pelo sofrimento, mas de tudo
isso Teresa fez uma ponte para alcançar as almas. Ela dizia: "Nunca teria acreditado que fosse
possivel sofrer tanto. Jamais! Jamais! Somente posso explicar isto pelos
desejos ardentes que tenho de salvar as almas..."[2]
Um outro
fato interessante é aquilo que Teresa chama de o 'pequeno milagre', realizado
no Natal de 1886. Após a missa do Galo, Teresa vai como de costume a lareira
pegar seu presente. Seu pai então fala o quanto fica contente em saber que esse
será o ultimo ano que dará esses presentes de natal a menina. Naquele momento, a menina hipersensivel,
passa a uma postura de maturidade com um grande esforço de sua parte, sempre
auxiliada pela graça divina, como deixara por escrito.
"Nessa noite em que Jesus se fez fraco
pelo meu amor, fez-me forte e corajosa, equipou-me com suas armas e, desde essa
noite abençoada, não saí vencida em nenhum combate. Pelo contrário, andei de
vitória em vitórias e iniciei, por assim dizer, uma corrida de gigante..."
[3]
Depois
deste período de turbulências, vem as dificuldades próprias de uma adolescente,
mas também de uma jovem que sonha e deseja ser carmelita, para levar muitas
almas para seu Deus. Com duas irmãs já no Carmelo, Teresa deseja entrar também
para ali viver sua vida de união com o Esposo. Porém é muito jovem, e as
superioras avaliam o seu caso com um pouco de desconfiança, visto que esta já
possui duas irmãs dentro do convento.
Em 1887
fez uma peregrinação por alguns lugares da Europa, dentre eles o Vaticano.
Lugar onde seu coração ardia em pensar, a possibilidade de se encontrar com o
Papa Leão XIII. Teresa havia tomado uma resolução, que chegando diante de Sua
Santidade lhe pediria a autorização de entrar no Carmelo com apenas quinze anos
de idade. A viagem toda foi relatada pela santa, mas de modo especial alguns
lugares que marcaram mais a menina como o Coliseu,as Igrejas de Santa Cecília e
Santa Inês. E como ela mesmo vai dizer: Compreendi a minha vocação na
Itália.[4]
20 de
novembro foi o grande dia. Teresa participa de uma audiência com o Papa, mas
estava prevenida de que não poderia falar com o Papa, apenas lhe pedir a benção
e se despedir. Não é o que acontece; Teresa está diante de sua Santidade, o
desejo de contemplação e missão em seu coração é mais forte. Implora ao Papa
que lhe dê a permissão de entrar no Carmelo com apenas quinze anos. Tem seu
pedido aceite pelo Papa, porém recebe como resposta que aguarde e siga o que os
superiores disserem. Três meses seguidos a esse decisivo encontro, foi marcado
o ingresso de Teresinha para o dia nove de Abril de 1889, na ocasião festa da
Anunciação do Senhor, para de lá nunca mais sair, a não ser para entrar na
Glória no dia 30 de setembro de 1897, as 19h na enfermaria do Carmelo de Lisieux.
I.II O desejo missionário em Santa Teresa de
Lisieux.
Em
diversos momentos Santa Teresa do Menino Jesus, manifestou o desejo de ser
missionária. Mesmo não fazendo parte de uma Congregação missionária ela possuia
em si este profundo desejo de se consumir pela salvação das almas. Eu quisera ser missionária não somente
durante alguns dias, mas quisera ter sido desde a criação do mundo e sê-lo até
a consumação dos séculos.[5]
E mais
do que isso, este desejo era acompanhado de uma visão de que uma única missão
para ela não seria o bastante, pois havia entendido, conforme sua Madre Santa
Teresa de Jesus que a vocação de uma carmelita é abraçar o mundo. O desejo que
almejava o coração desta grande alma está para além do claustros do Carmelo,
pois queria viver sua vocação de Carmelita exatamente para salvar as almas. Não
sendo missionária nos atos ela o queria ser através do amor e da penitência.
Aqui já
é notório a percepção de Teresa em relação a vida missionária. O missionário
não é somente aquele que por atos sai a pregar o nome de Jesus, mas sim aquele
que com a oferta de sua vida se consome inteiramente e exclusivamente a Deus
para salvar muitas almas.
É claro
que é da vocação Carmelitana o sentimento de viver a vocação com um pronfundo
ardor apostolado. Mas em Santa Teresinha isso tem um diferencial, pois ela
acreditava que não são os feitos em si que levam uma carmelita a salvar as
almas, mas sim o desejo de salvar e impregnar todos os meios disponíveis para
tal. Desta forma ela encontra na imolação e na oração o meio de seu unir aos
missionários.
"O
apostolado da oração, não é ele, por assim dizer mais elevado do que o da
palavra? Nossa missão, como carmelitas, consiste em formar operários
evangélicos que salvarão milhares de almas de quem seremos mãe...Celina, se não
fosse as próprias palavras de Jesus quem ousaria em acreditar nelas? Considero
nossa parte muito bela, que temos nós de invejar os sacerdotes?"[6]
Movida
por este desejo, Teresa ansiava ter um irmão sacerdote por quem pudesse orar e
oferecer seus pequenos sacrifícios. Este desejo lhe é realizado pela
providencia do Bom Deus, Teresa ganha dois irmãos missionários, que ela vê como
um grande presente de sua madre. Ela relata o acontecimento desta grande
alegria:
"Foi a Madre Santa Teresa que
me enviou como ramalhete de festa em 1895 meu primeiro irmãozinho. Estava na
lavanderia, bem ocupada com meu trabalho, quando Madre Inês de Jesus,
chamando-me à parte, leu para mim uma carta que acabara de receber. Era um
jovem seminarista inspirado, dizia ele por Santa Teresa, que vinha pedir uma
irmã que se devotasse especialmente à salvação de sua alma e o ajudasse com
suas orações e sacrificio -quando fosse missionário, a fim de que pudesse
salvar muitas almas."[7]
Teresa,
com um profundo espírito eclesial, une o seu desejo de ser missionária a estes
irmãos que lhe foram confiados. Neles Teresa realiza sua missão de salvar
muitas almas para o Bom Deus e também
de ajudar na salvação destes irmãozinhos
(Padre Adolfo Roulland e Padre Maurice Bellière).
Com
estes sacerdotes Teresa troca várias correspondências, os animando diante dos
desafios das missões e crises próprias da atividade missionária. Em diversas
dessas correspondências Teresa demonstra sua visão de missão. Teresa se vê
intimamente unida a seus irmãos missionários pela oração. Pois desde toda a
eternidade Deus a chamará para ser missionária. É claro que essa visão de
Teresa não é uma visão fora da realidade. Apesar de fisicamente não ter saído
do claustro, ela sente com os missionários, suas dores e os desafios das
missões, a ponto de muitas vezes desejar para si os sofrimentos e para eles as
consolações.
Santa
Teresinha também confessa em uma destas cartas que seu único objetivo era ser
carmelita para salvar muitas almas e em especial se oferecendo pela vocação
apostólica. Em todos os escritos da santa, fala e demonstra que quer salvar
muitas almas para o Senhor. É próprio das carmelitas está alma apostólica,
conforme o desejo de Santa Teresa de Jesus. Mas em santa Teresinha um algo mais
a motivava: ser mártir. Testemunhar até o derramento de sangue a sua pertença a
seu único Amor, e com isso ter o coroamento de seus anos de apostolado dentro
do Carmelo. Ela sabia que sua entrega não era algo inativo.Tinha a convicção de
que suas orações e sacrifícios em favor das almas eram alcançadas e em especial
a dos apóstolos. E ser mártir seria nada menos do que já fez em toda a sua
vida, derramar todo o seu sangue por amor a Deus e as almas.
Teresinha
enxerga que tudo que é ofertado a Deus com amor, pode ser útil para a Santa
Igreja e para a salvação. Gestos, orações, trabalhos, enfermidades, convivência
fraterna, se entregues nas mãos de Deus,
é para Ele um apostolado, pois é util para salvar. E ainda mais, só o
desejo de salvar, apesar das imperfeições pode se torna agradável a Deus e
aceito por ele como um apostolado. E essa é a alegria dos missionários, passar
tudo o que se vive por amor a Cristo, oferecendo-se pelos homens.
É claro
que a santa possui em mente o entendimento de que Nosso Senhor é o modelo e
primeiro grande Missionário, pois ele
assume a carne e cultura humana para levar novamente o homem, que havia se
perdido, para a casa paterna.
Outro
pormenos da vida da Santa: a possibilidade de partir para um outro mosteiro
carmelitano, atendendo a seu enorme desejo de ser missionária. Sua madre era
ciente e até mesmo pensará em mandar a santa para o convento de Tonkin
(Vietnã), porém por causa de sua saúde precária não é enviada. A madre
reconhece que esse é um chamado especial, nem toda carmelita tem esse chamado
de viver exilada em lugares difíceis. Mas como se sabe, mesmo em uma terra
distante a vida de uma carmelita e seu apostolado é dentro da clausura. Mas
para ela isso não importa, como ela mesmo fala com o padre Adolfo Roulland, a
vocação de um missionário é como a de Josué no campo de batalha, mas a dos que
entregam sua vida a oração, são como a vocação de Moisés, mas ambos tem em
vista uma única coisa: a Terra Prometida.
"Sendo o senhor como Jossué que combate no campo, eu sou o seu
pequeno Moisés e meu corção está continuamente volltado para o céu obter a
vitória. Ó meu irmão, como o senhor seria de dar dó se o próprio Jesus não
sustentasse os braços de seu Moisés! Mas como o socorro da oração, que todos os
dias o senhor mesmo dirige por mim ao divino Prisioneiro do amor, espero que
nunca fique de dar dó, e que depois desta vida, durante a qual juntos semeamos
em lágrimas, nos encontremos alegres segurando as palmas nas mãos."
Uma
ânsia em realizar seu apostolado também movia o coração da santa. Ela
compreenderá que só havia um único dia para rezar e se sacrificar pelas almas,
o hoje. E a dedicação empregada nisso
não é nada mais do que provas ao amor de Deus. É interessante notar que sempre
que Teresa vai pensar em missão e apostolado, ela tem em mente essas duas
coisas, como já observamos, a oração e o sacrifício. Isso mostra que para a
jovem doutora carmelita só se faz missão unido ao Senhor pela via da oração, e
também com os diversos sacrifícios
próprios dos que abandonaram satisfações neste mundo para ganhar o
outro. A única esperança que deve motivar o coração do missionário é a certeza
que o Senhor já demonstrou por primeiro Seu Sacrifício de amor por nós.
I.III.
Santa Teresa de Lisieux encontra seu lugar na Igreja.
Em um
estágio avançado de sua vocação e já perto do fim de sua vida, Santa Teresinha
se depara com um insatisfação, sua vocação parece não ser suficiente para
preencher seu coração:
"Ser tua esposa, ó Jesus; ser
carmelita, ser, pela minha união a ti, a mãe das almas, deveria ser-me
suficiente... Mas não o é... Sem dúvidas, esses três privilégios formam minha
vocação: carmelita,
esposa e mãe. Todavia sinto em mim outras vocações, a de ser guerreiro, a de
ser sacerdote, a de apóstolo, a de doutor, a de mártir, enfim, sinto a
necessidade, o desejo de realizar para ti, Jesus, as mais heróicas obras...
Sinto na minha alma a coragem de um cruzado, de um zuavo pontifício. Quisera
morrer num campo de batalha pela defesa da Igreja."
A insatisfação que ronda o
coração de Santa Teresinha está entre a sua vocação pessoal e sua vocação
enquanto carmelita. É claro que estas estão unidas, mas o seu senso de missão
ainda precisaria dar mais um salto elevado, para compreender que a sua missão é
eclesial. Sabe claramente os elementos constitutivos da vocação de uma
carmelita, mas no seu interior deseja dar um passo maior na concepção de
camelita, mãe e esposa. Quem sabe sua insatisfação esteja no fato de querer
como sua madre Santa Teresa de Jesus, abraçar o mundo, porém como ela mesmo
diz: 'Todavia sinto em mim outras vocações'.
Esse
choque de Santa Teresinha parece ser normal para quem está em busca de sua
identidade pessoal. Deseja ela realizar-se enquanto pessoa, que tem neste mundo
uma missão específica. Ela sabe que enquanto não tiver esclarecidas essas
dúvidas em seu coração, não poderá ser plenamente feliz. E como sabe que a
fonte deste desejo não vêm meramente dela, busca com todo ardor respostas na
Sagrada Escritura. Vale a pena transcrever o memorável testemunho de Teresinha,
no tocante a este episódio.
"Como os meus desejos me faziam
sofrer um verdadeiro martírio na oração, abri as epístolas de São Paulo a fim
de procurar alguma resposta. Meus olhos caíram sobre o capítulo 12 e 13 da
primeira epístola aos Coríntios...No primeiro, li que nem todos podem ser
apóstolos, profetas, doutores etc... que a Igreja é composta por diversos
membros e que o olho não poderia ser, ao mesmo tempo, a mão.
...A resposta era clara, mas não satisfazia aos meus desejos, não me propiciava a paz...Como Madalena se inclinando sempre junto ao túmulo vazio acabou por encontrar o que desejava, também me abaixei até as profundezas do meu nada e elevei-me tão alto que consegui atingir minha meta... Sem desanimar, prossegui minha leitura e esta frase aliviou-me: 'Procurai com ardor, os dons mais perfeitos. Mas vou mostrar-vos ainda uma via mais excelente'. E o apóstolo explica como todos os dons mais perfeitos não valem nada sem o Amor.. Que a caridade é a via excelente para levar seguramente a Deus. Enfim, tinha encontrado repouso... Considerando o corpo místico da Igreja, não me reconhecera em nenhum dos membros descritos por São Paulo, ou melhor, queria reconhecer-me em todos... A Caridade deu-me a chave da minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo, composto de diversos membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe falta.Compreendi que a Igreja tem um só coração e que esse coração ardia de amor. Compreendi que só o Amor leva os membros da Igreja a agir, que se o Amor viesse a extinguir-se os apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os mártires negar-se-iam a derramar o sangue... Compreendi que o Amor abrangia todas as vocações, que o Amor era tudo, que abrangia todos os tempos e lugares... numa palavra, que ele é Eterno!...
Então, no excesso da minha alegria delirante, exclamei: Ó Jesus, meu Amor...enfim, encontrei minha vocação, é o Amor!...
Sim, achei meu lugar na Igreja e esse lugar, meu Deus, fostes vós que me destes... no Coração da Igreja, minha Mãe, serei o Amor... assim serei tudo...desta forma, meu sonho será realizado!!![8]
...A resposta era clara, mas não satisfazia aos meus desejos, não me propiciava a paz...Como Madalena se inclinando sempre junto ao túmulo vazio acabou por encontrar o que desejava, também me abaixei até as profundezas do meu nada e elevei-me tão alto que consegui atingir minha meta... Sem desanimar, prossegui minha leitura e esta frase aliviou-me: 'Procurai com ardor, os dons mais perfeitos. Mas vou mostrar-vos ainda uma via mais excelente'. E o apóstolo explica como todos os dons mais perfeitos não valem nada sem o Amor.. Que a caridade é a via excelente para levar seguramente a Deus. Enfim, tinha encontrado repouso... Considerando o corpo místico da Igreja, não me reconhecera em nenhum dos membros descritos por São Paulo, ou melhor, queria reconhecer-me em todos... A Caridade deu-me a chave da minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo, composto de diversos membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe falta.Compreendi que a Igreja tem um só coração e que esse coração ardia de amor. Compreendi que só o Amor leva os membros da Igreja a agir, que se o Amor viesse a extinguir-se os apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os mártires negar-se-iam a derramar o sangue... Compreendi que o Amor abrangia todas as vocações, que o Amor era tudo, que abrangia todos os tempos e lugares... numa palavra, que ele é Eterno!...
Então, no excesso da minha alegria delirante, exclamei: Ó Jesus, meu Amor...enfim, encontrei minha vocação, é o Amor!...
Sim, achei meu lugar na Igreja e esse lugar, meu Deus, fostes vós que me destes... no Coração da Igreja, minha Mãe, serei o Amor... assim serei tudo...desta forma, meu sonho será realizado!!![8]
Aqui se
encontra a expressão máxima da visão eclesiológica da missão teresiana. Santa
Teresinha é uma mulher que sente com a Igreja, as necessidades e a pluralidade
de vocações. Seu desejo de ter diversas vocações, na verdade é o desejo da
Igreja que precisa de diversas vocações. Mas como a Igreja é um corpo se faz
necessário que Teresinha encontrasse seu lugar unindo-se aos demais membros e
formando com eles um único corpo.
Teresinha
se vê portanto como membro do corpo místico de Cristo, que é a cabeça da
Igreja. Assim essa única Igreja se torna e assume seu papel de ser o prolongamento de Cristo na terra e de continuar sua missão
redentora. Sendo o amor no coração da Igreja, santa Teresinha pode na sua
vocação, ser como que o sangue que dá
vida a todo o corpo. E ter sim, nela mesma, encerradas todas as as vocações,
pois quem é o missionário por excelência é o Filho, do qual ela faz parte como
membro de seu corpo. No único Corpo de Cristo, Teresinha é sacerdote, mártir,
guerreira, apóstola e doutora.
Esse
pensamento de santa Teresinha vai acompanhá-la até o fim de sua vida. Ela
entende que também é membro da Igreja Triunfante e por isso pode afirmar:
"Não pretendo ficar inativa no Céu. Meu desejo é continuar trabalhando
para a Igreja e pelas almas"[9]
Capítulo II- A compreensão da Igreja em
relação a missão dentro de espirito de Teresa do Menino Jesus.
II.I. Visão do Magistério.
“Teresa Martin, Carmelita descalça de
Lisieux, desejava ardentemente ser missionária. E foi-o, a ponto de poder ser
proclamada Padroeira das Missões. O próprio Jesus lhe mostrou como haveria de viver
essa vocação: praticando em plenitude o mandamento do amor, haveria de
imergir-se no coração mesmo da missão da Igreja, sustentando os anunciadores do
Evangelho com a força misteriosa da oração e da comunhão. Assim, ela realizava
quanto é ressaltado pelo Concílio Vaticano II, quando ensina que a Igreja é
missionária por sua natureza (cf. Ad gentes, 2). Não só aqueles que optam pela
vida missionária, mas todos os batizados são de algum modo enviados ad gentes.”
(Homilia do papa João Paulo II por ocasião da atribuição do título de doutora
da igreja a santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face)
A
Igreja de modo mais expressivo com o Concilio Vaticano II, vem ressaltar a sua
dimensão missionária em sua essência profunda. Para o movimento Conciliar do
Vaticano II, cada ato dos batizados se torna missionário pois, todo batizado
sendo Igreja é missionário nela. E isso se realiza de modo mais pleno quando
cada batizado vive a sua vocação profunda de ser amor no Amor.
Olhar
para uma Igreja missionária é olhar para os primeiros cristãos que tinham este
ardente desejo. Ansiavam tornar Jesus Cristo conhecido, mesmo que isso custasse
a própria vida. Os cristãos desejavam que o Evangelho fosse anunciado e que
todos os povos: judeus, pagãos e bárbaros encontrassem a Salvação, ou seja,
encontrassem a Pessoa de Cristo Ressuscitado. Sabe-se entretanto que o inicio
da Igreja entre os anos 60 da nossa era, até 330 foi extremamente marcado pela
perseguição aos cristãos. Neste período a grande força do anuncio a Cristo era
a caridade entre os cristãos (Veja como eles se amam, Cf. At. 2).
Ao
longo dos séculos isso nunca morreu na Igreja, mas foi sendo vivido de diversas
maneiras, segundo o mover do Espirito Santo. No século XIX Santa Teresinha de
Jesus já compreendeu de forma belíssima essa explicitação do Concilio Vaticano
II. Apesar da vocação de clausura, Santa Teresa do Menino Jesus, nutria em seu
coração este ardente desejo de torna a Cristo conhecido e amado. Assim como a
Igreja olha para os primeiros cristãos para se compreender como Missionária,
Santa Teresinha assim o faz, para viver a sua vocação de Carmelita.
Santa
Teresinha por ser carmelita não podia sair do claustro de Lissiuex, porém pela
oração, pelo desejo de salvar as almas, pela união com a Igreja que é
missionária, pela correspondência e animação dos sacerdotes, vive a sua vocação
missionária. Assim como de modo tão belo a Igreja nos apresenta na Carta Fidei Donum:
“Desde as origens, a santa Igreja, por
sua própria natureza, é impelida a espalhar por toda parte a palavra divina;
para cumprir esse dever imprescindível, jamais deixou de solicitar de seus
filhos três auxílios: orações, assistência e, de alguns, o próprio dom de si
mesmo.”
Esses
Ponto elencados pelo Papa Pio XII, demostra como que a Igreja, deseja anunciar
e fazer com que a Palavra seja conhecida. É um erro pensar que somente pelo uso
de palavras, a Palavra Divina seja anunciada. Pois pensar assim é contar
demasiadamente em técnicas e forças humanas e não na Graça de Deus. Não podemos
esquecer das Palavras de Cristo: «Bendigo-Te,
ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e
aos entendidos e as revelaste aos pequeninos » (Mt 11, 25).
II.II. A Oração compreendida como Missão.
“Teresa foi iluminada de maneira
particular sobre a realidade do Corpo místico de Cristo, sobre a variedade dos
seus carismas, dons do Espírito Santo, sobre a força eminente da caridade, que
é como que o próprio coração da Igreja, na qual ela encontrou a sua vocação de
contemplativa e de missionária”. (CARTA APOSTÓLICA DIVINI AMORIS SCIENTIA DE SUA
SANTIDADE PAPA JOÃO PAULO II)
De
modo excelente a oração sempre foi compreendida como uma maneira ativa de fazer
e elevar a alma a Deus. E isso ocorre na alma que se eleva a Deus pela oração,
como também por aqueles, aos quais se rezam. Santa Teresinha fez de sua vida,
uma continua oração e também sacrifícios, pelos missionários como também pelos
pecadores. A Igreja compreende essa oração pelos pecadores como lugar
privilegiado da missão ad gentes. Para a Santa, assumir a realidade de rezar
pelos pecadores, era algo de incrível seriedade, a ponto de chamar os pecadores
de seus irmãos.
Em
um momento de oração e contemplação da imagem de Jesus Crucificado, sentiu o
grito de Jesus que sentia sede pelas almas, dos sacerdotes e dos pecadores. Com
essa experiência Santa Teresinha, compreendeu que sua missão estava
profundamente relacionada a oração.
Mas
entre os pecadores pode-se elencar de modo todo especial Henrique Pranzini
(1856-1887). Este pecador, dentre vários crimes realizados, em março de 1887,
na França degolou duas mulheres e uma criança, por causa de dinheiro. Foi
condenado à morte por meio da guilhotina. Esse caso chamou atenção de Santa
Teresinha, que o tomou como um filho espiritual, o seu ‘pecador’, pelo qual
empregou todos os meios para a sua salvação, pois não queria que este caísse no
inferno.
“No
fundo do meu coração, tinha a certeza de que nossos desejos seriam atendidos.
Mas afim, de ter coragem para continuar a rezar pelos pecadores, disse a Deus
que estava certa de que Ele perdoaria o pobre infeliz Pranzini, que
acreditaria, mesmo que não se confessasse e não desse nenhum sinal de
arrependimento, enorme era minha confiança na misericórdia infinita de Jesus,
mas Lhe pedia um sinal de arrependimento, para meu próprio consolo...Minha
oração foi atendida ao pé da letra! Apesar da proibição de papai de lermos
jornais, não pensava desobedecer lendo as passagens que falavam de Pranzini. No
dia seguinte a sua execução, cai-me às mãos o jornal La Croix. Abra-o apressada
e o que vejo? ... Ah! Minhas lágrimas traíram minha emoção e fui obrigada a me
esconder... Pranzini não se confessara, subira ao cadafalso e preparava-se para
colocar a cabeça no buraco lúgubre quando, numa inspiração repentina, virou-se,
apanhou um Crucifixo que lhe apresentava o sacerdote e beijou por três vezes
suas chagas sagradas! ... Depois, sua alma foi receber a sentença da
misericórdia.”
(Obras
completas pg. 140)
Neste
trecho vemos com clareza a solicitude missionária de Santa Teresinha através da
oração. Por primeiro não quer que esta alma vá para o inferno e por isso deseja
salvar essa alma rezando por ele. Aqui mais uma vez a visão da Igreja como
corpo pode ser notada. Ela se une todas as graças provindas deste Corpo Místico
para a salvação desta pobre alma. A oração, o sacrifício unido a Igreja, é o
seu lugar de missão. Se uma alma precisa ser salva, ai Teresinha deseja chegar,
através de sua oração iluminando as almas, daqueles que por meio de seus
pecados estão em meio as trevas.
Sua
confiança na graça, fazia crer que sua oração não seria recusada, pois sabia
muito bem que antes mesmos que ela quisesse salvar aquela alma era o próprio
Deus que queria salvar. Isso fez a sua missão diante da oração florescer de
modo muito fecundo. Descobrir que na oração se dá sua missão de salvar as
almas, e que a sua oração será atendida, pois por primeiro é querer de Deus e a
missão radical do Filho Salvar.
Mas
o princípio que movia o coração de Teresinha era o Amor a Jesus, e este amor
fazia com que ela desejasse que todos os pecadores conhecessem a Face do Amor.
Toda a sua estava baseada no Amor e na Confiança. Fez ela as palavras do
Evangelho que tem sua síntese sua real vocação missionária: “Amor a Deus e ao
próximo”. Com isso podemos constatar o
mesmo desejo que move a Teresinha é o mesmo princípio que move a Igreja na
missão.
II.III. A assistência
missionária por meio de suas cartas.
“A doutrina espiritual de Teresa de Lisieux
contribuiu para a difusão do Reino de Deus. Com o seu exemplo de santidade, de
perfeita fidelidade à Mãe Igreja, em plena comunhão com a Sé de Pedro, assim
como com as particulares graças por ela suplicadas para muitos irmãos e irmãs
missionários, prestou um particular serviço à renovada proclamação e
experiência do Evangelho de Cristo e à extensão da fé católica em todas as
nações da terra.”
(CARTA APOSTÓLICA DIVINI AMORIS SCIENTIA DE SUA
SANTIDADE PAPA JOÃO PAULO II)
Inúmeras de
suas cartas ao todo 269 que se mantiveram, são fontes de cuidado de zelo pelas
almas. Seu desejo missionário, não se mantinha apenas por sua oração. Mas
através dela, elaborava seu pensamento e visão de Deus, fazendo que que essa
sua experiência transbordasse na vida do que lhe eram caros.
De
modo mais explicito desejo missionário é demonstrado pelas correspondência aos
seus irmãos seminaristas, que logo se tornariam sacerdotes missionários. Santa
Teresinha sentia-se missionária por meio dos missionários da Igreja. Entretanto
sabia quão inúmeros desafios passavam estes homens, que muitas vezes lhe abriam
o coração e choravam a essa grande Santa seus medos e anseios.
Como
é próprio de uma alma missionária, não perder oportunidade de fazer com que
suas correspondências sejam fonte de sustentação e animação para a alma de seus
‘queridos irmãozinhos’
“Senhor padre, veio buscar consolação
junto àquela que Jesus lhe deu por irmã e tem esse direito. Como Nossa Madre
permitiu que lhe escrevesse, queria corresponder à doce missão que me foi
confiada; sinto, todavia, que o meio mais seguro de conseguir esse objetivo é
rezar e sofrer. Trabalhemos juntos pelas salvação das almas, só temos o único
dia desta vida para salvá-las e dar, assim, ao Salvador, as provas do nosso
amor”.
Santa
Teresinha de modo muito especial amou seus irmãos sacerdotes e não deixou de
oferecer a esses missionários suas orações e sacrifícios, para que assim
pudesse cumprir de fato a vocação de salvar muitas almas. Se os braços da Santa
não podia sustentar os pecadores, através dos braços de seus irmãos, ela
podia.
Mas
não somente nas cartas aos missionários, mas nas correspondências a suas irmãs
vemos em seus escritos, uma riqueza espiritual grandiosíssima. Nelas a santa
animava também suas irmãs dando-lhes o auxílio necessário para a vivencia de
suas respectivas vocação, na entrega ao único Senhor.
Celina, sinto que Jesus pede de nós
duas, que desalteremos a sua sede, dando-lhe almas, almas de sacerdotes
principalmente, sinto que Jesus quer que eu te diga isto, pois nossa missão
consiste em nos esquecer, nos aniquilar...somos tão pouca coisa... e contudo
Jesus quer que a salvação das almas dependa dos nossos sacrifícios, de nosso
amor, ele mendiga-nos almas... Ah! Entendamos seu olhar! Tão poucos sabem
compreendê-lo, Jesus nos dá a graça insigne de nos instruir ele mesmo, de
mostrar-nos uma luz escondida!... (Obras Completas p. 411)
Vemos
neste pequeno trecho de sua carta o pensamento constante de que sua vocação é
missionária e está não somente para salvar a sua alma, mas esquecer de si para
que assim possa salvar a muitos. E é interessante notar que, segundo o
pensamento da Santa, Deus quer que a salvação de algumas almas, dependam de
seus sacrifícios e de suas preces.
Essa
ideia também está presente do Magistério da Igreja, que vê que a vida e a
vocação contemplativa trazem inúmeros benefícios para todo o Corpo Místico: “também os contemplativos e contemplativas,
oferecendo a Deus as suas orações e a sua própria imolação pela salvação do
próximo, contribuem muito para o bem da Igreja”. (Carta Encíclica Sacra
Virginitas do Sumo Pontífice Papa Pio XII)
É próprio da vocação contemplativa a imolação pela
salvação dos homens. Santa Teresinha, traz como um diferencial, aqui, a sua
grande concepção eclesial, entendida a partir de sua vocação como um lugar na
Igreja. E é neste lugar que ela como por essência missionária pode salvar
muitas almas para Deus e saciar a sede de Jesus.
II.IV. O dom de si mesmo.
“Ó meu Deus! Trindade Bem-Aventurada, desejo
Amar-Vos e fazer-Vos Amar, trabalhar para a glorificação da Santa Igreja
salvando as almas que estão sobre a terra e libertando as que sofrem no
purgatório. Desejo realizar perfeitamente a vossa vontade e chegar ao grau de
glória que me preparastes no vosso Reino, numa palavra, desejo ser Santa, mas
sinto a minha impotência e peço-Vos, ó meu Deus!, que sejais Vós mesmo a minha
Santidade...”.
(Ato
de Oferecimento ao Amor Misericordioso pg. 274-história de uma alma).
O Ato de
Oferecimento ao Amor Misericordioso, é na verdade uma síntese do que foi a vida
missionária de Santa Teresinha. Os princípios tão bem expostos por ela, estão
unívocos com a ideal missionário pensado pela Igreja para a vida contemplativa.
Um único princípio deve mover o coração dos missionários:
Amar e fazer com que o Amor seja conhecido. Todos os meios utilizados para se
colocar em prática esse ideal pode ser considerado como missão. É claro que
acompanhado do desejo é preciso ter a reta intenção de glorificar a santa
Igreja salvando e libertando muitas almas, como é da missão do Redentor.
“A
urgência da atividade missionária deriva da radical novidade de vida, trazida
por Cristo e vivida pelos Seus discípulos. Esta nova vida é dom de Deus, e, ao
homem, é-lhe pedido que a acolha e desenvolva, se quiser realizar integralmente
a sua vocação, conformando-se a Cristo. Todo o Novo Testamento se apresenta
como um hino à vida nova, para aquele que crê em Cristo e vive na Sua Igreja. A
salvação em Cristo, testemunhada e anunciada pela Igreja, é auto comunicação de
Deus. « O amor não só cria o bem, mas faz participar também na própria vida de
Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Com efeito, aquele que ama quer dar-se a si
mesmo”.
(CARTA
ENCÍCLICA REDEMPTORIS MISSIO DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II)
A oferta ao Amor Misericordioso está em plena ressonância
com essa novidade da vida em Cristo. Teresinha busca em tudo conforma-se com a
oferta de Jesus, e como Ele, salvar muitas almas ao seu Divino Pai. Não temia o
sofrimento que com ia oferta de sua vida poderiam lhe sobrevir, pois antes de
tudo era uma alma confiante no amor do Pai, que queria configura-la a Seu Filho
Jesus Cristo.
Claro que o anuncio da vida nova assumida por Teresinha,
foi contemplada por suas irmãs no Convento através de sua pequena via. Esse
método de união com Deus, está repleto de renuncias, sacrifícios e
esvaziamento, para que desta forma, a sua entrega seja mais perfeita tanto a
Jesus como a sua comunidade.
Teresinha deseja o último lugar como Jesus também o quis,
pois sente que sua vida tem como finalidade o trabalho para a glorificação da
Igreja e a salvação das almas. Teresinha na imitação de Jesus, apreendeu a amar
os pecadores, seus irmãos sacerdotes e irmãs de comunidade. Pois a caridade é a
forma que ela encontrou para doar a sua vida como essa oferta, que pode unida a
de Cristo gerar salvação.
Capítulo III- A dimensão missionária do
Carisma do Louvor de Deus em Santa Teresa do Menino Jesus.
“Santa
Teresinha do Menino Jesus e São Francisco Xavier são os padroeiros das missões
do Instituto”. (Constituição de 1998§262)
III.I. O Carisma do Louvor de Deus.
A Fraternidade Jesus Salvador, foi fundada pelo Padre
Gilberto Maria Defina, sjs no ano de 1993. Tendo como Carisma o Louvor de Deus
em todas as suas formas, a Litúrgica em primeiro e como consequência deste
Louvor a santificação de quem Louva e a santificação da comunidade. Tudo isso
se dá por meio da Espiritualidade Carismática, fruto do derramamento do
Espirito em Pentecostes e de modo todo singular em comunhão com o movimento da
Renovação Carismática Católica.
A Fraternidade Jesus Salvador possui três ramos: o
Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador que comportam os irmãos e sacerdotes
salvistas; O Instituto Missionário Servas de Jesus Salvador e os Leigos da
Ordem Terceira. A obra salvista possui ainda um ramo de jovens, que bebem
também do Carisma do Louvor de Deus e de sua Espiritualidade.
A Fraternidade
Jesus Salvador é uma Obra que tem em sua essência a dimensão missionária, e
isso suscita no coração de cada membro desta Obra a correspondência das
necessidades da Igreja, sua amada Mãe. Por isso ela é uma obra missionária, tal
qual a Igreja. Tendo realmente em si o desejo de levar a salvação a todos os
povos.
“Deus
quer que todos os homens sejam salvos pela Igreja, sacramento universal de
salvação. Como ela, nosso Instituto é missionário, devemos ter alma
missionária. Onde estiver a Igreja, lá estará um javista e onde ela ainda não
estiver, nós a levaremos lá”. (Constituição de 1998§419)
A missão
da Fraternidade Jesus Salvador está intrinsicamente ligada e tem seu ponto de
partida na pluralidade e missionariedade da Igreja. O padre Gilberto Maria
Defina, sjs, apresenta para a Fraternidade Jesus Salvador, o mesmo prisma pelo
qual santa Teresinha entende missão: a corporeidade da Igreja, que é
missionária em sua essência e em cada batizado e que a partir do sacramento são
enxertado no Corpo Místico de Cristo. Por isso está Obra da Fraternidade tem
por desejo levar que aqueles que ainda não conhecem a salvação de Cristo, a
conhecerem.
O modo e a forma de levar e ser missionário
desta Obra não se dá de maneira isolada, mas como Igreja, sacramento universal
da salvação.
Tudo que
os salvistas fazem, realizam no apostolado como missionários. A Fraternidade
Jesus Salvador, não possui nenhum apostolado no caráter restritivo, mas toda a
sua atividade é missionária, porque busca levar o homem a fazer uma experiência
com Jesus Salvador, na força de seu Espírito. Para que possam a partir do
Carisma do Louvor de Deus, também serem canais da graça de Deus, e louvando a
Deus, se santificarem e a quem é alcançado por este Louvor.
Cada
missionário Salvista, precisa ser um verdadeiro servo da Salvação, cumprindo o
mandato do Senhor e a realizando como Ele realizou, a sua missão. Reproduzir a
Face de Cristo que Louva ao Pai (conforme Lc...) e assim alcançar a todos por
meio deste Louvor que é ação do Espirito Santo, na alma dos pequenos. E sendo
assim o Carisma do Louvor de Deus reconhece que este Louvor é ação de Deus na
alma e na vida do homem.
III.II. A compreensão da dimensão missionária
Salvista com bases em Santa Teresinha.
“Olhemos
para Santa Teresinha do Menino Jesus, que sem sair do seu convento tornou-se a
padroeira das missões, por tanto desejo que ela tinha de ser missionária.
Portanto, o desejo de ser missionário é o mais importante para nós, não só o
fato de ser missionário, mas o fato de desejar ser missionário é contado entre
as graças de Deus para cada um de nós. Jesus quis ser missionário!”
(Autobiografia 146)
A
Fraternidade Jesus Salvador, tal como Santa Teresinha, traz o desejo mais
profundo de ser missionária para que sendo leve a salvação a todos os quanto
ainda dela precisam. Porém, a dimensão missionária do Carisma, começa
primeiramente no desejo der ser missionário. Porque como Santa Teresinha a
experiência da missão é vivida na perspectiva do amor e tem o amor como sua
centralidade.
Não se
pode esquecer que: “Verdadeiramente o Espírito Santo é o protagonista de toda a
missão eclesial: a Sua obra brilha esplendorosamente na missão ad gentes, como
se vê na Igreja primitiva pela conversão de Cornélio (cf. At 10), pelas
decisões acerca dos problemas surgidos (cf. At 15), e pela escolha dos
territórios e povos (cf. At 16, 6 s). O Espírito Santo age através dos
Apóstolos, mas, ao mesmo tempo, opera nos ouvintes: « pela Sua ação a Boa Nova
ganha corpo nas consciências e nos corações humanos, expandindo-se na história.
Em tudo isto, é o Espírito Santo que dá a vida ».O envio «até aos confins da terra »
(At 1, 8)” (Redemptoris missio 21).
Quando o
missionário conta demasiadamente em suas forças, não dá espaço para que a graça
de Deus possa agir, e assim, o objetivo de levar a salvação não acontece. A
base de tudo está no desejo, e este de querer a salvação das pessoas, fazendo
que a Boa Nova chegue aos ouvidos, do coração e da consciência humana.
Por isso
a base de tudo está no Amor. Só o amor pode querer a salvação das pessoas. O
desejo de ser missionário tanto na Fraternidade Jesus Salvador, como na
dimensão missionária de Santa Teresinha encontra seu cerne no mandamento do
Mestre em amar. E também no entendimento que somos Corpo Místico de Cristo e
devemos como membros de corpo, cuidar de cada membro com a devida atenção. Cada
membro tem a sua importância, e todos eles bem articulados podem assim dar
Glória ao Pai na força do Espírito Santo.
Podemos
falar também de uma santificação pessoal e comunitária. A medida que o
missionário Salvista se abre a ação do Espirito num reconhecimento que ele é o
verdadeiro protagonista e os missionários apenas servos, está graça da Salvação
realizada pelo Missionário do Pai, alcança aqueles que se abrem a graça do
Espirito bem como aos quais são direcionada a missão. Mas tudo isso só pode ser
realizado, no prisma do Amor. Porque nos amou, Jesus veio ao encontro da
humanidade. E assim também nos, porque amamos a Jesus e aos homens devemos ir a
eles, os socorrendo em suas diversas necessidades.
Por isso também que a missão da Fraternidade Jesus Salvador não pode se
restringir num único apostolado: “Compreendi que o Amor
abrangia todas as vocações, que o Amor era tudo, que abrangia todos os tempos e
lugares... numa palavra, que ele é Eterno!...
Então, no excesso da minha alegria delirante, exclamei: Ó Jesus, meu Amor...enfim, encontrei minha vocação, é o Amor!...
Sim, achei meu lugar na Igreja e esse lugar, meu Deus, fostes vós que me destes... no Coração da Igreja, minha Mãe, serei o Amor... assim serei tudo...desta forma, meu sonho será realizado!!!” ([1] Obras completas, p. 213.)
Então, no excesso da minha alegria delirante, exclamei: Ó Jesus, meu Amor...enfim, encontrei minha vocação, é o Amor!...
Sim, achei meu lugar na Igreja e esse lugar, meu Deus, fostes vós que me destes... no Coração da Igreja, minha Mãe, serei o Amor... assim serei tudo...desta forma, meu sonho será realizado!!!” ([1] Obras completas, p. 213.)
III.III. A oração compreendida como missão.
“Nosso primeiro gesto missionário acontece
frente ao Sacrário do Senhor. É pela oração, louvação e adoração incessantes,
que chegamos aos lugares mais recônditos e longínquos da Terra”. (Constituição
de 1998§216)
A Fraternidade ver a oração como esse lugar privilegiado
aonde a missão acontece. Por meio dela nos unimos a Jesus Cristo e nele somos
enviados em missão, alcançando as pessoas aonde quer que elas se encontrem. A
oração nos uni como Corpo Místico de Cristo, e nos faz chegar as necessidades
mais profundas do ser humano.
É através da oração que o missionário apreende de fato o
que é ser missionário aos moldes do Missionário. E mais do que isso é através
da oração que ele encontra o sentido profundo de ser um servo da graça, ou
seja, um missionário salvista. É por meio da oração que ele faz a sua missão de
unir as almas á Jesus, lhes comunicar a salvação. Os servos da Fraternidade
precisam ser antes de tudo pessoas que rezam e fazem da oração fonte da sua
missão e a sua verdadeira missão.
A Fraternidade Jesus também vê como Santa Teresinha que a
oração é um ato missionário, que alcança as pessoas e as levam a fazerem uma
autentica experiência com o Salvador. Jesus não conhece barreiras de tempo e
espaço; é pelo amor e o desejo da alma orante, que o Salvador quer alcançar a
muitas almas, salvando-as e lhes comunicando o seu Espirito. Jesus quis salvar
almas pelas suplicas e preces de Santa Teresinha, da mesma forma suscitando a
Fraternidade Jesus Salvador, desejo por meio da oração desta salvar muitas
almas, pois Ele é YESHUA (Deus Salva).
A missão de Jesus é salvar, e ele nos tempos atuais
deseja realizar a salvação por meio de sua Igreja. Por isso a missão da
Fraternidade é antes de tudo ser Igreja Corpo Místico de Cristo. Unindo-se a
Ele através do Carisma que se dá em primeiro na Liturgia perpetuar o continuo
sacerdócio de Cristo Salvador.
“Para mim, a oração é um élan do coração, é
um simples olhar lançado em direção ao céu, é um simples olhar lançado em
direção ao céu, é um grito de reconhecimento e de amor em meio à provação como
também em meio à alegria; é, enfim algo grande, de sobrenatural, que me dilata
a alma e me une a Jesus.” (MC.25r-25v)
Tudo foi feito através do Amor, e é pelo amor que a
Fraternidade Jesus Salvador deve fazer o seu apostolado. Por amor, deve ter o
desejo ardente em seu coração de ver a todos inseridos no Corpo Místico de
Cristo não por forças próprias mais unicamente apoiados na graça de Deus. Pois
como pensava o Padre Gilberto o salvista acredita mais na força do Espirito
Santo do que nas capacidades e técnicas humanas. (conforme constituição de 1998
pg 13)
Quando a missão salvista é vivida a partir da sua
dimensão oracional, ela não pode ter outra coisa a não ser bom êxito. Pois ela
se torna fruto da intimidade do missionário com o próprio Jesus Salvador. E
como sabe-se, é Ele por primeiro que quer salvar as almas e enviar missionários
parar trabalharem na vinha de seu Pai. Se é em Jesus que se começa a missão
salvista, o missionário tem a plena confiança do sucesso da evangelização, pois
crer no poder da sua oração como querida primeiramente pelo próprio Jesus. E é
por meio desta que ele se torna um só com Jesus.
Vemos nestes aspectos a relação da visão de Santa
Teresinha, com a visão da missão da Fraternidade Jesus Salvador. A oração é um
ato de confiança em Deus Salvador e é por meio dela que os salvistas desejam
alcançar a todos e comunicarem a salvação.
III.IV. A assistência missionária da
Fraternidade Jesus Salvador.
“Para tanto,
este Instituto quer se utilizar de todos os meios e técnicas disponíveis em
nossos dias e que forem surgindo. Todos as formas e meios de evangelização
entram em nossos planos”. (Constituição de 1998§415)
Vemos que assim como já explicitado, Santa Teresinha em
sua missão de ser amor, encerrava o desejo de ser missionária, trazendo em si
todas as demais vocações. Santa Teresinha dentro do Corpo Místico de Cristo,
olhava para os demais membros e via as suas necessidades. Por isso queria
corresponder a todas as vocações. Descobrindo o eixo central de todas encontra
como poderia, ser tudo nas necessidades das diversas vocações.
A Fraternidade também deseja ser tudo no mundo, por meio
da sua vocação específica. E isso se dá na abertura a todo apostolado que a
Igreja nos confiar. Os salvistas querem tudo, pois encontram no carisma do
Louvor o Tudo. Sabendo que as necessidades da Igreja são diversas, a
Fraternidade quer corresponder a todas elas por meio do Louvor.
“No Louvor de Deus tudo se encontra e é nele que nós
vamos permanecer, na misericórdia, na feliz eternidade, louvando constantemente
a Deus” (Autobiografia pg 130)
Nessa compreensão de que no Carisma os salvistas
encontram tudo, pode-se entender também que por isso podem se abrir a todo
apostolado. Pois tudo o que fazem e são está encerrado no Louvor. Acabando que
suas ações e atos se convergem para o Carisma.
“Impulsiona-nos a convicção de que o Senhor chama
cada irmão deste Instituto a ser um verdadeiro servo da obra de Salvação.
Portanto, o Instituto tem como objetivo cumprir o mandato do Senhor Jesus:
andar por toda a parte anunciando, com a unção do Espírito, o Reino de Deus,
fazendo o bem, curando e libertando seu povo cativo, prisioneiro de tantas e
diferentes formas de escravidão. Para tanto se coloca à disposição da
Hierarquia para cumprir tal missão onde for mais necessário”. (Constituições do
I.M.S.J.S§4)
A
Fraternidade como Santa Teresinha abraça a tudo, pois traz em si o desejo
profundo da salvação. As necessidades são adversas, mas no Carisma os servos da
Fraternidade, querem responder a todas elas. Pois encontraram O Tudo, na
vocação. A assistência assim da Fraternidade se dá na peculiaridade de cada
necessidade apresentada a ela. E em todas se fazem arautos da salvação, fazer
com que todos Louvem a Deus.
Seja por meio da oração, seja por meio do ministério
sacerdotal, seja no trabalho manual ou social, no silêncio ou gritando sobre os
muros, os salvistas são apenas servos da salvação e vão ao encontro de todos os
que estejam necessitados. Ser missionário como Jesus o foi, indo no especifico
de cada pessoa é a missão do salvista.
Conclusão
A comunhão entre Deus e a
Humanidade dá-se de variadas formas. Para tanto são muitas as mediações ou os
mediadores que constroem pontes para que esse encontro aconteça. A História da
Salvação e da Igreja é um compêndio das muitas operações da Graça de Deus
mediante a força da oração. Desta fonte que brota do próprio Deus vemos um sem
número de Comunidades religiosas e missionárias e milhares de santos e santas
suscitados para a salvação das almas.
Teresinha ocupou e ocupa, como vimos de
maneira forçadamente reduzida, um lugar privilegiado no rol dos santos que se
ofereceram livremente ao Amor, consagrando-se a uma vida de oração intensa rica
de ação missionária. Nos tempos atuais, de grandes transformações no seio da
Igreja, em especial desde o Concílio Vaticano II, o Espírito Santo suscitou a
Fraternidade Jesus Salvador, que por sua vez adota Santa Teresinha como
patrona, e que surge como Carisma voltado para a oração e o apostolado, tudo
sob o prisma do Louvor de Deus e da santificação das almas.
Portanto,
a vida e obra de Santa Teresinha, Doutora da Igreja e Padroeira das Missões e
hoje a obra missionária dos salvistas se entrelaçam, e despontam em uníssono
para o objetivo comum da salvação da Humanidade, do desejo profundo e real de
levar tudo e todos ao conhecimento do Amor - de Deus.
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